quarta-feira, 30 de novembro de 2011

O Crime do Cocar

por Janer Cristaldo
Há muito venho discutindo a chamada questão indígena e não é fácil para mim dizer algo de novo. Em agosto deste ano, sob pressão do governo, a Câmara esvaziou um projeto de lei que previa levar ao banco dos réus agentes de saúde e da Funai (Fundação Nacional do Índio) considerados "omissos" em casos de infanticídio em aldeias. Segundo o jornal, a prática de enterrar crianças vivas, ou abandoná-las na floresta, persistiria até hoje em cerca de 20 etnias brasileiras. Os bebês são escolhidos para morrer por diversos motivos, desde nascer com deficiência física a ser gêmeo ou filho de mãe solteira.
Persistiria, não. Persiste. A prática vem de longe e desde há muito é conhecida no país. A polêmica chegou ao Congresso em 2007, quando o deputado Henrique Afonso (PV-AC) apresentou projeto que previa punir servidores que não tomem "medidas cabíveis" para impedir o ritual. Eles responderiam por crime de omissão de socorro, cuja pena varia de multa a prisão por até um ano. O texto ainda classificava o "homicídio de recém-nascidos" como uma "prática nociva". Antropólogos, indigenistas e assessores da Funai pressionaram a Comissão de Direitos Humanos da Câmara, que adiou a votação da proposta por quatro anos.
Ora, qualificar homicídio de recém-nascidos como prática nociva é eufemismo. Homicídio, em qualquer circunstância, é crime. Há alguns anos, comentei que os indígenas brasileiros se reservam o direito de matar filhos de mães solteiras, os recém-nascidos portadores de deficiências físicas ou mentais. Gêmeos também podem ser sacrificados. Algumas etnias acreditam que um representa o bem e o outro o mal. Por não saber quem é quem, eliminam os dois. 
Outras crêem que só os bichos podem ter mais de um filho de uma só vez. Há motivos mais fúteis, como casos de índios que mataram os que nasceram com simples manchas na pele — essas crianças, segundo eles, podem trazer maldição à tribo. Os rituais de execução consistem em enterrar vivos, afogar ou enforcar os bebês. Geralmente é a própria mãe quem deve executar a criança, embora haja casos em que pode ser auxiliada pelo pajé.
A bem da verdade, o estupro já foi descriminalizado no Brasil. (Denunciei isto em 2006). Ou alguém ainda não lembra do homem que podia salvar a humanidade — como foi saudado pela imprensa americana — o cacique caiapó Paulinho Paiakan? Paiakan, em cumplicidade com sua mulher Irekran, estuprou barbaramente uma menina. Enquanto o processo se arrastava, Paulinho — são simpáticos os diminutivos! — avisou: se fosse condenado, não sairia de sua reserva. Ameaçou inclusive fazer rolar o sangue dos brancos, em caso de condenação. 
Pois bem: foi condenado. Não fez rolar o sangue dos brancos mas continua em sua reserva, livre como um passarinho. A Polícia Federal, única autorizada a agir em reservas indígenas, com todo seu poder de fogo, não ousou lá entrar para buscar o criminoso. Paulinho zombou do Estado brasileiro, zombou da Justiça brasileira, zombou de sua vítima. E não houve sequer uma feminista que protestasse contra o crime hediondo. A menos que a nação caiapó já constitua um Estado independente do brasileiro — onde estupro não é crime — e ainda não tenhamos sido avisados.
Em meu livro Ianoblefe (1994), citei as denúncias do antropólogo americano Napoleon Chagnon sobre as práticas ianomâmis, em cujas tribos a criança não desejada é morta após o parto. Ao tornar público este segredo de polichinelo, Chagnon foi excluído do universo da antropologia. Segundo a IstoÉ, a prática do infanticídio já foi detectada em pelo menos 13 etnias, como os ianomâmis, os tapirapés e os madihas. Só os ianomâmis, em 2004, mataram 98 crianças. Os kamaiurás matam entre 20 e 30 por ano. Mas entre os sacerdotes que vociferam contra o aborto, você não encontra um só que denuncie estes assassinatos. E tudo isto sob os olhares complacentes da Funai, que considera que os brancos não devem interferir nas culturas indígenas.
É esta mesma Funai que quer proibir a adoção de crianças indígenas pelos brancos. “Índio sofre muito fora da tribo”, dizem os antropólogos. Na tribo, conforme o caso, nem sofre: é enterrado vivo ao nascer. Ou afogado. Ou enforcado.
A reportagem da IstoÉ narrava a história de Amalé, indiozinho de quatro anos, que sobreviveu a um enterramento. Logo que nasceu, foi enterrado vivo pela própria mãe, que seguia um ritual determinado pelo código cultural dos kamaiurás, que manda enterrar vivo aqueles que são gerados por mães solteiras. Para assegurar que o destino de Amalé não fosse mudado, seus avós ainda pisotearam a cova. Duas horas depois, em um gesto que constituiu um desafio a toda aldeia, uma tia apiedou-se do menino e o desenterrou. Estava ainda vivo. Amalé só teria escapado da morte porque naquele dia a terra da cova estava misturada a muitas folhas e gravetos, o que pode ter formado uma pequena bolha de ar.
Antes de desenterrar o Amalé, eu já tinha ouvido os gritos de três crianças debaixo da terra”, relata Kamiru, a tia que o salvou. “Tentei desenterrar todos eles, mas Amalé foi o único que não gritou e que escapou com vida”.
As práticas de eugenia são consideradas criminosas e geralmente atribuídas aos nazistas. Exceto quando praticadas pelos bugres. A Funai, há alguns anos, divulgou uma nota explicando que esse tipo de ritual faz parte da cultura da etnia ianomâmi. "Gerar um filho defeituoso, que não terá serventia numa aldeia que precisa necessariamente de gente sadia é um grave pecado, pois este não poderá cumprir o seu destino ancestral". Para o antropólogo Ademir Ramos, a eutanásia “é uma questão já resolvida para os ianomâmis. Eles precisam de gente saudável na aldeia. Uma criança com deficiência gera uma série de transtornos aos integrantes da tribo". Então, mata.
Os jornais de ontem (23/11) noticiam um crime hediondo cometido ontem por um índio. Por estar carregando um cocar, o líder indígena Paulo Apurinã — uso a linguagem da imprensa — foi barrado por um fiscal do Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e Recursos Renováveis (Ibama) quando tentava entrar na área de embarque do Aeroporto Internacional Eduardo Gomes. Após discutir com policiais federais, ele acabou detido por desacato, algemado e levado à sede da Superintendência da Polícia Federal (PF) no Amazonas, por volta de 13h30. Segundo Sebastião Souza, agente ambiental federal do Ibama, o indígena não poderia embarcar levando seu cocar, alegando que ele era feito de penas de animais silvestres e não tinham o “selo” do Ibama.
Ou seja: matar crianças, estuprar, pode. O que não pode é carregar um cocar.
Fonte:  Janer Cristaldo

terça-feira, 29 de novembro de 2011

A Estranha Conexão Maricá – Rocinha

por Anthony Garotinho
Como escrevi na chamada para esta matéria coincidências existem, mas quando elas se sucedem e envolvem as mesmas pessoas, qualquer um sabe que não pode ser apenas coincidência. Em meio ao noticiário ufanista da prisão de Nem e da ocupação da Rocinha muitos fatos importantes foram deixado de lado, assim como informações relevantes foram sonegadas da população. Mas antes de chegarmos aos dias de hoje, para facilitar o entendimento de vocês e lhes possibilitar tirar as próprias conclusões vamos voltar um pouco no tempo. 
O acordo entre Cabral e o representante político de Nem 
Cabral, Claudinho da Academia e Pezão
Em 2008 é eleito vereador do Rio, o polêmico Claudinho da Academia, presidente da Associação de Moradores de Rocinha. Segundo o Ministério Público vinha a ser o braço-político do traficante e só ele, Claudinho da Academia teve permissão para fazer campanha na Rocinha, além dos promotores terem denunciado também que moradores foram coagidos por Nem a votar no seu candidato. 
Cabral e o PMDB queriam entrar na Rocinha, de olho nas eleições de 2010, e também precisavam negociar a realização das obras do PAC de Lula. O vice governador Pezão foi encarregado da missão de conseguir um acordo político para dominarem a Rocinha. Enquanto vários deputados em primeiro mandato do Rio nunca pisaram no gabinete de Cabral, no Palácio Guanabara, Claudinho da Academia era recebido como tapete vermelho e todas as reverências. Coincidência ou não, depois do acordo, veio a ordem de Beltrame que a polícia não estava autorizada a subir na Rocinha. 
A morte de Claudinho da Academia
Depois da morte de Claudinho da Academia, a ordem
na Rocinha foi para apoiar André Lazaroni (PMDB) 
Em junho de 2010, o vereador Claudinho da Academia morreu de ataque cardíaco. Em cima das eleições estaduais, o espólio político de Claudinho, na verdade pertencente a Nem de quem era apenas um preposto, passa a ser disputado. Mais uma vez Pezão entra em cena para negociar o reduto eleitoral para os seus aliados. Fica então acertado, com a óbvia concordância de Nem, que os candidatos da Rocinha seriam André Lazaroni (PMDB) para estadual e Marcelo Sereno (PT) para federal. Foi o próprio André Lazaroni, hoje Líder do PMDB na ALERJ quem revelou ao jornal O Dia, que Pezão foi avalista do acordo. Já Marcelo Sereno para quem não sabe é um dos homens mais próximos de José Dirceu, era seu assessor na época do Mensalão e foi secretário de Benedita da Silva. Só eles puderam fazer campanha livremente na Rocinha, mesmo sem qualquer ligação anterior com a comunidade. Era ordem do chefe Nem. Como poderão ver abaixo, os dois tiveram uma votação extraordinária na Rocinha. 
Reprodução do site do TSE. André Lazaroni só teve
menos votos que William, que foi o presidente 
anterior  da associação de moradores 
Reprodução da coluna de
 Ancelmo Gois
 (14/11/2011)













A Conexão Maricá - Rocinha 
Os secretários de Maricá:
delegado Alexandre Neto e Marcelo Sereno 
Marcelo Sereno não se elegeu e virou secretário de Desenvolvimento Econômico de Maricá, cidade a 60 km do Rio, administrada pelo prefeito Quáquá, do PT. Lá o secretário de Segurança passou a ser o delegado Alexandre Neto, ligado a Beltrame. Neto conseguiu de Beltrame a indicação para delegado titular em Maricá, do seu amigo Roberto Gomes Nunes, que também é seu sócio. Para quem não está ligando o nome à pessoa foi o delegado Roberto Gomes Nunes que apareceu na prisão de Nem querendo que ele não fosse levado para a Polícia Federal como poderão ver abaixo.
Reprodução da Folha de S.Paulo 
Para quem não sabe, o delegado Roberto Gomes Nunes (titular de Maricá) era sócio do delegado Alexandre Neto em um escritório de advocacia pertencente ao Dr. Otávio Brandão Gomes (ex-presidente da OAB/RJ). O Dr. Otávio Brandão Gomes revelou à CPI das Escutas Clandestinas que demitiu os dois quando descobriu que eles fizeram uma escuta clandestina para grampear os próprios colegas de trabalho. 
Alexandre Neto foi nomeado Secretário de Segurança de Maricá em janeiro de 2011. Logo em seguida, em fevereiro de 2011, ele conseguiu de Beltrame o favor de nomear como Delegado Titular de Maricá o seu sócio MARCELO GOMES. 
Numa outra coincidência, o advogado Luiz Carlos Cavalcante Azenha preso pelo Batalhão de Choque quando escoltava o traficante Nem para fora da Rocinha com uma mala de dinheiro, também é advogado de policiais que foram presos na Operação GUILHOTINA como podem comprovar abaixo. 
Reprodução do site do Tribunal de Justiça do Rio 
Como mostrei na nota anterior reproduzindo uma postagem do site do jornalista Paulo Henrique Amorim, uma das questões que ele coloca é por que o delegado Roberto Gomes Nunes queria levar Nem para a delegacia de Maricá. É bom lembrar que o delegado Roberto Gomes Nunes é amigo e sócio de Alexandre Neto, secretário de Maricá junto com Marcelo Sereno, um dos herdeiros políticos de Claudinho da Academia, sob as bênçãos de Nem
O NEM VAI VIRAR MODELO! COMO O MISTER M, É MOLE?!
A Associação de Moradores da Rocinha 
ONDE ESTÁ O NEM? AQUI ALGUÉM SABE?
André Lazaroni (o da seta da esquerda) e Marcelo Sereno aparecem na propaganda da chapa de Nem, que ganhou a eleição para a Associação de Moradores da Rocinha 
Todos os jornais falam que é preciso realizar novas eleições para a Associação de Moradores, uma vez que a chapa vencedora era ligada a Nem e a votação teria sido sob coação. Como podem ver pela foto acima, essa chapa, sob todas essas acusações de envolvimento com o tráfico, também teve o apoio de André Lazaroni (PMDB) e Marcelo Sereno (PT) que fizerem questão de posar com os demais integrantes. 
Está bem claro que há coincidências demais nessa história, que evidencia claramente o acordo político entre Cabral e seus aliados com o poder da Rocinha, representado por Nem, através da Associação de Moradores. Se deixarem Nem falar, se continuar vivo até lá, muito mais coisas virão à tona - podem estar certos – nessa estranha conexão Maricá-Rocinha.
COMENTO: o histórico de Garotinho não me faz confiar plenamente nas suas afirmações. Porém creio que ele tem razão ao apontar as "coincidências" acima. São muito reveladoras de como se dá a política atual. Não só no Rio de Janeiro, mas em todo o país, o conluio de políticos com "apoiadores" se dá sem que sejam observados princípios morais mínimos. Desde que renda votos ou 'financiamento de campanha', qualquer acordo é bem vindo! Quanto aos advogados presos na companhia de Nem, nem uma palavra mais se leu na "grande imprensa". Ninguém sabe nem ninguém viu!
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segunda-feira, 28 de novembro de 2011

Anistia se Instala na Casa-da-Mãe-Joana

por Janer Cristaldo
O UOL noticia hoje (21/11) que a Anistia Internacional (AI) vai acompanhar de perto a situação da segurança pública nos Estados brasileiros, especialmente o fortalecimento das milícias no Rio de Janeiro, e monitorar o impacto das grandes obras para os megaeventos que o país vai receber em 2014, com a Copa do Mundo, e, em 2016, as Olimpíadas no Rio. Sediado no Rio de Janeiro, o novo escritório da AI ainda está em fase de estruturação, mas já tem iniciado conversas com membros da sociedade civil, setores públicos e privados para ouvir as demandas e queixas de diversos segmentos.
Segundo Átila Roque, o diretor do novo escritório da organização no Brasil, a organização vai enfocar a sua atuação nas questões de segurança pública, de direitos dos povos indígenas e de direitos à moradia, assim como a contínua falta de justiça para os abusos cometidos durante a ditadura militar. Teremos uma agenda da defesa de direitos, e, nesse sentido, grandes eixos de trabalho: uma agenda ampla de segurança pública envolvendo a situação prisional, a polícia, o Estado e a Justiça; a conexão entre desenvolvimento e direitos com reforma do espaço urbano acompanhando a agenda da Copa e Olimpíadas”, disse Roque.
No âmbito do desenvolvimento, o novo escritório da AI irá também acompanhar o impacto das grandes obras de desenvolvimento sobre as populações indígenas e rurais, como a construção de grandes hidrelétricas na Amazônia, como Santo Antônio, Jirau e Belo Monte. “São estas três áreas que sintetizam os assuntos domésticos que a Anistia vai se concentrar”, anunciou o novo diretor.
Onde estamos? Uma organização internacional se instala em um país soberano e pretende assumir as funções do governo? E ninguém diz nada. Nem o governo nem a imprensa. Após a decisão da Anistia Internacional, Dona Dilma, Judiciário, Legislativo, Ministério Público, Exército e polícia se tornam perfeitamente dispensáveis. Pelas declarações deste senhor, será a Anistia quem decidirá sobre a construção de hidrelétricas no país e demarcação de terras indígenas.
Ainda segundo o UOL, as milícias serão um dos pontos de grande atenção por parte dos membros da Anistia no Brasil. “É um assunto urgente. As milícias hoje são o assunto de segurança que mais desafia o Estado e a sociedade. O crime se organiza em torno de um impulso econômico que é bem mais volumoso, corrompe radicalmente o Estado por dentro, as estruturas da polícia, e tem vínculos no Legislativo. É o embrião do que pode ser considerado como uma máfia”, afirmou.
Ora, eu imaginava que o país tivesse uma polícia para tratar do assunto. Pelo que me consta, até o Exército está tentando impor a lei nas favelas. Ao que tudo indica, estas questões serão agora competência da Anistia Internacional. Em qualquer país decente, a arrogância com que o representante da organização se dirige aos brasileiros seria motivo de expulsão sumária do território nacional. Em Pindorama, o tal de Roque anuncia serenamente suas intenções de governar o país.
Que país é este? Cineastas e roqueiros gringos, que sequer têm voz em seus países, sentem-se à vontade no Brasil para determinar qual será nossa política de águas, de energia, de territórios indígenas.
Ano passado, o diretor do estúpido filme Avatar, James Cameron, em visita ao Brasil, criticou nesta a construção da usina de Belo Monte, no Rio Xingu. O cineasta disse que iria pedir apoio de congressistas norte-americanos na luta contra o projeto. “Esta não é uma questão só do Brasil, mas do mundo todo. Vou para Washington para conversar com senadores”, disse. Em junho passado, a Anistia Internacional também pediu a suspensão do projeto de construção, tendo encaminhado o pedido, no dia seguinte, ao Conselho de Direitos Humanos da ONU.
Em novembro de 2009, o cantor britânico Sting reuniu-se em São Paulo com os líderes caiapós Raoni e Megaron Txucarramae, para chamar atenção para a questão da construção da usina hidrelétrica de Belo Monte. Sting explicou que é estrangeiro, e que este é um “assunto brasileiro — mas de todos os brasileiros”. “Há razões econômicas para que seja construída e razões ambientais para que não seja. O povo de Raoni precisa ser parte do processo”, alertou.
Estrangeiro, mas dá seu pitaco em assuntos brasileiros. Não é de hoje que Sting mete sua colher torta em questões nossas. Depois do I Encontro dos Povos Indígenas do Xingu, em Altamira (PA), em 1989, Sting fundou com sua mulher, Trudie, a Rainforest Foundation, que, entre outros projetos, apoiou o reconhecimento oficial de terras indígenas no Xingu. A Rainforest passou a apoiar projetos no Parque Indígena do Xingu, entre eles o monitoramento dos limites do parque para prevenir invasões e o desenvolvimento de um sistema de educação bilíngue para 14 etnias que ali vivem.
Faça um esforço de imaginação, leitor. Imagine uma entidade brasileira pretendendo determinar a distribuição de territórios nos Estados Unidos ou Reino Unido. Só nesta casa-da-mãe-Joana para se admitir tais intervenções.
Há dois meses, eu comentava notícia sobre o cacique Raoni Metuktire, que recebeu o título de cidadão honorário de Paris. A capital da França, como salientava o redator, supondo que os leitores contemporâneos já não mais saibam que Paris é a capital da França. Raoni estava no país em campanha pela suspensão das obras da Usina de Belo Monte, no Rio Xingu (PA). A prefeitura de Paris informou que a escolha de Raoni foi feita baseada na atuação em defesa da Floresta Amazônica e dos povos indígenas do Brasil. Os franceses o consideram uma espécie de símbolo de luta pelos direitos humanos, pelo desenvolvimento sustentável e pela conservação da biodiversidade. Raoni é 12º cidadão honorário de Paris. Ao receber o título, Raoni usava trajes indígenas.
Raoni, se alguém não lembra, é aquele cacique que, nos anos 80, exibia orgulhosamente aos jornais a borduna com que matou onze peões de uma fazenda. Não só permaneceu impune, totalmente alheio à legislação brasileira, como foi recebido com honras de chefe de Estado na Europa. O papa João Paulo II, François Mitterrand e os reis da Espanha, entre outros, o receberam como líder indígena. Raoni, com seus belfos, se deu inclusive ao luxo de expor sua pintura em Paris. Um dos quadros do assassino atingiu US$ 1.600 em uma lista de preços que começava a partir de mil dólares. No final do ano passado, Raoni recebeu o título de Dr. Honoris Causa pela UFMT (Universidade Federal do Mato Grosso).
É este assassino, que se orgulha de seus feitos, que se insurge contra uma hidrelétrica no país. Usina que foi planejada de modo a não afetar territórios indígenas. É este bruto que recebe total apoio de artistas e estadistas estrangeiros.
Nada de espantar que a Anistia Internacional se sinta plenamente autorizada a determinar qual será a política nacional, em termos de polícia, segurança ou territórios e até mesmo da organização da Copa.
Fonte:  Janer Cristaldo

domingo, 27 de novembro de 2011

Na Véspera do Aniversário da Intentona Comunista Brasileira, os Canalhas Colombianos Demonstraram Como Atuam as Viúvas de Marx, Lenin, Stalin et caterva

"Nesta manhã (26/11) foram encontrados, assassinados com 'tiros de misericórdia', quatro militares da Força Pública", disse o Ministro da Defesa da Colômbia, Juan Carlos Pinzón, ao anunciar a triste notícia do assassinato dos militares que estavam em poder da narco-quadrilha FARC, no Departamento de Caquetá.
"Nos dói profundamente na alma. A Força Pública tem a legitimidade e a obrigação constitucional de defender os direitos dos colombianos em todo o território nacional, por isso é necessário adiantar operações militares em todo o território" disse o Ministro da Defesa ao confirmar os combates que se desenvolveram com os bandidos que tinham em seu poder os membros da Força Pública sequestrados há mais de doze anos.
É a seguinte a declaração do Ministro da Defesa:
"Nos dói profundamente na alma, nos dói por suas famílias.
A Força Pública tem a legitimidade e a obrigação constitucional de defender os direitos dos colombianos em todo o território nacional, por isso é necessário adiantar operações militares e policiais em todo o país, precisamente para defender os Direitos Humanos e as liberdades de todos os colombianos.
Há 45 dias tropas das Forças Militares desenvolvem uma operação na zona do município de Solano, em Caquetá. Nessa zona se executavam operações em busca de quadrilheiros das FARC, conforme informações obtidas previamente.
Nessas informações constava a possibilidade de que os bandidos tivessem sequestrados da Força Pública em seu poder.
Nesta manhã (26/11) por volta das dez horas, após ter encontrado pistas na noite anterior, as tropas se aproximaram e entraram em combate, minutos depois desse combate e na zona contígua, foram encontrados em um mesmo local quatro cadáveres. Quatro pessoas assassinadas, três delas com disparos na cabeça, uma delas com disparos nas costas. 
Essas pessoas eram membros da Força Pública sequestrados. Lamentamos profundamente que morram membros dessas instituições, que tenham sido assassinadas de modo indefeso, sem nenhuma possibilidade de defender sua integridade.
Foram covardemente assassinadas com 'tiros de misericórdia'. Havia correntes no local.
Como resultado desse combate, ainda houve um soldado ferido e, adicionalmente, foi capturada uma integrante dessa organização terrorista que portava uma arma de fogo, um fuzil.
A esta hora, estão chegando ao local as unidades de polícia judicial e se está coordenando para que o CTI (Corpo Técnico de Investigação)(*) se faça presente. O que se busca é uma análise detalhada da cena dos fatos e sobretudo uma inspeção dos cadáveres, dos corpos dessas pessoas assassinadas.
Na Colômbia, não podem esses fatos ficarem impunes, esses fatos devem ser absolutamente judicializados.
Nós esperamos que o planeta inteiro, Colômbia inteira, as organizações nacionais e internacionais de Direitos Humanos repudiem este terrível assassinato, este foi um assassinato desnecessário, a sangue frio, com tiros de misericórdia. 
Isto é francamente inaceitável e demonstra a irracionalidade e a falta de respeito pela vida, de respeito pelos Direitos Humanos das pessoas que tem essa organização terrorista das FARC. Só o que lhes importa é a arrogância, uma atitude criminosa, uma atitude que os leva a assassinar com tiros de misericórdia a pessoas em absoluto estado de indefesa depois de anos e anos de sequestro, de abusos, de vexames.
Esses crimes não podem ficar impunes em Colômbia. 
Às FARC e a outras organizações terroristas, lhes reiteramos que são responsáveis pela vida das pessoas que mantém sequestradas. Tem que responder por esse delito de lesa humanidade; tem que responder por esses crimes inaceitáveis.
De verdade, com profunda dor, enviamos uma saudação solidária às famílias; nos dói profundamente que à dor dessas famílias hoje se acrescente, depois de anos e anos de separação de seus seres queridos, sabendo que esses seres queridos estavam sendo maltratados, desonrados, hoje tenham que sofrer com a notícia da partida definitiva desses seres queridos.
Nos dói profundamente - em nossas Instituições existe uma profunda solidariedade - nos dói General Naranjo, nos dói General Navas, nos dói General Mantilla, que homens de suas Instituições tenham sido vilmente assassinados".
Os cadáveres dos quatro militares colombianos assassinados pelas FARC durante uma ação militar nas selvas ao sul do país serão transladados neste domingo para Bogotá.
Os corpos ainda permaneciam, na manhã de domingo, no lugar em que eram mantidos em cativeiro e, até o meio dia serão levados à Base Militar de Três Esquinas e depois à capital.
No mesmo voo, chegará a Bogotá o Sargento da Polícia  LUIS ALBERTO ERAZO MAYA, que esteve sequestrado por mais de 12 anos pelos terroristas das FARC.
O Sargento ERAZO será internado na Clínica da Polícia para exames pois resultou ferido por estilhaços de uma granada.
O Ministro da Defesa da Colômbia, Juan Carlos Pinzón, explicou em uma declaração pública no sábado, que quando ERAZO escutou o ruído que os bandidos das FARC fizeram ao disparar contra seus quatro companheiros, "tomou a decisão de sair correndo". 
Horas mais tarde, o Graduado se encontrou com as tropas e agentes do Corpo Técnico da Fiscalía(*)  (CTI)  que foram enviados à zona para o reconhecimento legal dos cadáveres dos reféns mortos.
Fueron fusilados estando encadenados y desarmados.
Os quatro militares executados foram o Coronel da Polícia EDGAR YESID DUARTE VALERO, o Major da mesma Instituição, ELKIN HERNANDEZ RIVAS e o Intendente-Chefe ÁLVARO MORENO, assim como o Sargento-Mayor (Subtenente) JOSÉ LÍBIO MARTINEZ ESTRADA, do Exército.
Tanto o Coronel DUARTE como o Major HERNANDEZ RIVAS, foram sequestrados em 14 de outubro de 1988 em Paujil, localidade do departamento de Caquetá.
O Intendente MORENO foi sequestrado em 9 de dezembro de 1999, enquanto que o Sargento-Mayor MARTINEZ estava cativo desde 20 de dezembro de 1997 e era o refém mais antigo em poder das FARC.
(*) A Fiscalia é o equivalente colombiano à Procuradoria Geral da República brasileira.
O Sargento da Polícia LUIS ALBERTO ERAZO MAYA logrou evadir-se dos terroristas que o mantinham e se internou na selva. Foi perseguido por três terroristas da organização das FARC, que lançaram granadas durante sua perseguição, disse o Ministro da Defesa.
Pinzón explicou que "o Sargento ERAZO conseguiu esconder-se até as seis e quarenta da tarde. 
LUIS ALBERTO ERAZO MAYA havia sido sequestrado pelas FARC em 9 de dezembro de 1999 em Curillo (Caquetá).
A declaração
"Em meio à profunda dor que nos embarga hoje, pela morte desses quatro membros da Força Pública assassinados vilmente, indefesos nas mãos das FARC, temos uma boa notícia para o país.
Apareceu vivo o Primeiro Sargento LUIS ALBERTO ERAZO MAYA da Polícia Nacional que ficou sequestrado por mais de doze anos.
A informação que temos é a seguinte: No momento em que se escutaram os primeiros disparos, o Sargento ERAZO tomou a decisão de sair correndo. Correu e se internou na selva, segundo informafoi perseguido por três terroristas da quadrilha das FARC, que inclusive lançaram granadas durante a perseguição. Isto lhe causou algumas feridas no rosto e à integridade desse Sargento. 
O Sargento ERAZO conseguiu esconder-se até às 06h40 da tarde quando escutou os ruídos das motosserras que estavam preparando o espaço para pouso dos helicópteros com o pessoal do CTI. Ele se aproximou do lugar onde se encontravam as tropas e foi encontrado por elas, resgatado imediatamente, atendido, estabilizado.
Neste momento se encontra com as tropas em condições razoáveis.
Esta é uma grande notícia para o país. De novo lamentamos, nos dói profundamente o crime dos outros quatro membros da Força Pública porém celebramos esta caso. A vida e o regresso à liberdade do Primeiro Sargento ERAZO da Polícia Nacional".
Fonte:  tradução livre de El Espectador
COMENTO:  lamentavelmente, nossas autoridades ainda se negam a considerar a narcoguerrilha das FARC como terroristas. A cumpanherada do Foro de São Paulo ainda alimenta a esperança de que a canalha colombiana possa se lançar como entidade política legal para auxiliar a implementação da "república socialista latino americana". E a nossa "grande imprensa", refém das verbas de "comunicação social" federais, se mantém quietas, surdas e mudas como "guri cagado"!
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Uma Pequena Homenagem - Intentona Comunista de 1935

por Roberto Siqueira Hoog (*)
Caros amigos,
Em busca de uma forma de homenagear os brasileiros que deram as suas vidas para que o nosso país continuasse livre do jugo da foice e do martelo, e prestá-la, também, aos seus familiares, que foram privados do convívio de seus entes queridos pela sanha revolucionária de uma ideologia historicamente comprovada como assassina, tanto quanto o foi o nazismo, ou mais, elaborei este minúsculo resumo da nossa história, enfocando os anos de 1935 e 1937, desde a Intentona Comunista até a implantação do Estado Novo, por Getúlio Vargas. O texto abaixo foi composto por extratos de diversas fontes e nele foram incluídas algumas opiniões e considerações minhas, próprias de quem tem muita dificuldade em compreender o comportamento humano, quando ensandecido por ideologias que pregam a destruição do mais natural dos direitos do homem. O Direito de Ser Livre.
A minha intenção é a de apenas lembrar a todos aqueles nefastos dias dos anos trinta e assim marcar esta data para que aqueles que deram a vida por nós não sejam esquecidos ou, mesmo, vilipendiados pela história distorcida em seus acontecimentos reais.
Tudo teve início em Natal no dia 23 de novembro, em Recife a 24 e, no dia 26 de novembro de 1935, alastrando-se para o Rio de Janeiro e restante do país.
A 27 de novembro, a revolta explodiu na cidade do Rio de Janeiro, então Distrito Federal, chefiada por um ex-oficial do exército, o ex-capitão Luís Carlos Prestes. O movimento originou-se, de fato, mais cedo, com a fundação da Aliança Nacional Libertadora em março deste mesmo ano, uma organização de fachada, testa de ferro do Movimento Comunista Internacional (MCI). Os líderes comunistas eram tão submissos e obedientes ao Partido Comunista da Rússia, que receberam a ordem para deflagrar a revolução diretamente de Moscou (URSS), e assim o fizeram. Imaginem que algum partido político brasileiro, em qualquer época, fosse controlado e financiado pelos Democratas ou Republicanos norte-americanos ou Conservadores ingleses, utilizando-se, ainda, de seus símbolos e bandeiras. Visualizem o absurdo que seria e como a nossa esquerda iria espernear e gritar em desespero! Pois bem, todos os partidos da esquerda brasileira eram, não posso afirmar que ainda o sejam, controlados e financiados por ditaduras comunistas da Europa ou da Ásia. Além disso, utilizavam-se de todos os símbolos, bandeiras e palavras de ordem delas, o que ainda fazem hoje em dia, em pleno século XXI!
Pois bem, foi na Escola de Aviação que se deu a maior mostra da personalidade e dos métodos revolucionários marxista. Foi lá que, na calada da noite, mais precisamente às duas horas da madrugada, assassinaram diversos colegas que se encontravam em repouso, completamente adormecidos, num repulsivo ato de covardia e deslealdade. Teria sido, este procedimento, antes de tudo, uma tentativa de romper e destruir o ambiente saudável que vigorava nestas organizações, onde a confiança mútua é uma constante? Onde a camaradagem entre todos simboliza a amizade que frutifica no ambiente dos quartéis? Não seria a "mãe de todas as intenções" esta, a de implantar um ambiente de desconfiança e suspeita entre os efetivos? Transformar as amizades em deslealdade e traições? Romper as estruturas sociais e difundir a insegurança, mesmo que ao custo da vida de inocentes?
Superada a surpresa, a reação legalista foi imediata e, na manhã seguinte, todos os comunistas se entregavam às forças do governo. Cessava-se, assim, todo o movimento desta covarde sublevação esquerdista
Logo após a derrota dos grupos comunistas, o General-de-Brigada José Antônio Coelho Netto, Diretor da Aviação Militar, publicou o seguinte texto em Boletim: "...É ainda sob a viva emoção dos trágicos acontecimentos irrompidos nesta Capital, na madrugada de 27 de novembro último, e em que os maiores delitos foram cometidos contra a Nação, enlutando-a e pondo em perigo sua organização social e política, que lamento profundamente a sedição a que foi traiçoeiramente arrastada grande parte da Escola de Aviação Militar, por alguns maus elementos que nela serviam e para os quais a crueldade e a falta de escrúpulos pareciam ser familiares..."
Esta rebelião foi planejada e deflagrada pelo Partido Comunista Brasileiro, com a ajuda de diversos simpatizantes. O seu líder, Luís Carlos Prestes, foi preso após o fracasso do movimento e assim permaneceu até 1945, quando foi posto em liberdade. A seguir, prosseguiu em suas atividades político-revolucionárias, como se nada houvesse acontecido. Mesmo derrotados nesta ocasião, os comunistas não desistiram e continuaram ameaçando a paz e a ordem constituída no país. Estas ameaças, tal e qual havia ocorrido na Itália, levando Mussoline ao poder nos anos 20, na Alemanha, com a ascensão de Hitler ao governo nos anos 30, e na Espanha em 1936, com o Generalíssimo Franco vitorioso, levaram o então Presidente da República, Getúlio Vargas, a dar o seu próprio golpe de Estado, assumindo o poder e instalando um Regime Ditatorial. Foi quando criou, então, o chamado Estado Novo.
NOTA: o Presidente Getúlio Vargas, após derrotar a tentativa de golpe comunista de 1935, que ficou conhecido como Intentona Comunista, dá um golpe e implanta a ditadura do Estado Novo. Esta atitude foi decorrente de uma denúncia oficial de que os comunistas estavam em fase de implantação de um plano para tomar o poder pela luta armada, denominado Plano Cohen (provavelmente este plano nunca existiu). Este governo será caracterizado pelo autoritarismo, pelo centralismo e pelo corporativismo, e será apoiado pelos setores mais conservadores da sociedade. A quarta Constituição é então outorgada, com clara inspiração fascista. Lembrem-se que tudo isso ocorreu devido um plano comunista para tomar o poder no Brasil, através da luta armada nos idos de 1937. A finalidade dele, o Plano Cohen, era derrubar o presidente Vargas e instalar no país um governo de "caráter" socialista. Neste intento, Prestes havia lançado um manifesto onde pedia a deposição do governante e foi este ato que deu início ao estado de sítio no país. Não será necessário enfatizar que quase todos os sindicatos, federações e confederações existentes, bem como todos os órgãos públicos estavam infiltrados pelos comunistas, já encarregados de fragilizar os diversos ambientes. Eles sempre fazem assim, e continuarão fazendo. Não esqueçam deste pequeno detalhe!
Resumindo-se, a rebelião limitou-se a três estados, a saber:
1 - No Rio Grande do Norte, com os comunistas dominando o 21º Batalhão de Caçadores, que entrou em confronto com a Polícia Militar, dominando-a. Este episódio encerrou-se com a chegada à cidade de uma coluna composta de sertanejos, levando os comunistas a abandoná-la e encerrando o movimento.
2 - No estado de Pernambuco, na cidade do Recife, o governante debelou com mão de ferro os ataques às delegacias de polícia e à cadeia pública, bem como o levante de parte da guarnição de Socorro.
3- Na cidade do Rio de Janeiro, na madrugada do dia 27 de novembro, rebelou-se o 3º Regimento de Infantaria e a Escola de Aviação, havendo ocorrido extrema violência em ambos os casos.
Finalmente, estas linhas a seguir, extraídas da página oficial do Comando do Exército, deixam bem claro o comportamento fanático daqueles que teimam em manchar a nossa história com o sangue de seus irmãos brasileiros. "Era novembro de 1935. Eclodem em Natal, Recife e no Rio de Janeiro rebeliões, caracterizadas pela vileza e covardia de seus mentores. A pronta reação do Exército sufocou a Intentona. A imagem dos comunistas vencidos, deixando, com sorriso nos lábios, as ruínas do 3º RI, na Praia Vermelha, após assassinarem covardemente companheiros de caserna, serve de triste epílogo a uma das páginas mais torpes da nossa História Militar. Em 1937, sob pretexto de iminência de novo golpe comunista, com base em hipótese subversiva, o Plano Cohen - é a segunda crise que eclode motivada por documento falso - o Presidente Vargas instaurou, com o apoio das Forças Armadas, a ditadura do Estado Novo. Para assinalar o caráter unitarista do regime, as bandeiras estaduais seriam queimadas em concorrida solenidade oficial, no Rio de Janeiro."
A todos aqueles que lutaram e morreram pela nossa liberdade o meu muito obrigado.
01. Abdiel Ribeiro dos Santos - 3º Sargento
02. Alberto Bernardino de Aragão - 2º Cabo
03. Armando de Souza Mello - Major
04. Benedicto Lopes Bragança - Capitão
05. Clodoaldo Ursulano - 2º Cabo
06. Coriolano Ferreira Santiago - 3º Sargento
07. Danilo Paladini - Capitão
08. Fidelis Batista de Aguiar - 2º Cabo
09. Francisco Alves da Rocha - 2º Cabo
10. Geraldo de Oliveira - Capitão
11. Jaime Pantaleão de Moraes - 2º Sgt
12. João de Deus Araújo - Soldado
13. João Ribeiro Pinheiro - Major
14. José Bernardo Rosa - 2º Sargento
15. José Hermito de Sá - 2º Cabo
16. José Mário Cavalcanti - Soldado
17. José Menezes Filho - Soldado
18. José Sampaio Xavier - 1º Tenente 
19. Lino Vitor dos Santos - Soldado 
20. Luiz Augusto Pereira - 1º Cabo 
21. Luiz Gonzaga - Soldado 
22. Manoel Biré de Agrella - 2º Cabo 
23. Misael Mendonça -Ten. Coronel 
24. Orlando Henrique - Soldado 
25. Pedro Maria Netto - 2º Cabo 
26. Péricles Leal Bezerra - Soldado 
27. Walter de Souza e Silva - Soldado 
28. Wilson França - Soldado 
OBS.: Relação dos militares vitimados pelos revoltosos extraída da página www.ternuma.com.br
Salvador, 15 de novembro de 2003
(*) O autor é Coronel-Aviador da Reserva da Força Aérea Brasileira.
Fonte:  recebido por correio eletrônico

sábado, 26 de novembro de 2011

Relatório Sigiloso da Defesa Comprova Sucateamento do Setor Militar no País

por Tânia Monteiro
Documento sigiloso produzido pelos comandos militares sobre a situação da defesa nacional repassado ao Palácio do Planalto nos últimos dias mostra um sucateamento dos equipamentos das três Forças. Segundo os militares, os dados esvaziam as pretensões brasileiras de obter uma cadeira permanente no Conselho de Segurança das Nações Unidas, além de inibir a participação do País em missões especiais da ONU.
De acordo com a planilha obtida pelo Estado, a Marinha, que em março mantinha em operação apenas dois de seus 23 jatos A-4, não tem hoje condições de fazer decolar um avião sequer do porta-aviões São Paulo. Com boa parte do material nas mãos de mecânicos, a situação da Marinha se distancia do discurso oficial, cuja missão seria zelar pela área do pré-sal, apelidada de Amazônia Azul.
Segundo o balanço, que mostrou uma piora em relação ao último levantamento, realizado em março, a situação da flotilha também não é confortável. Apenas metade dos navios chamados de guerra está em operação. Das 100 embarcações, incluídas corvetas, fragatas e patrulhas, apenas 53 estão navegando. Dos cinco submarinos, apenas dois ainda operam. Das viaturas sobre lagartas (com esteiras), como as usadas pelos Fuzileiros Navais para subir os morros do Rio de Janeiro, apenas 28 das 74 estão em operação. O Ministério da Defesa mantém os dados sob sigilo. A presidente Dilma Rousseff já foi informada das dificuldade que as Forças estão enfrentando e a expectativa, pelo menos da Aeronáutica, é de que a partir do ano que vem o governo retome as discussões em relação à compra dos novos 36 caças brasileiros já que os atuais deixam de voar em 2014.
Queixas.
Já afinado com a caserna, o ministro da Defesa, Celso Amorim, que está há apenas três meses no cargo, queixou-se dos baixos investimentos do Brasil no setor e pediu apoio dos parlamentares para a modernização das Forças Armadas.
Segundo ele, proporcionalmente ao Produto Interno Bruto (PIB), o Brasil é um dos países que menos investem em defesa entre os integrantes dos BRICS, grupo que integra Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul. O orçamento atual da defesa no País representa 1,39% do PIB, enquanto a Índia investe nesta área 2,8% de seu PIB, e a China, 2,2%.
Na Força Aérea Brasileira (FAB), a situação não é diferente. Dos 219 caças que a Força dispõe, há apenas 72 em operação, o que corresponde a 32%. Em março, eram 85 caças em funcionamento.
Dos 81 helicópteros que a Aeronáutica possui, apenas 22 estão voando, o que corresponde a 27% do total. Em março, eram 27 helicópteros em operação. No caso dos aviões de transporte de tropa, dos 174 que a FAB possui, 67 estão em operação, ou seja, 38%. Em março, 100 aviões deste tipo estavam voando. Aviões de instrução e treinamento caíram de 74 para 49 em funcionamento.
Reforço.
Nos bastidores, os militares reclamam e pedem reforço orçamentário. Apontam que quase 90% dos aviões da FAB têm mais de 15 anos de uso, enquanto numa força operacional o recomendável é que, no máximo 50% das aeronaves podem ter mais do que 10 anos de uso. As nove baterias antiaéreas do País estão fora de uso.
O Exército também enfrenta problemas com seus helicópteros. Dos 78 que possui, exatamente a metade está parada. Em relação aos blindados, 40% deles estão parados. A Força terrestre apresenta apenas um número grandioso: 5.318 viaturas sobre rodas. No entanto, essas são na maior parte carros oficiais para transporte de oficiais de alta patente, jipe e caminhões ultrapassados.
A situação é tão precária que todas as 23 aeronaves a jato da Marinha estão nas oficinas da Embraer. Mas só 12 sairão de lá para missões. As outras 11 serão "canibalizadas" para fornecer peças para aos "sobreviventes".

sexta-feira, 25 de novembro de 2011

Porque é Tão Complicado, Para Alguns, Passar o Bastão?

por Glauco Fonseca
Depois de ver um documentário que o Discovery Channel fez sobre a trajetória de Fidel Castro, fica difícil entender como é que as pessoas ainda cultuam a revolução cubana e seus protagonistas. Após seis meses de lua-de-mel em Nova Iorque – sim, meio ano – e um flamante Cadillac comprado à vista para os passeios do casal Castro, Fidel dá uma entrevista ao canal ABC de pijamas, dizendo que Cuba precisava se livrar de Fulgêncio Baptista. Este documento dá a pista de que alguma coisa bem maior do que Castro estava por trás do desembarque do Granma. Logo após a tomada de La Habana, as câmeras mostram Fidel afirmando que logo seriam convocadas eleições gerais para a escolha do presidente e do parlamento cubano. Eu nem me alongo, pois todos sabem que fim levou a promessa de Fidel de largar o osso assim que Baptista fosse derrubado e exilado.
O tempo avança e a destilada “primavera árabe” é tão real quanto Fidel, Zelaya e Bashar Al Assad são democratas. Um golpe militar foi o que aconteceu e acontece no Egito. Houve promessa de democracia? Claro que sim. Os militares egípcios pretendem dar espaço à transição para um governo mais moderno, ao estilo turco? Demonstram que não. República? Transitoriedade de governos para bem da perenidade do estado? Nas vizinhanças muçulmanas, isto ainda é tão provável quanto a monogamia.
Por que as pessoas se apegam tanto assim ao que, supostamente, deveria ser objeto de cuidado transitório? Na área pública, que tipo de espírito baixa e sussurra nos ouvidos de uns poucos, dizendo que a melhor coisa que pode acontecer ao mundo é que elas fiquem exatamente onde estão até a morte, para que sejam aclamadas, eternizadas, transformadas em estátuas? Em que momento algumas pessoas, vendo que as experiências bem sucedidas têm em comum a efemeridade, o tempo definido, o intervalo pré-determinado, imaginam o oposto, que o melhor que pode acontecer é o que delas emana, o ar que exala de seus belas figuras e seus olhares messiânicos?
Toda forma de usurpação é tirania. Aumentar um tempo de mandato, alterando um arcabouço constitucional apenas para postergar o próprio poder é tirania. Aproveitar-se de um cargo para nele manter-se, sem dúvida alguma, é tirania, é mau ensinamento. E por que algumas pessoas inteligentes, experientes, intelectual e culturalmente esclarecidas insistem em não dar ao mundo a chance de sucedê-las?
Agarrar-se ao poder, alimentando-se dele e nele se fortalecendo, exaurindo sua transitoriedade, é a forma mais sórdida de mentir para si mesmo e para os outros. Não passar o bastão, não largar o osso é a maior de todas as desonestidades. Eis o triste motivo pelo qual temos muito mais Imeldas do que Indiras, muito mais Chávez do que Juscelinos e muito mais Kadhafis do que Churchills.
Fonte:  Blog do Prévidi
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segunda-feira, 21 de novembro de 2011

Há Algo de Podre no Reino da Rocinha

por Jorge Serrão
Alguém da inteligência das Forças Armadas, da PMRJ ou da Polícia Federal vazou, na Internet, um e-mail que faz a prisão do traficante Nem cheirar muito mal para o governador Sérgio Cabral. A mensagem anônima denuncia uma proximidade entre o assessor especial do governador fluminense, Jovenal da Silva Alcântara, e “dois advogados muito influentes e poderosos” detidos junto com o famoso narcovarejista da Rocinha que a propaganda oficial promete ser pacificada pela milagrosa UPP (Unidade Padrão de Policiamento).
O e-mail também ironiza a proposta feita pelo secretário de segurança pública José Mariano Beltrame de reduzir a pena de Nem, como uma delação premiada, em troca de informações que colaborem para desbaratar o milionário narcotráfico no Rio de Janeiro. O texto também chama a atenção para a prisão de Nem, quando um delegado da Polícia Civil “aparece do nada” e tenta ficar com a ocorrência, só não conseguindo porque PM honestos do BOPE furaram o pneu do veículo onde o traficante se escondia na mala. O delegado foi convocado ao local da ocorrência pelos advogados também detidos: André Luiz Soares Cruz e Demóstenes Armando Dantas Cruz. A Polícia Federal chegou a tempo e atrapalhou qualquer negociação.
O e-mail ironiza a versão sobre a prisão do traficante. Nem ia fingir que estava sendo preso, quando na verdade estaria se entregando para evitar supostas retaliações: “Essa rendição do Nem era tão secreta, mas tão secreta, que ninguém sabia, nem a Polícia Militar e nem a Polícia Federal, aliás era tão secreta, mas tão secreta, que nem o próprio Secretário de Segurança Pública José Mariano Beltrame sabia, mas Beltrame depois de alertado pela cúpula da Polícia Civil mudou de ideia, e passou a dizer que sabia, e aí? Só um detalhe, o traficante Nem disse várias vezes a Polícia Federal que NUNCA negociou a sua rendição, e que estava fugindo”.
Fonte:  Alerta Total
Veja o conteúdo da denúncia que rola na rede:
INACREDITÁVEL, MISTERIOSO, e SEM EXPLICAÇÃO ...
1. Os três advogados presos juntos com o traficante Nem: André Luiz Soares Cruz (disse ser cônsul honorário do Congo), Demóstenes Armando Dantas Cruz (disse ser funcionário do consulado, porém, além de advogado do traficante “Nem da Rocinha” ele é também Diretor do CONPEJ) e Luiz Carlos Cavalcante Azenha.
2. Os advogados André Luiz Soares Cruz e Demóstenes Armando Dantas Cruz são muito próximo do Dr. Jovenal da Silva Alcântara, Assessor Especial do Governador Sérgio Cabral. Os dois advogados são muito influentes e poderosos.
3. O CONPEJ realizou no dia 18 de maio a sua já tradicional cerimônia de entrega dos certificados aos alunos que concluíram os cursos Periciais nos últimos meses, tanto na modalidade "Presencial" como EAD, com a presença de diversas autoridades e personalidades do executivo e do judiciário, tendo como homenageado especial o Desembargador do Tribunal de Justiça do Estado do Rio de janeiro Exmo. Dr. Reinaldo Pinto Alberto Filho que recebeu a Moção da Ordem do Mérito Pericial pelos relevantes serviços prestados na defesa da atividade pericial e do aprimoramento profissional dos peritos, através de seu brilhante livro “Da Perícia ao Perito”.
Estiveram também presentes a mesa como convidados especiais: o Dr. Jovenal da Silva Alcântara, Assessor Especial do Governador do Estado do Rio de Janeiro; Dr. Cláudio Jorge, Diretor da Fazenda Publica; Dr. Marcos de Oliveira Siliprandi, Diretor de Identificação Civil do DETRAN; Dr. Roberto Barbosa, Delegado de Policia Federal; Dr. Julio César Valente Trancoso, Presidente do Clube de Assistência aos Servidores Públicos; Dr. Demostenes Cruz, Advogado e Diretor do CONPEJ; e Dr. André Luiz Soares Cruz, Advogado.
Fotos da cerimônia de entrega dos certificados:
Na primeira seta (esquerda) vermelha o advogado Dr. Demóstenes Cruz, e na segunda seta (direita) o Dr. André Luiz Soares o "cônsul"
4. Um delegado da Polícia Civil "aparece do nada" quando o traficante Nem da Favela da Rocinha ia ser preso, e tenta ficar com a ocorrência, e tirar o carro sem que o porta-malas fosse aberto, o que só não conseguiu por que PM honestos furaram o pneu do veículo, e a Polícia Federal chegou a tempo.
Esse tal "delegado" teria sido chamado pelos Doutores do "crime", os advogados que davam fuga ao bandido Nem, e já tinham tentado subornar os PM com um milhão de reais.
O tal "delegado" é investigado, e a "cúpula" da Polícia Civil diz que não houve nada de errado, já que a "verdade" era que o traficante Nem estaria negociando a sua rendição.
Mas para ficar mais confuso, o traficante Nem ia fingir que estava sendo preso, quando na verdade estaria se entregando para evitar supostas retaliações, isso tudo é alegado pela "cúpula" da Polícia Civil, conforme a matéria publicada em vários jornais do Rio de Janeiro.
Essa "rendição" do Nem era tão secreta, mas tão secreta, que ninguém sabia, nem a Polícia Militar e nem a Polícia Federal.  Aliás, era tão secreta, mas tão secreta, que nem o próprio Secretário de Segurança Pública José Mariano Beltrame sabia.
Mas Beltrame depois de alertado pela "cúpula" da Polícia Civil mudou de idéia, e passou a dizer que sabia, e aí?
Só um detalhe, o traficante Nem disse várias vezes a Polícia Federal que nunca negociou a sua rendição, e que estava fugindo para São Paulo.
5. Algo de podre no ar....
- O que há escondido por trás da prisão do traficante Nem? Quem são as pessoas, os verdadeiros "tubarões", que protegiam o bandido?
- Como um pessoa, no caso o advogado, Dr. André Luiz Soares Cruz, se passa por Cônsul, comete crime de corrupção ativa (pena de 2 a 12 anos de cadeia) tentando subornar policiais militares com até R$ 1 milhão para ajudar um traficante a fugir, isso sem considerar a possibilidade do crime de associação ao tráfico, e não fica preso?
- Quem realmente é esse advogado, Dr. André Luiz Soares Cruz, e quem são seus amigos?
- Muito estranho essa "estorinha" da "cúpula" da Polícia Civil para tentar justificar a presença desse tal "delegado", eu particularmente prefiro acreditar em duendes, fadas, e coelhinho da páscoa.
- Fica a dúvida no ar, o que há por trás da prisão do Nem?
- Existem fatos que ainda não foram esclarecidos, por exemplo, essa estorinha desse "delegado".
- O traficante nem revelou a Polícia Federal que "policiais" receberiam propina de R$ 500 mil reais por mês. Quem são esse policiais ? E se são policiais messsmo !!!?
Ahhh, se o Brasil fosse um país sério!
Complicado....
A verdade é: “O Nem hoje é um arquivo vivo, e corre sério risco de ser "suicidado", além do que tem muita, mas muita gente mesmo sem dormir no Rio desde que o bandido foi preso.
Que a Polícia Federal cuide da vida do Nem para que ele derrube a república dos bandidos engravatados do Rio.
Fonte:  Sobrevivente na PMERJ
Livre, advogado de ‘Nem’ também sabe demais
Muita água ainda vai rolar nos becos da Rocinha até o esclarecimento da prisão do maior traficante da favela, o “Nem”. Um de seus advogados, André Cruz, o falso cônsul do Congo, é o único em liberdade, após escapar do crime de corrupção ativa, que ele nega, por oferecer propina de R$1 milhão aos policiais na “rendição” de “Nem”. Em uma cerimônia, ele e o pai, que está preso, foram prestigiados pelo assessor especial do governador Sérgio Cabral, Jovenal Alcântara.
Segredo de Justiça
Diretor jurídico do Conselho Nacional dos Peritos Judiciais até a OAB entrar em cena, André Cruz é acusado de supostos estupro e roubo.
Farsa da rendição
O advogado de André Cruz, Luiz Carlos Cavalcanti Azenha, é o mesmo de “Nem”, e foi preso na farsa de que o bandido se entregaria.
Fuga com euros
Subchefe de Polícia Civil do Rio, Fernando Velloso também sustentou a tese, mas omitiu o papel dos advogados de “Nem” na “rendição”.
Defesa do trabalhador
André Cruz, que não quis falar com a coluna, é advogado trabalhista e desapareceu do escritório que dividia com o pai, no centro do Rio.
Fonte:  Claudio Humberto
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