quinta-feira, 30 de julho de 2020

A Máquina Espiã Suíça Usada por EUA e Alemanha

.
A máquina suíça que espionou dezenas de governos durante décadas
Isto permitiu à CIA e ao Serviço de Inteligência alemão ter acesso a comunicações sigilosas.
A companhia suíça Crypto AG fabricou máquinas que forneceram informação secreta de outros governos à Inteligência estadunidense e alemã. Foto:  BBC
Foi uma espionagem de décadas, que começou antes da Guerra Fria e durou até começos deste século.
Os Serviços de Inteligência dos Estados Unidos e Alemanha tiveram acesso às comunicações criptografadas de vários governos graças a uns dispositivos de Crypto AG, uma companhia suíça de criptografia.
A empresa forneceu os aparatos a mais de 120 governos desde fins dos anos 40 até os anos 2000.
O que as autoridades destes países não sabiam era que as máquinas estavam manipuladas e pertenciam em segredo aos governos da Alemanha Ocidental e dos EUA.
Com elas, tanto a Agência Central de Inteligência (CIA) como o Serviço Federal de Inteligência alemão (BND) tiveram acesso a informações criptografadas de vários países, entre eles Irã, Índia, Paquistão, várias nações de América Latina e inclusive o Vaticano.
Assim foi revelado em reportagens do diário estadunidense The Washington Post, da agência alemã ZDF e o canal suíço SRF.
Esses meios tiveram acesso ao historial interno sigiloso da CIA, em que a Operação era descrita como "o golpe do século dos Serviços de Inteligência".
Em 1980, os Oficiais de Inteligência da CIA processavam 40% das comunicações estrangeiras, providas pelos dispositivos Crypto.
A companhia suíça faturou milhões de dólares com as máquinas que foram parar na CIA e no BND.
"Os governos estrangeiros estavam pagando bom dinheiro aos EUA e Alemanha Ocidental por suas comunicações mais secretas, que foram lidas por ao menos dois (ou até cinco ou seis) países", diz um relatório da CIA sobre esta Operação.
O documento indica que Reino Unido, Israel, Suíça e Suécia se encontravam cientes destas atividades e receberam informação recolhida por EUA e Alemanha.
A estrategia permitiu aos EUA monitorar os funcionários iranianos durante a denominada "crise dos reféns", quando um grupo de estudantes do Irã tomou 66 diplomatas e cidadãos estadunidenses como reféns por 444 dias, entre novembro de 1979 e janeiro de 1981.
E, também, fazer chegar aos Serviços de Inteligência britânica informação sobre o Exército argentino durante a guerra das Malvinas e rastrear os movimentos das juntas militares sul-americanas, de acordo com o The Washington Post.
O jornal menciona que a espionagem também afetou  Brasil, Chile, Colômbia, Honduras, México, Nicarágua, Peru, Uruguay e Venezuela.
No entanto, Russia e China nunca confiaram nas máquinas suíças e jamais as usaram.
Em 2018 um investidor adquiriu a companhia suíça original, que passou a chamar-se Crypto International.
Nesta empresa, afirmam que não há "conexão com a CIA ou o BND" e que estão "consternados pelas conclusões dos relatórios".
O governo suíço foi informado desse caso em novembro passado e nomeou a um antigo juiz do Tribunal Supremo da Suíça, Niklaus Oberholzer, com a finalidade de "investigar e esclarecer os fatos".

Aflição na Suíça 
Análise da jornalista da BBC, Imogen Foulkes, desde Genebra, Suíça:
Na Suíça a noticia foi recebida com angustia.
"Nossa reputação foi feita em tiras", escreveu um periodista político a respeito. "Nossa neutralidade é uma hipocrisia", declarou outro.
Havia rumores sobre os negócios turvos da Crypto AG desde alguns anos. Seus empregados suspeitavam de que algo não andava bem.
O governo suíço sabia do assunto. Na verdade, foi um dos poucos que não recebeu uma máquina Crypto alterada pela CIA.
No entanto, é doloroso que os meios internacionais divulguem esta questão.
A revelação volta a por os suíços em evidência, com uma imagem da qual sempre se esforçaram em desfazer: que fariam qualquer coisa pelo preço adequado.
Houve tempos em que seus bancos cuidaram do dinheiro que governantes de fato saquearam aqui e ali, fazendo vista grossa à evasão fiscal em escala massiva.
Se supunha que tudo isto era parte do passado. Mas agora outro setor, o da engenharia de precisão suíça, também tem motivos para envergonhar-se.
Precisamente, a CIA usou Crypto AG pela reputação suíça de neutralidade e qualidade, segura de que isso atrairia a clientes (governos) de todo o mundo.
Suíça ficou com o dinheiro e vendeu as máquinas manipuladas. Agora, todo mundo sabe.

A historia por trás de Crypto
Um inventor russo chamado Boris Hagelin criou uma máquina de criptografia portátil quando fugiu para os EUA durante a ocupação nazista da Noruega em 1940.
O dispositivo era suficientemente pequeno para poder ser usado em campanha e foi fornecido a cerca de 140.000 militares estadunidenses.
Ao terminar a Segunda Guerra Mundial, Hagelin se mudou para a Suíça.
Sua tecnologia evoluiu tanto que o governo estadunidense temeu que deixasse de funcionar como recurso para espiar as comunicações de outros governos.
Mas William Friedman, um descifrador de códigos estadunidense, convenceu a Hagelin para vender os dispositivos mais avançados somente aos países aprovados pelos EUA.
Assim, as máquinas antigas, que a CIA sabia como acessar, foram vendidas a outros governos.
Na década dos 70, EUA e Alemanha adquiriram Crypto e controlaram a quase totalidade da operação, incluindo a contratação de pessoal, o desenho da tecnologia e a estratégia de vendas.
Fonte:  tradução livre de El Tiempo

sábado, 25 de julho de 2020

A Investigação do Ataque à Escola 'Gen. Santander'

Por Justicia
Imagem: Fiscalia General de la Nación
Um juiz de controle de garantias enviou ao cárcere, ontem (13 Jul 20), seis dos oito capturados pelo atentado terrorista contra a Escola de Polícia General Santander, que em 17 de janeiro de 2019 tirou a vida de 22 cadetes.
Estas capturas se registraram desde 2 de julho, em diferentes zonas do país, por parte da Polícia e Procuradoria em uma segunda fase da investigação.
El Tiempo teve acesso ao Informe de Inteligência — sobre o trabalho de infiltração no ELN (Exército de Libertação Nacional)  e aos labores técnicos que após ano e meio permitiram identificar e localizar os capturados por aquele ato terrorista.
A investigação sobre o fato terrorista, é considerada como uma das maiores levadas a efeito na historia recente do país. "Desde o momento da ativação do carro bomba na Escola, 9:46h., se voltaram todas as atividades de Polícia Judiciária, Inteligencia e atos urgentes, em coordenação com a Procuradora para que não ficasse impune", disse a este diário um dos investigadores que esteve a frente do caso.
De fato, de acordo com o documento, os agentes encarregados da investigação realizaram 1.800 atividades de Inteligência, entre elas, a analise de 8 milhões de telefonemas realizados logo após a explosão do carro bomba, o que permitiu, por exemplo, traçar o percurso das motos que acompanharam a camioneta que ingressou na Escola com os explosivos.
Naquela primeira fase foi identificado Andrés Felipe Oviedo Espinel, vulgo Jesús ou 'Barbas' que havia recebido ordens diretas do COCE (Comando Central) do ELN para planejar o atentado. Ele é um dos capturados que o juiz enviou ao cárcere.
"´Jesús' foi identificado por um dos nossos agentes que se infiltrou em um acampamento do ELN   há uns anos  e que recebeu treinamento dele em Inteligência e Contra-inteligência delitiva para não serem identificados nas cidades. Esse acampamento estava em Arauca, mas no lado da Venezuela", disse o investigador.
Também foram autorizadas a interceptação de 165 linhas — que resultaram mais de 35.000 áudios para analisar. Assim como, foram trabalhadas  246 horas de vídeo e se cotejaram 813 imagens. 
"65 evidencias eletrônicas com dados de importância relacionadas com o caso. 10 análises de evidencias genéticas (entre elas em um sapato e um gorro abandonados ao escapar nas motos e nos carros) e 298 buscas seletivas em bases de dados", ressalta o Informe, somado a entrevistas a fontes, retratos falados e outras atividades de Inteligência.
Durante o período de investigação, se realizaram 400 atividades de vigilância e seguimentos (encobertos), "dormíamos nos carros, vivíamos nos carros, eram turnos de 24 e até 48 horas. Com o objetivo de recompilar a informação que nos permitisse relaciona-los com o atentado terrorista", assegurou o investigador.
Jessica Barrientos Castilla, uma das capturadas, foi ludibriada através de um policial "que a conquistou e se tornaram namorados. Ela administrava a loja de queijos localizada a 200 metros da Escola. E pouco a pouco foi contando detalhes que fortaleceram o acervo probatório contra o grupo", assegurou a fonte.
Alem disso, durante este processo os agentes, montaram 45 disfarces para vigiar os hoje capturados, "se passavam por vendedores, mecânicos, trabalhadoras sexuais, técnicos de comunicações, vendedores de doces, cantores, o que fosse", disse a fonte.
"Tínhamos um companheiro infiltrado como morador de rua. Ele estava encarregado de vigiar a um dos cérebros do atentado. Levava mais de uma semana na rua, e em uma manhã, chegou um grupo de vigilância (Polícia), e o levaram. Não pudemos fazer nada, e ele não podia se identificar", relatou o investigador.

Andrés Felipe Oviedo Espinel, o "Jesus" e Angie Lorena Solano Cortés, conhecida como "Maco que na época do atentado formavam um casal , foram capturados em 2 de julho junto a outras seis pessoas acusadas de participação na ativação de 80 quilos de pentolita no interior da Escola.
O Informe de Inteligência divulgado da conta dos movimentos dos dois no dia do atentado, e a forma como se obteve suas identificações e captura depois de ano e meio de seguimentos, escutas e infiltrações para deixar a descoberto seus perfis criminais. O casal, destaca o documento, se encarregou de fazer a espionagem na Escola para perpetrar o atentado.
De acordo com o documento,Jesús’ e ‘Maco’ saíram em uma moto preta de placas CYN-03E do bairro El Tejar, e na transversal 72-F-39, no sul da cidade, começam a custodiar a camioneta carregada com explosivos em seu trajeto até a Escola.
Depois que o veículo ingressa no ponto de ataque, se registra a passagem deles por varias câmaras de segurança até a rua 45-Sul n° 72-J, onde abandonaram a moto e trocaram rapidamente de roupa. 
Nesse local, os investigadores encontraram um par de tênis  que foi processado para obter mostras de DNA ; e foi registrado terem abordado um táxi para continuar sua fuga.
Os agentes de Inteligência da Polícia de Bogotá seguiram seus passos através das câmaras, e os localizaram na Primeiro de Mayo com 45-Sul, onde tomam um segundo táxi que os leva até a rua 60-Sul com Av. 80-D, onde sobem em outro táxi quando o rastro deles é perdido.
Os investigadores, com base nos registros filmados, começam a desenvolver o trabalho de inteligência interna, “e nesse processo, um de nossos homens que esteve infiltrado na zona de refúgio do ELN na Venezuela identifica o vulgo 'Barbas' o 'Jesús'”, disse um dos agentes frente ao caso.
O infiltrado se passou como integrante das células urbanas da guerrilha e recebeu “instrução” de ‘Jesús’. “Só o que nosso agente sabia, era que ‘Jesús’ procedia de Cundinamarca”, destacou o investigador.

Os seguimentos ao cérebro do atentado
De acordo com o investigador, identificado Andrés Felipe Oviedo, ao revisar seus antecedentes constatam que foi integrante de um grupo radical que na época se autodenominou ‘Chamado a Mentes Libertarias’, e que participou em ações terroristas registradas entre 2015 e 2016.
A ‘Jesús’, o localizam em Cajicá, Cundinamarca, e verificam que não tinha um trabalho fixo e que se “mantinha por semanas inteiras encerrado em seu apartamento”. Mas todas as quintas-feiras, sagradamente, sua mãe o visitava, fazia compras e pagava suas dívidas.
Durante mais de um ano, os agentes de Inteligência seguiram 'Jesús', recorrendo a disfarces de vendedores de frutas, habitantes de rua e até como vizinhos do setor.
Chamou a atenção dos agentes que a mãe “de um terrorista treinado e homicida” o acompanhava para pegar um ônibus e lhe dava a benção, nas poucas vezes que saiu.
Nessas esporádicas saídas, os investigadores notaram que tomava “medidas de segurança” que uma pessoa com uma vida normal  não realiza. Em suas visitas a Bogotá, por exemplo, tomava um ônibus, esperava uns minutos, descia e abordava um táxi, e logo depois utilizava o serviço de TransMilenio.
Seu comportamento claramente não era normal, não interagia com seus vizinhos nem falava com outras pessoas, isso nos dificultou um pouco as vigilâncias e seguimentos, mas estamos capacitados para isso, para não perder a pista”, afirmou o homem a frente do caso.
Ressaltou que em um dia ‘Jesús’ tinha o cabelo grande, e logo saiu com ele totalmente raspado, ou retirava a barba. “Durante o ano e meio em que o estivemos controlando, trocou de aparência varias vezes”, pontualizou.
Coevo a isto, ‘Jesús’ aproveitou que ‘Maco’ estava escondida em outro lugar, e teve uma relação sentimental com outra mulher, “a quem fazia dar duas ou três voltas na quadra  para verificar que não a estivessem seguindo  e só depois a deixava entrar em sua casa”, se lê no documento.
Outra das características do cérebro do atentado contra a Escola de Polícia é que não usava celular, e suas comunicações eram feitas através de correios humanos ou internet.

A 'Maco', atraíram um parente
Nesse período, outro grupo se dedicou a descobrir a Angie Lorena Solano, conhecida por Maco, e estabeleceram que poucos dias depois do atentado terrorista ela viajou à Argentina,  para “enfriar-se”, como dizem os guerrilheiros que integram, as células urbanas.
Para lá viajaram homens de Inteligencia, que trabalharam com nossos homólogos da Argentina e a acham em uma residencia universitária, onde já havia feito contato com grupos radicais”, assegurou o investigador.
Ela saiu da Argentina, fez uma parada no Brasil e outra na Venezuela. Finalmente, em 25 de dezembro de 2019 regressa a Bogotá. 
Maco’ foi fotografada mais de 500 vezes durante o processo, e “sempre estava diferente, trocava a cor do cabelo, o corte, usava óculos, lentes de cor, buscava ver-se diferente”, disse o investigador.
No ambiente familiar de ‘Maco’, uma pessoa muito próxima a ela, e que conhecia suas atividades com o ELN  e dado a ter relações extraconjugais  foi identificada.
Com essa informação, infiltramos a uma de nossas agentes de Inteligencia. Ela ganhou a confiança do homem, viam-se quase diariamente e assim conseguimos colectar muitos detalhes, como ‘Maco’ estar organizando outro grupo, base em Bogotá, e estavam recrutando jovens bem como os detalhes de sua viajem à Argentina”, ressaltou o investigador. 
Logo que ‘Maco’ chega a Bogotá, se translada a Manizales, de onde vai para uma chácara, para seguir escondida, ali chegaram os investigadores no dia das capturas. A ‘Jesús’, o capturaram em Zipaquirá, Cundinamarca.
Os investigadores, em especial os de Inteligencia da Polícia de Bogotá, em coordenação com a Fiscalía e a Polícia Judiciária, foram somando um a um os elementos dos seguimentos e infiltrações com o que conseguiram as ordens de captura dos oito implicados, dos quais seis já foram enviados ao cárcere por um juiz.

Os presos:
As provas dão conta de que os processados fariam parte de duas estruturas do ELN, a Frente de Guerra Oriental e a Frente de Guerra Urbana, e desempenharam distintos papéis no ataque que deixou 22 cadetes mortos e 89 pessoas feridas, em 17 de janeiro de 2019.

Planejamento e execução
Pela suposta responsabilidade no planejamento e execução do ataque, um fiscal da Direção Especializada contra Organizações Criminais imputou a:
Andrés Felipe Oviedo Espinel, vulgo 'Jesús ou Barbas', que teria recebido ordens diretas do Comando Central (COCE) do ELN para planejar o ataque à Escola General Santander. Foi imputado pelos delitos de homicídio de pessoa protegida e tentativa de homicídio de pessoa protegida; terrorismo e rebelião. Contra ele também há evidencia de envolvimento na detonação de artefatos explosivos contra duas sedes de PORVENIR em Bogotá (Calle 72 e Puente Aranda), em 2 de julho de 2015.
Angie Lorena Solano Cortés, vulgo 'Maco', acusada de acompanhar em motocicleta o carro-bomba ativado na Escola de Cadetes. Foi imputada por homicídio de pessoa protegida, tentativa de homicídio de pessoa protegida, atos de terrorismo e rebelião. Contra ela, há elementos que a vinculariam diretamente à denominada Frente Urbana Nacional e de participar em algumas reuniões realizadas pelo ELN na Venezuela.
Carlos Arturo Marín Ríos, vulgo 'Marín', imputado por atos de terrorismo. Também teria acompanhado o carro-bomba em motocicleta.
Jessica Catherine Barrientos Castilla, a 'Jessica', seria integrante da Comissão de Finanças da Frente de Guerra Oriental do ELN. Foi imputada como presumível responsável dos delitos de financiamento ao terrorismo e atos de terrorismo, e rebelião.
Miguel Antonio Castillo Rodríguez, alias 'Tonho', proprietário de duas empresas de produção e distribuição de queijos instaladas em Arauca e Bogotá que teriam servido para financiar a ação criminal. Foi imputado pelos delitos de financiamento ao terrorismo, rebelião e atos de terrorismo.
Por solicitação do Promotor do caso, ‘Jesús’ ou ‘Barbas’, ‘Maco’, ‘Jessica’ e ‘Toño’ receberam medida de asseguramento em centro carcerário; enquanto que Carlos Arturo Marín Ríos, vulgo 'Marín', foi beneficiado com detenção domiciliar devido à sua idade e sua condição especial de saúde.

Financiamento
Por sua parte, um Procurador da Direção Especializada contra Lavagem de Ativos imputou a três personas que fariam parte de uma rede criminosa do ELN apontada por lavagem de recursos obtidos de atividades ilícitas e financiar ações terroristas como a da Escola de Cadetes General Santander. Os processados são: 
Carlos Felipe e Luis Sebastián Mateus Vargas, conhecidos como ‘Carlitos’ e ‘Sebas’, seriam, respectivamente, os encarregados dos lácteos que, supostamente, serviram de fachada para legalizar dinheiro da Frente Oriental de Guerra do ELN. O dinheiro obtido teriam sido usados para comprar material de intendência e armas que eram transportados em veículos refrigerados entre queijos e outros alimentos. Por dirigir comercializadoras de derivados 'Carlitos' foi imputado por enriquecimento ilícito. Por sua parte, a Fiscalía indicou 'Sebas' por lavagem de ativos e enriquecimento ilícito. Carlos Felipe e Luis Sebastián são irmãos de Álvaro José Mateus Vargas, vulgo 'O Quejeiro', capturado em maio de 2019 e condenado no final do ano passado a mais de oito anos de prisão por rebelião, concerto para delinquir agravado, e financiamento do terrorismo e de grupos de delinquência organizada.
Angie Daniela Martínez Buitrago, a 'Dani', também chamada 'Arauquenha', que teria manejado durante oito anos milionárias somas de dinheiro sem uma clara procedência. A ela se atribui uma transferência de 1.500 milhões de pesos [cerca de 1,5 milhões de Reais] à estrutura do ELN que executou o atentado à Escola de Cadetes General Santander. Por estes fatos, a Fiscalía imputou-lhe os delitos de lavagem de ativos e enriquecimento ilícito. 'Dani' manteve vínculo sentimental com 'O Quejeiro', durante o tempo que exerceu a atividade ilegal.
Os irmãos Carlos Felipe e Luis Sebastián Mateus Vargas receberam medida de asseguramento em centro carcerário; enquanto que Angie Daniela Martínez Buitrago, a 'Dani', foi favorecida com detenção domiciliar, em atenção a uma enfermidade que padece e requer tratamento médico especializado.
Em outro processo que se segue contra os irmãos Mateus Vargas, a Direção Especializada de Extinção do Direito de Domínio impôs medidas cautelares a vários de seus bens, como a Sociedad Inversiones y Comercializadora Aldama S.A.S.; as lojas Lácteos Villa Yulita, Quesera Los Andes, Distriquesos F.F. e Lácteos Villa Esperanza; além de quatro veículos.
Fonte: tradução livre de Zona Cero 
com imagens de La Voz del Cinaruco

quarta-feira, 15 de julho de 2020

Espionagem Venezuelana na Colômbia

O rastro de Álex Saab na espionagem venezuelana na Colômbia
Na Colômbia, o tema da infiltração tem sido entendido como outro golpe baixo de Maduro para envolver o país em seu conflito. Imagem: El Tiempo.
Primeiro foi Nicolás Maduro depois, Manuel Cristopher Figuera, General do Exército venezuelano no exílio. Ambos disseram que agentes do regime venezuelano recrutaram membros das Forças Armadas da Colômbia.
Jorge Rodríguez, ministro de Comunicações do regime, também assegurou que, por essa via, lograram desarticular a operação de mercenários contra Maduro (de março passado), batizada ‘Gedeón e qualificada por alguns como um fiasco e por outros como uma encenação.
Venezuela enviou uma equipe legal para tentar liberar Álex Saab em Cabo Verde.  Foto: Portal La Patilla
Na Colômbia, o tema da infiltração tem sido interpretado como outro golpe baixo de Maduro para envolver o país em seus problemas. Mas a atenção sobre o caso cresceu devido ao suposto papel que o capturado Álex Naín Saab  agente do regime e considerado fantoche de Maduro — teria nessa infiltração. Declarações do ex-presidente Andrés Pastrana também ajudaram a inflar a relevância do assunto.
Também, seu colega, o ex-presidente Álvaro Uribe, se referiu à suposta espionagem de agentes de Cuba, e essas afirmações inquietaram a Inteligência do Exército que, em meio aos casos de catalogamentos ilegais, desenvolviam uma investigação sobre esse tema denominada ‘Orinoco’ (ver texto ao final).

Mulher de Maduro  a ligação
No caso de Saab, a fonte primaria é o general venezuelano Figuera, ex-diretor do Serviço Bolivariano de Inteligência Nacional (SEBIN).
El Tiempo o localizou e ele revelou que teve um contato com Saab, em 27 de fevereiro de 2019, através da primeira dama da Venezuela, Cilia Flores, após o colombiano ter sofrido o incêndio de um depósito com alimentos no porto de La Guaira.
Recebi um chamado pela rede social WeChat de Cilia Flores, me solicitando, em nome de Maduro, que mandasse uma equipe de investigação ao porto, para determinar a causa do incêndio em um dos depósitos do empresario Alex Saab e me enviou seu contato. Logo depois, escrevi uma mensagem a Maduro para confirmar e ele me respondeu ‘Ok’”, narra o general.
E acrescenta que enviou uma equipe de especialistas para que revisassem gravações de vídeo e entrevistassem os possíveis responsáveis: “Coordenei tudo com o empresario. Por volta das 14 horas, Cilia Flores voltou a chamar, me solicitando alguma novidade sobre a investigação e a dizer que o presidente estava muito atento. Ato seguido, chamei ao empresario Saab, e lhe disse que se acreditava que a equipe de investigação não estava fazendo bem o trabalho, que reclamasse a mim.

¿Plano contra ex-presidentes?
De acordo com Figuera, para acalmar os ânimos, Saab se pôs a suas ordens.
Me disse espontaneamente que tinha muitos contatos com empresários, banqueiros, militares e pessoas da Inteligência da Colômbia; lhe perguntei se eram confiáveis, me respondeu que ‘totalmente’. ‘Muito interessante’, eu disse. Nesse ponto me convidou para tomarmos um café e disse que me poria em contato com eles. O encontro nunca se concretizou, mas me ficou claro que Saab era um dos ‘cavalos de Troya’ de Maduro”, explicou Figuera a este diário. E assegurou que quando a Colômbia o acolheu temporariamente, também revelou isto às autoridades.
Ainda que Figuera não tenha dado nomes nem graus [hierárquicos], porque não se reuniu com Saab, após suas declarações o ex-presidente Andrés Pastrana também falou da infiltração venezuelana.
Em recentes declarações, Pastrana afirmou que, por sua importância, Saab é a ‘joia da coroa’ e que  a Colômbia não devia descartar pedir sua extradição, no caso de não ser enviado a Miami. Também disse que Maduro tem infiltrado Órgãos de Inteligência colombianos.
E, para NN24 acrescentou, citando a Figuera: “Álex Saab era o que tinha altos generais da Polícia e da Inteligência colombiana comprados, informação que  o ministro Carlos Holmes Trujillo conhece e não se tem feito nada”.

'Uma infâmia'
O General Juan Carlos Buitrago, diretor da Polícia Fiscal e Aduana, entregou detalhes da operação. Foto: Polícia Fiscal e Aduana (POLFA).
Pastrana não quis dar detalhes da informação que entregou ao ministro. Todavia, fontes próximas a ele disseram que estaria vinculada a um suposto plano para atentar contra o ex-presidente Uribe e contra ele. E asseguram que o nome do General (r) Juan Carlos Buitrago, oficial que liderou as investigações contra Saab, apareceu na conversação com Carlos Holmes Trujillo.
Buitrago rompeu seu silencio sobre esse tema e disse que é uma infâmia tentar vinculá-lo com o regime ou com Saab, a quem perseguiu junto com a DEA e a CIA.
As infâmias que me impingem, de ter vínculos com o regime de Maduro e os cubanos, e de estar dirigindo um atentado contra um ex-presidente da República, financiado por esses dois regímens, assim como da existência de Generais da República infiltrados pelo SEBIN, não só são ridículas, parecem ficção científica, ninguém acredita nisso, nem sequer o círculo mais próximo dos que fizeram a denuncia. Tampouco a oposição venezuelana e, menos ainda, as autoridades americanas. Estes me conhecem, são testemunhos de exceção e sabem que não é correto. Tudo isto está como para uma serie de Netflix que eu qualificaria como ‘asquerosamente irresponsável’, e que busca desqualificar a nós que temos perseguido frontalmente e sem descanso as mafias do contrabando, a lavagem de dinheiro e o regime de Maduro”, assegurou Buitrago.
E acrescentou: “Mais grave ainda, revelaram e expuseram minha identidade, a de um General da República que liderou operações de alto risco em matéria de Contrainteligência de Estado, com informação classificada de ultra secreta e pondo em perigo minha vida e integridade e a de minha família, ao converter-me em alvo do regime do vizinho país”.
Foi perguntado ao ministério de Defesa sobre o tema, mas não houve uma resposta.
Oficiais de Inteligência asseguraram que tem expulsado os agentes venezuelanos que vem espionar na Colômbia e que, nessa linha de investigação, se estão indagando todas as versões. Por enquanto, a extradição de Saab para os Estados Unidos segue seu curso desde Cabo Verde.

O caso 'Orinoco'
O senador Álvaro Uribe registrou no Senado que seu nome apareceu em uma das pastas apreendidas no Batalhão de Inteligência Cibernética. 
Foto: Carlos Ortega - El Tiempo
Em 9 de junho, o senador Álvaro Uribe observou oficialmente ante o plenário, advertindo que seu nome havia aparecido em uma das pastas capturadas no Batalhão de Ciber-Inteligência do Exército.
Além de dados sobre pessoas intimas a ele, em uma das pastas havia uma mensagem que enviou por suas redes em que falava de uma suposta espionagem de agentes cubanos, informação que, disse, lhe havia sido fornecida pela oposição venezuelana em 2014.
Se estabeleceu que a mensagem de Uribe sobre a suposta espionagem foi arquivada em uma pasta marcada com o nome de ‘Orinoco’. Ali, a Inteligência do Exército guardava dados e análises sobre o assunto tendo assinalado um cidadão cubano vinculado a diplomáticos e a políticos.
Haviam feito rastreamentos em episódios nos Estados Unidos, vinculados a Elián González, o célebre fugitivo cubano. E tinham documentadas trocas de mensagens sobre temas da Colômbia. A pasta inclui um robusto organograma com os contatos de ‘Orinoco’ e com suas atividades no país.
El Tiempo estabeleceu que se tratava de um dos chamados alvos legítimos, que terminou misturado com fichamentos ilegais de jornalistas, funcionários e políticos.

UNIDAD INVESTIGATIVA
u.investigativa@eltiempo.com
Fonte: tradução livre de El Tiempo

quinta-feira, 2 de julho de 2020

Empoderada — Mary Ellis: Piloto da II Guerra Mundial que Sobreviveu a Acidentes e Bombas Nazistas

Numa época em que as mulheres no "cockpit" eram criticadas, Ellis fez seu nome levando aviões às bases da RAF para ajudar no esforço de guerra

"Ocasionalmente, pegava um Spitfire e ia brincar com as nuvens" (AFP-Getty)

No auge da Segunda Guerra Mundial, Mary Wilkins, 26 anos, medindo 1,80m, sem capacete e com cabelos loiros encaracolados, desceu da cabine de um poderoso bombardeiro bimotor Wellington pronto para o combate, em uma base da Royal Air Force na Inglaterra.
"Onde está o piloto?" perguntou alguém da equipe de terra.
"Eu sou o piloto!" ela respondeu.
Como piloto voluntária do ATA (Air Transport Auxiliar) da Grã-Bretanha, seu trabalho era levar aviões de guerra — caças Spitfire e Hurricane, os famosos Wellingtons (apelidados de Wimpys), bombardeiros Lancaster e mais de 70 outros tipos de aeronaves militares — das fábricas às bases, onde eram entregues aos pilotos homens da RAF e da frota aérea da Marinha Real. Ela trouxera o Wellington — construído para uma tripulação de cinco homens — sozinha, desde sua fábrica.

"Bem, eles não acreditaram em mim", escreveu ela em suas memórias, A Spitfire Girl. "Um ou dois deles ainda decidiram subir a escada para checar o avião à procura do piloto 'desaparecido' ... Eles simplesmente não podiam acreditar que as mulheres podiam pilotar esses aviões".

A morte de Mary Wilkins Ellis (seu nome de casada) aos 101 anos — um ano a mais que a própria RAF — foi confirmada por Graham Rose, presidente da Associação do Transporte Aéreo Auxiliar. A organização trabalha para garantir que os pilotos da ATA — incluindo a mãe de sua presidente, Molly Rose — sejam lembrados.
Ellis morreu em sua casa, ao lado de uma pista em Sandown, na Ilha de Wight, na costa sul da Inglaterra.
Ela foi uma das últimas mulheres piloto sobreviventes da ATA. Apenas três delas ainda estão vivas.
As “Attagirls”, como eram apelidadas, quase sempre voavam sozinhas, sempre sem bússola ou rádio-assistência, guiando-se através de mapas e seguindo rios ou linhas ferroviárias. Principalmente britânicas, mas incluindo várias voluntárias americanas, canadenses e de outros países aliados.  Elas não voaram em combate, mas enfrentaram o perigo diário de ataques de caças da Luftwaffe  e colisões com os enormes balões de barragem flutuando ao redor do sul da Inglaterra como obstáculos antiaéreos ao voo baixo de aviões inimigos.
Ellis certa vez teve que tomar medidas evasivas para evitar uma bomba voadora nazista mortal, conhecida como "doodlebug" ou "bomba zumbidora" por causa de seu barulho. Com o avião desarmado, ela não pôde fazer nada para impedir que atingisse seu alvo em Londres ou em outro lugar.
Em seu livro de memórias de 2016, co-escrito com a jornalista Melody Foreman, ela lembra de estar sobrevoado Pershore em Worcestershire, quando um avião de combate da Luftwaffe com marcas suásticas pretas voou ao seu lado.
"Com uma mão, acenei para este piloto para ele se afastar e sair da minha vista", escreveu ela. “Eu posso lembrar seu rosto sorridente agora. Então ele acenou atrevidamente de novo e de novo — e de repente ele se foi. Eu me perguntei se eram meus cachos loiros que o levaram a me encarar, pois eu nunca usei capacete em toda a minha carreira na ATA. Qual era o sentido de um capacete quando não podíamos falar com ninguém? Também não fez muito pelo penteado.
Ela também foi atingida em Bournemouth, no sul da Inglaterra, por um "fogo amigo" do chão ("não é uma experiência que eu queira repetir") e quase morreu ao aterrissar em uma névoa espessa ao mesmo tempo em que um Spitfire de combate aterrissou na mesma pista e na direção oposta. Entre suas camaradas, esse episódio ganhou o apelido de "Fog Flyer".
Ela também sobreviveu a um pouso forçado quando o trem de pouso do Spitfire atolou. Durante a guerra, o ATA entregou mais de 309.000 aeronaves usando 1.152 pilotos do sexo masculino e 168 mulheres. Perdeu 159 homens e 15 mulheres em acidentes, geralmente devido ao mau tempo ou a bases aéreas tão bem camufladas que não foram encontradas.
Um dos mortos foi uma boa amiga de Ellis, a renomada aviador inglesa Amy Johnson, a primeira piloto a voar sozinha da Inglaterra para a Austrália. Em um voo de entrega do ATA, o avião Airspeed Oxford que pilotava caiu no estuário do rio Tamisa, perto de Londres, em 1941, e seu corpo nunca foi recuperado.
Ao fim das contas, Ellis, homenageada com o posto de primeira oficial da ATA, pilotou mais de 1.000 aviões de guerra de 76 tipos — incluindo 400 Spitfires — entre mais de 200 aeródromos britânicos de 1942 até o final da guerra em 1945.

Em uma família com cinco irmãos, Mary Wilkins nasceu em 1917, na fazenda de 405 hectares de sua família, perto da vila de Leafield, em Oxfordshire.
Ela tinha oito anos quando seu pai a levou em um voo em um biplano Havilland DH-60 Moth de dois lugares. Ela ficou viciada. Quando adolescente, ela convenceu o pai a pagar aulas de voo e conquistou sua licença de piloto aos 22 anos em 1939, no momento em que a guerra se aproximava.
Após a Batalha da Grã-Bretanha em 1940, quando a RAF repeliu com sucesso a Luftwaffe, mas a um alto custo, ela ouviu um anúncio na rádio da BBC para pilotos qualificados para ajudar no esforço de guerra.
Críticas, até indignações, se seguiram rapidamente. CG Gray, editor fundador da revista britânica Airplane, estava entre as vozes mais ardentes contra as mulheres no cockpit. "A ameaça é a mulher que pensa que pode voar em um bombardeiro de alta velocidade quando ela realmente não tem inteligência para esfregar o chão de um hospital adequadamente", escreveu ele.
Anos depois, Ellis lembrou: "As meninas que pilotavam aviões eram quase um pecado naquela época".
A Grã-Bretanha precisava muito de pilotos de combate, mas não havia o suficiente para entregar aviões e combater o inimigo neles. Assim foi fundado o ATA em 1940, para permitir que pilotos aptos para o trabalho, mas não prontos para o combate, apoiassem a RAF e o Fleet Air Arm. A missão era levar aviões da fábrica para a base, ou vice-versa para reparos.
Quando o ATA foi dissolvido no final da guerra, Ellis foi destacada para a RAF e se tornou uma das primeiras mulheres a pilotar o primeiro caça a jato da Grã-Bretanha, o Gloster Meteor. Após seu licenciamento, ela se tornou piloto de rally; ao volante de seu carro esportivo preto Allard, com o qual venceu muitas competições, incluindo o Rally da Ilha de Wight.
Tendo se estabelecido na ilha, tornou-se administradora do aeroporto de Sandown, na ilha de Wight, em 1950. Pensa-se que ela foi a primeira mulher a administrar um aeroporto na Europa e, nas duas décadas seguintes, fez de tudo, desde trabalhar na torre de controle, correr para afastar ovelhas e acenar guiando as aeronaves em direção ao terminal. Ela até cortou a grama e ajudou o aeroporto a se transformar em uma pista movimentada, com voos entre a Ilha de Wight e muitas cidades inglesas do continente.
Ela se casou com o piloto Donald Ellis em 1961. Ele morreu em 2009 e eles não tiveram filhos.
No ar, você está por sua conta”, Ellis disse a um entrevistador de TV britânico quando completou 100 anos. "E você pode fazer o que quiser. Eu voei 400 Spitfires. Eu amo o Spitfire. É o favorito de todo mundo. Eu acho que é um símbolo da liberdade. E ocasionalmente eu pegava uma e ia brincar com as nuvens. Eu gostaria de fazer tudo de novo. Houve uma guerra, mas por outro lado foi absolutamente maravilhoso".
Mary Wilkins Ellis, nascida em 2 de fevereiro de 1917, faleceu em 24 de julho de 2018.
© Washington Post
Fonte: tradução livre de The Independent
COMENTO:  Mary Ellis, ex-piloto do ATA — Air Transport Auxiliary — da RAF, foi homenageada quando da produção do documentário “Spitfire”.
No vídeo abaixo, Maxi Gainza, proprietário do Spitfire Mk VIIIC, matrícula ZX-M, explica que aquele avião em particular foi pilotado por Mary Ellis em 1944, quando ela assinou seu nome no cockipt, visível até hoje. No vídeo, muito emocionada, Mary revê o “seu Spitfire”.
Duas semanas após o lançamento do filme, evento em que foi ovacionada pelo público expectador, Mary Ellis, a última Spitfire Girl, faleceu aos 101 anos. Grandes almas jamais morrerão.....