domingo, 31 de julho de 2022

Zelensky e a Inteligência Ucraniana

Ainda nesta semana, Zelenski demitiu seu chefe dos Serviços de Inteligência, o nº dois do Conselho de Segurança Nacional e Comandante das Forças Especiais do Exército ucraniano.
Nesta semana, o presidente da Ucrânia, Volodimir Zelenski, demitiu o número dois do Conselho de Segurança Nacional e Defesa da Ucrânia, Mijailovich Dmchenko, e o Comandante das Forças Especiais do Exército ucraniano, Gregori Galagan.
No passado 17 de julho Zelenski anunciou ter destituído tanto o chefe do Serviço de Inteligência da Ucrânia (SBU), Ivan Bakanov, quanto a Fiscal-Geral do país, Irina Venediktova em um decreto presidencial.
No dia seguinte Zelenski anunciou que Ivan Bakanov — que, até então, formava parte do círculo mais íntimo do presidente ucraniano — seria substituído de forma “temporária” como chefe dos serviços de Inteligência.
Segundo o decreto publicado na web da Presidência da Ucrânia, Bakanov foi destituído de conformidade com o Artigo 47 do Estatuto Disciplinar das Forças Armadas da Ucrânia, que alude à falta de desempenho (ou desempenho inadequado de) deveres de serviço com o consequente custo de vidas humanas”.
Contudo, Zelenski publicou no Telegram que ambos estão acusados de protagonizar atos de traição contra Ucrânia após a divulgação de casos de funcionários ucranianos que presumivelmente colaboravam com a Rússia.
Em comentários publicados em “Kiev Independent”, Zelenski também teria revelado que as conexões que se registraram entre os empregados das forças de segurança da Ucrânia e os serviços especiais da Rússia apresentam perguntas muito sérias aos líderes relevantes.
Mais além das declarações sobre as suspeitas de “alta traição” de Zelenski no Twitter, a Presidência ucraniana reforça que os citados não estão exonerados, somente “afastados de seus cargos” enquanto é investigada sua implicação em supostos delitos de colaboração com o inimigo que teriam sido cometidos.
Segundo diversos informes mais de trinta anos depois da dissolução da União Soviética, os serviços de Inteligência russos e ucranianos tem mais em comum do que parece, sobretudo quanto à burocracia de estilo soviético e à corrupção interna.

¿O Ocidente pode confiar na Inteligência ucraniana?
Essas revelações poem à mostra o processo anunciado por Zelenski de “limpar” a possível presença da Rússia em seus círculos mais íntimos e, após os supostos casos envolvendo pessoal de Inteligência nos territórios ocupados pelos russos, que estariam colaborando com Moscou.
Segundo o técnico em Inteligência, Joseph Fitsanakis, a situação é “especialmente problemática” precisamente nas zonas sob controle russo. “A medida que os ucranianos comuns, assim como os funcionários do governo, estão tratando desesperadamente de sobreviver nas áreas ocupadas, enfrentam o dilema de deixar seus postos de trabalho ou continuar trabalhando com a esperança de receber um cheque de pagamento mensal muito necessário. Se elegem esta última opção, Zelensky e seu governo podem acusa-los facilmente de colaboracionistas”, explica em Intelnews.org.
Além disso, segundo Fitsanakis, este enfoque, somado às purgas na Ucrânia, pode criar as “condições previas de uma guerra civil” que “descarrilharia” os esforços ocidentais de apoiar a Ucrânia na guerra.
Expertos e analistas se perguntam se é legítimo desconfiar que os serviços de segurança e Inteligência da Ucrânia sofram intromissão russa, e até se podem confiar em seus homólogos ucranianos. A resposta é invariavelmente, não. De fato, sequer os próprios ucranianos estão em condições de confiar nos seus próprios serviços de Inteligência, declara Fitsanakis.
Neste sentido, é curioso como Zelenski, neste contexto de desconfiança de haver possíveis traidores em áreas sensíveis como a Inteligência ou a Segurança em seu próprio país, basearia suas decisões nas informações obtidas pelos serviços de Inteligência de outros países como Estados Unidos ou Reino Unido.
Recordemos que foram precisamente estes dois serviços de Inteligência os que majoritariamente alertaram sobre a invasão russa à Ucrânia, inclusive meses antes de que ocorresse, em uma estratégia de comunicação de Inteligência nunca antes vista.

Procedimentos penais relacionados com “alta traição”
Na mesma comunicação oficial em que anunciava a restrição de seu chefe de Inteligência, Zelenski também mencionava a detenção do antigo chefe do SBU para a Crimeia, Igor Kulinich, por imputação de traição. O presidente o havia destituído em março, a poucos dias de começar o conflito.
Os empregados da Oficina Estatal de Investigação junto com o Serviço de Segurança da Ucrânia detiveram o ex-chefe da Direção Principal do Serviço de Segurança da Ucrânia na República Autônoma da Crimeia. Essa pessoa foi despedida por mim no começo da invasão em grande escala e, como podemos ver, essa decisão estava completamente justificada. Foram recopiladas provas suficientes para indicar essa pessoa como suspeita de traição, declarou.
Todos os que, junto com ele formavam parte de um grupo criminoso que trabalhava em interesse da Federação da Rússia também terão que render contas. Se trata da transferência de informação secreta ao inimigo e outros fatos de cooperação com os serviços especiais russos”, disse.
Segundo o presidente ucraniano, até hoje se registraram 651 procedimentos penais relacionados com as atividades de traição e colaboração dos empregados das Procuradorias, os órgãos de investigação previa ao juízo e outros organismos encarregados de fazer cumprir a lei. “Em 198 procedimentos penais, se notificou a suspeita das pessoas pertinentes. Em particular, mais de sessenta empregados da Procuradoria e do Serviço de Segurança da Ucrânia permaneceram no território ocupado, e estão trabalhando contra nosso estado”, assegurou Zelenski.
Por último, o presidente ucraniano informou sobre a próxima nomeação de um novo responsável pela Procuradoria Anticorrupção do país, assim como o de uma agência adicional contra a corrupção, de caráter independente, tal como havia solicitado a presidente da Comissão Europeia, Úrsula von der Leyen, como condição para alavancar a adesão da Ucrânia à União Europeia.

Fonte: tradução livre de LISA News

terça-feira, 5 de julho de 2022

Eis o Que Pode Ser Nosso Futuro

A escola liberal preconiza, quase como dogma, que o Capital depende do Trabalho e vice-versa, estipulando um círculo virtuoso desta relação.
Este dogma não é absolutamente verdadeiro, vez que, sim, o Capital empregado na Economia Real, aquela vinculada à produção, tem a virtuosidade de acionar a Equação de Keynes: Emprego > Renda > Consumo > Lucro > Reinvestimento na Produção > Poupança > Produção > Emprego > Renda, e assim por diante, o que explica o ciclo virtuoso relacionado ao termo macroeconômico de crescimento econômico anual do Produto Interno Bruto (PIB), quando atrelado à Economia Real.
Contudo, quando se fala em Economia Financeira, o ciclo é vicioso e é a maior causa desta guerra que se trava, por enquanto, somente por enquanto, na Eurásia, entre Rússia e Ucrânia, que tende a se espalhar por toda a Europa, envolvendo diretamente a China e os Estados Unidos, numa guerra que promete ser nuclear, química e bacteriológica e que provocará, se acontecer, centenas de milhões de mortos.
Explico: A Economia Real tem lastro real, concreto, em moeda norte-americana, na casa aproximada dos 60 trilhões de dólares, enquanto os bancos alavancam um giro de cerca 300 trilhões de dólares, o que equivale dizer que a economia global tem 230 trilhões de dólares meramente contábeis, não físicos, e sim, virtuais, empenhados em títulos governamentais colocados no mercado.
Aí entra outro termo que sempre se ouve e pouco se explica, chamado “spread”, que nada mais é que o índice de risco dos títulos públicos de cada país, representados por seus bancos centrais.
Quanto maior o “spread” (risco), maior será a taxa de juros que os bancos centrais ofertarão no mercado, ou seja, países que são qualificados por agências internacionais, como a Goldman-Sachs  nem sempre honestas e isentas, mas quase sempre servis a interesses das grandes corporações e holdings financeiras (e que lhes pagam regiamente para direcionar o mercado financeiro global) , tidos como países de risco, estes verão o seu desenvolvimento, cada vez mais, a cada dia, a cada mês, a cada ano, se atrasar, e sua população carecer de bens, serviços e infraestrutura, onerando o povo a pagar, via impostos, taxas e que tais, os juros das dívidas expressas nos títulos, quanto aos valores e prazos.
Em poucas palavras, as corporações financeiras, sobretudo, os grandes bancos, sugam do emprego, da produção, da renda, recursos, empobrecendo os povos e os países, para se locupletarem de lucros escabrosos para a presidência das instituições, diretorias e acionistas.
Some-se ao quadro a questão monetária, no sentido que o Ocidente  lendo-se Ocidente como sendo: Estados Unidos da América, Canadá e Europa Ocidental da Zona do Euro , depois da decisão de 1973, do presidente Nixon, da República dos EUA, de que não mais se tem a obrigação em lastrear a sua moeda em ativos reais, passaram a emitir moeda a rodo, de forma absolutamente irresponsável.
Evidente que o “lastro” destas moedas, sobretudo, Euro e Dólar, se fixa nos critérios do crescimento do PIB, sendo que, o desempenho das corporações financeiras, passaram a integrar o cálculo do PIB de cada país.
Equivale escrever que os lucros estratosféricos advindos com a negociação dos títulos no mercado e com a concessão de créditos a juros compostos, pelos bancos e instituições financeiras  integrantes da Economia Financeira , se expressam como “crescimento” do PIB, de forma desvinculada dos índices que expressam o crescimento das empresas voltadas à produção, que integram a Economia Real.
Sabido que o BRICS (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul), é um bloco que se distingue, antes tudo, pelo tamanho territorial dos respectivos países, e pela abundância de seus recursos naturais e tecnológicos.
Evidente que o sistema financeiro e monetário imposto pelo Ocidente Mundialista, é altamente prejudicial à macroeconomia do bloco BRICS, que além de tudo, deve obrigatoriamente, negociar em dólar norte-americano nos mercados internacionais da Economia Financeira e da Economia Real também.
É esta dissonância, é esta desarmonia, é este desiquilíbrio, a causa maior, principal, da Guerra da Ucrânia, na qual China e EUA se digladiam num braço de ferro que tende a colocar fogo no planeta; com a Rússia  armada até os dentes, e que teve oito anos para planificar a guerra e suas consequências, sobretudo, econômicas , sufocando a Zona do Euro, apertando a sua garganta com corte no fornecimento de gás, enquanto exige que seus créditos sejam pagos em rublos, moeda lastreada toda em ouro.
De feita que não é difícil imaginar que a se continuar assim, o sistema financeiro ocidental quebrará, expondo-se a podridão dos títulos alavancados no mercado financeiro global, não mais bastando, como ocorreu em 2008, a ajuda dos governos em trilhões de dólares aos bancos, para que não ocorresse a falência total do sistema.
Por esta razão, o primeiro-ministro italiano Mário Draghi disse que a Rússia não pode vencer esta guerra, pois que tal seria catastrófico para o Ocidente, especialmente, para a Europa, para a Zona do Euro, e para as agendas globalistas impostas pela ONU, sobretudo, em relação aos costumes e à sexualidade, que visam, antes tudo, desagregar as famílias, atacando a gravidez, via aborto, como meio e modo de desarticular a ligação das mulheres com o direito à maternidade, derrubando assim o principal pilar das sociedades nacionais: a mulher com sua prole e a instituição da família!
Basta, para isto ver e saber, que em 2008 os bancos foram salvos pela enxurrada de dinheiros saído dos Bancos Centrais e dos Tesouros Nacionais, aos trilhões, enquanto, para zerar a fome no mundo, bastaria cerca de 100 bilhões de dólares norte-americanos.
Decorre disto o aviso de Musk, no sentido que muitas empresas ocidentais, que giram o seu capital no mercado financeiro, e se financiam pelos títulos públicos  pois que amplamente deficitárias nos seus balanços, e, mesmo assim, continuam a ser providas de créditos continuados pelo sistema que se alimenta desta contabilidade virtual dos “créditos a receber”, mas que jamais serão pagos , quebrarão, acarretando desemprego em massa, pobreza, fome e desagregação social, quiçá, violenta.
Enquanto isso a China quase dobrou a importação, a bom preço, de petróleo da Rússia, enquanto a Índia aumentou as suas importações de petróleo russo em 800%, valendo-se da relação interna como integrante do BRICS.
Daí, o Brasil deve sim se valer de sua posição de integrante do bloco para manter o seu crescimento econômico real, importando petróleo e diesel russo, assim como já vem fazendo com os fertilizantes, o que garante os altos níveis de crescimento da produção agrícola brasileira.
Uma coisa é certa: Os limites da guerra na Ucrânia já desestabilizaram todo o sistema econômico ocidental, que tende a se liquefazer integralmente, atendendo em grande parte o objetivo de Rússia e China, de impor uma moeda comum do BRICS, como meio de pagamento das transações internacionais, a nível global.
Paulo Emendabili Souza Barros De Carvalhosa – OAB/SP 146.868
Dia de Vênus, 01 de julho de 2022
90º da Revolução Constitucionalista.
105º da Revelação em Fátima.