segunda-feira, 31 de março de 2025

Qualquer Semelhança Não é Mera Coincidência

Texto recuperado por Hiram Reis e Silva
Em Primeira Mão
por Hélio Fernandes
Em longas conversas que manteve com seus correligionários em Belo Horizonte, onde deverá passar mais de uma semana em contatos políticos, o senhor Juscelino Kubitschek revelou sua grande preocupação com os destinos do País.
E afirmou categoricamente que o presidente da República está empenhado em criar uma gravíssima situação no campo, com a agitação dos camponeses sem terra, facilmente influenciáveis, a fim de conduzir o País para rumos golpistas.
JK pediu, porém, aos seus correligionários, que mantenham a calma até que as coisas se definam. Acha ele que o senhor João Goulart não tem condições políticas e nem dispositivo militar suficientemente forte para deflagrar uma revolução social no País, ou ocupar definitivamente o poder através do golpe de Estado. Acredita ainda que, a partir de março próximo, com o fortalecimento e a homologação da candidatura Lacerda e da dele mesmo, o senhor João Goulart já não terá meios de golpear as instituições, pois o poder político passará, automaticamente, para a faixa dos candidatos presidenciais.
De qualquer modo o sr. Juscelino Kubitschek revelou suas preocupações, levando em conta principalmente a situação econômico-financeira, que se agrava dia a dia, e pelas providências verdadeiramente suicidas que o sr. João Goulart está tomando no campo econômico e financeiro. Acha JK que o País pode estourar a qualquer momento e que dificilmente as forças mais representativas da Nação terão condições de evitar o colapso financeiro.
Enquanto isto, as esquerdas comandadas por Leonel Brizola afastam-se do sr. João Goulart, e se preparam para tomar uma posição francamente revolucionária em torno do problema brasileiro. O próprio Brizola está a caminho do Norte e Nordeste com discursos preparados pela sua assessoria política. Vai agitar novamente o País a pretexto de combater a política de conciliação de Jango Goulart e defender as reformas de base. Na realidade, segundo a opinião dos mais credenciados líderes oposicionistas, Brizola atua na mesma faixa de Jango Goulart, e como seu principal assessor na questão do golpe de Estado. Explicam: Brizola serve a Jango na medida em que agita o País na faixa política, enquanto o jovem e irresponsável João Pinheiro Neto agita o campo, produz a revolta dos camponeses contra os proprietários, estimula a invasão de fazendas, a fim de criar uma situação em que o Exército seja forçado a intervir.
E em que daria a intervenção rápida e violenta do Exército na crise brasileira? A que levaria essa intervenção? Os líderes oposicionistas calculam que, a esta altura, uma intervenção militar no processo brasileiro, no momento em que as candidaturas presidenciais procuram fixar-se, equivaleria a um golpe de Estado, eliminando as eleições e fornecendo ao senhor João Goulart os elementos de que necessita para liquidar as instituições e tornar–se o chefe absoluto do Estado.
Atento a essa situação, o senador Kubitschek, atendendo a conselhos dos seus companheiros de partido, procurará, a partir das próximas semanas, fixar sua candidatura em termos antilacerdistas a fim de polarizar em torno do seu nome todo o contingente antilacerdista e esquerdista que está órfão de líderes que tenham condições de se candidatarem.
Promete o ex-presidente definições claras e inequívocas sobre a situação política, pois só dessa maneira conseguirá aglutinar as forças que se opõem a Lacerda e, com isto, fortalecer-se como candidato, retirando de Jango Goulart a bandeira do antilacerdismo e do reformismo econômico.
Já existe hoje, nas Forças Armadas, nos meios políticos e nos círculos conservadores a certeza de que o sr. Jango Goulart se atirará realmente contra as instituições. É lógico que não se jogará de frente contra as instituições, não marcará dia e hora para o golpe, não avisará quando se transformará em ditador Procurará mascarar as suas intenções, os seus objetivos, os seus propósitos, caracterizando toda a sua ação golpista como antigolpista.
Existem alguns tolos que consideram que golpe é apenas o fechamento do Congresso, como se Jango fosse estúpido a esse ponto. E aí chegamos a um ponto crucial da questão, e que deve ser definido com urgência para benefício da coletividade e salvação do regime: O que é golpe de Estado?
Greve geral, com objetivo político-pessoal, sem o menor interesse para os trabalhadores, é golpe ou não é? É um crime contra o regime e contra a tranquilidade geral ou não é? Greve na Petrobrás, paralisando o País, inclusive as Forças Ramadas, é golpe ou não é? Infiltração comunista, entregando-se todos os postos chaves civis e militares a eles, é golpe ou não é?
Provocações coletivas como o comício que houve há tempos na Cinelândia e que vai repetir-se agora noutro local proibido, em frente ao Ministério da Guerra, é golpe ou não é? Incitação de classe, jogando-se camponeses contra fazendeiros com o espírito puro de provocar e não de solucionar coisa alguma, é golpe ou não é? Desestímulo, desesperança e desconfiança através de medidas de incentivo à inflação constituem ou não constituem golpe?
Roubo generalizado com o enriquecimento de meia dúzia, que são os chamados reformistas do Governo, com o empobrecimento de toda uma população, é golpe ou não é? Contrabando de armas através da Petrobras e de outros órgãos do Governo é golpe ou não é? Desmoralização da autoridade constituída, diminuição sistemática das lideranças, destruição da hierarquia militar, é golpe ou não é?
A Série de atos deliberadamente desatinados e conscientemente desesperadores é enorme e poderia constituir não uma simples coluna mas um tratado sobre as intenções golpistas do sr. João Goulart e do seu governo. E essa série de fatos mais do que comprovados e verdadeiros leva a uma pergunta que teremos que responder imediatamente, sob pena de não termos, dentro em pouco, a menor possibilidade de respondê-la: até onde irá o sr. João Goulart, até onde vai a limitação constitucional do seu mandato, e até onde as Forças Armadas assistirão, impassíveis e omissas, à destruição da ordem, da lei, e da própria nacionalidade, com o domínio, pelos comunistas, de todos os postos chaves do País? Milhões de brasileiros, que repudiam o comunismo, exigem resposta a essa pergunta.
O padre-deputado Vidigal está dizendo abertamente que vai interpelar o sr. Juscelino Kubitschek, em plena convenção do PSD. Quer explicação de ex-presidente para duas afirmações suas: legalização do PC e reconhecimento e restabelecimento de relações com a China Comunista. As declarações de JK favoráveis ao Partido Comunista e reconhecimento da China tiveram péssima repercussão em Minas e no resto do País. E JK está apavorado, chamando um e outro deputado para desmentir o fato.
O serviço Secreto do Exército possui uma documentação impressionante sobre a entrada de armas no País. Comunica esse fato, sistematicamente, ao Conselho Nacional de Segurança, que naturalmente transmite todas as informações aos comunistas, com a recomendação de mais cautela nas operações.
A propósito de armas: confirmada inteiramente a minha informação de que o Exército iria adquirir armas na Europa. Esse fato trará grande prejuízo e confusão ao Exército, já acostumado e treinado, há longos anos, com as armas que vem dos Estados Unidos. Tudo para favorecer um conhecido negocista, e aos comuno-carreiristas que precisam mostrar que tem “ódio” aos americanos. Por que não experimentamos fabricar as nossas próprias armas?
Sério incidente na Paraíba entre Oficiais do Exército, da guarnição do 15° Regimento de Infantaria, e o deputado estadual comunista, do PRT, Cleto Maia. Quando saia de uma reunião, onde pregara abertamente a subversão, afirmando que o Brasil só “pode melhorar mesmo com uma revolução armada”, o deputado foi preso, levado para o quartel e interrogado. Sabedores do fato, os escalões comunistas do governo já providenciaram punição para os Oficiais do Exército anticomunistas e liberdade de movimento para o comunista que prega a revolta armada.
Isso que parece inacreditável é um fato rigorosamente verdadeiro.
Publicado originalmente no jornal Tribuna da Imprensa,
Rio de Janeiro, edição nº 4.279, de 19 Fev 1964.
Hiram Reis e Silva é Coronel de Engenharia,
 Analista de Sistemas, Professor, Palestrante,
 Historiador, Escritor e Colunista.
COMENTO: o texto, do "visionário" Hélio Fernandes (1920-2021), foi publicado às vésperas do Contragolpe de 1964, como um alerta. Os tempos são outros, os chefes das Forças Armadas já não tem a defesa da Democracia entre seus objetivos, intimidados pelo que viram acontecer com aqueles que, nas palavras do General Walter Pires de Carvalho e Albuquerque, "na hora da agressão e da adversidade, cumpriram o duro dever de se oporem a agitadores e terroristas de armas na mão, para que a Nação não fosse levada à anarquia". Cumprem fielmente o adágio da caserna: "o que mais mata é o excesso de iniciativa (imprudência), a burrice (falta de conhecimento ou imperícia) e o cagaço (omissão ou negligência, proposital ou motivada pelos motivos anteriores)". Nos tempos presentes, eu acrescentaria a conivência. Mas a sincronia dos fatos já não pode ser considerada só coincidência.

sábado, 15 de março de 2025

A Subversão da Justiça no Brasil e os Crimes do Governo Federal

O dia 8 de janeiro de 2023 ficou marcado na história do Brasil como um episódio de grande turbulência política. A invasão das sedes dos Três Poderes, amplamente divulgada pela mídia, gerou uma resposta severa por parte das instituições governamentais.
No entanto, há uma narrativa que aponta para abusos cometidos pelo próprio governo, incluindo prisões em massa, julgamentos sem o devido processo legal e a manipulação política dos eventos. A maioria dessas ações, em especial a da Suprema Corte, configura crimes já denunciados pelo ex-Desembargador Federal Sebastião Coelho nas redes sociais.
Desde o início, o governo federal construiu a narrativa de que o Brasil teria sido alvo de uma tentativa de golpe de Estado. No entanto, há indícios de que a invasão das sedes do governo foi, na verdade, incentivada ou permitida por setores da própria administração pública. A presença do general Gonçalves Dias, então ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), no interior do Palácio do Planalto, sem tomar ações para conter os invasores, levanta suspeitas sobre uma possível facilitação dos atos.
Ademais, o ministro da Justiça à época, Flávio Dino, relutou em divulgar imagens completas do circuito interno do Planalto, o que sugere uma tentativa de controlar a narrativa e ocultar responsabilidades. Essa conduta levanta a questão: se realmente houve uma tentativa de golpe, por que medidas preventivas não foram tomadas, mesmo com alertas prévios sobre possíveis manifestações?
A Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) foi instaurada para investigar os fatos, mas a composição da Comissão gerou questionamentos. Na última hora, houve substituições de parlamentares para garantir maioria governista, comprometendo a imparcialidade da investigação sob a liderança da deputada Lisiane Gama. A CPMI pareceu mais interessada em reforçar a versão oficial do governo do que em apurar os fatos de maneira objetiva.
O relatório final, aprovado por margem apertada, ignorou evidências que indicavam falhas graves na segurança e possíveis ações orquestradas dentro do próprio governo. Além disso, a recusa em convocar testemunhas-chave, como o próprio presidente da República e ministros estratégicos, demonstra uma falta de comprometimento com a verdade.
Essa recusa é vista pela defesa como a mola propulsora para a anulação do processo de ponta a ponta, haja vista, o processo ter entrado na fase Instrutória, assim, a defesa, arrolou como testemunhas-chave o Min. Flávio Dino, então ministro da Segurança Pública à época, responsável por toda Segurança, bem, como o Ministro Alexandre de Moraes, que figura como vítima, tanto na fase investigativa da Polícia Federal, quanto na Denúncia do Procurador da República, aliás, uma Denúncia vazia, nenhuma evidência plausível ancorada, apenas, na Delação do Tenente-Coronel Cid, que, por si só, não tem força legal para condenar nenhuma pessoa em face de inexistência de provas robustas e inequívocas que comprovem as versões da Delação, pelo menos esse é o entendimento do próprio STF, ao julgar o Processo da Lava Jato, manifestou-se contrário a qualquer condenação baseada apenas na Delação Premiada.
Ademais, os Advogados de defesa dos Réus, de forma inteligente e dentro do espectro Processual Legal, arrolaram o Min. Flávio Dino como testemunha, ninguém melhor que ele para explicar a invasão e a razão da omissão na entrega das filmagens das câmeras de segurança já que declarou ter assistido tudo da janela de seu gabinete. Também, arrolaram o Ministro Alexandre de Moraes, aliás, essa Denúncia já não tem nenhuma validade, já que o mesmo figura como vítima, tanto no Inquérito da Polícia Federal, quanto na Denúncia do Procurador Geral da República, portanto, deveria ter sido ouvido na fase de investigação e deve ser ouvido na fase Instrutória.
Considerando que o processo entrou na fase de instrução, a defesa deve ser feita de acordo com os princípios fundamentais do Devido Processo Legal, cujo contraditório e ampla defesa devem ser respeitadas sob pena de nulidade absoluta. Na verdade, ambos deveriam ter sido ouvidos na fase investigativa, especialmente o Min. Alexandre de Moraes na qualidade de vítima, com esses desmandos e violações processuais legais, o STF acabou ficando numa sinuca de bico, qualquer ato praticado sem a observância legal dessas oitivas é nulo de pleno direito.
A traição das Forças Armadas e as Prisões Arbitrárias são provas inequívocas da manipulação do governo em fortalecer a narrativa de golpe como forma de justificar as atrocidades praticadas contra pessoas indefesas, inocentes que foram induzidas a erro pelo Exército Brasileiro, essa traição atroz e imperdoável, maculou, para sempre, a imagem das Forças Armadas Brasileira, ao permitirem e contribuírem para que centenas de pessoas fossem presas e tratadas de forma cruel e desumana.
Essas pessoas depositaram sua confiança nas Forças Armadas esperando que cumprissem seu papel constitucional de garantir a ordem e proteger os cidadãos. No entanto, ao invés disso, o Exército permitiu a prisão em massa de manifestantes, incluindo idosos, mulheres, jovens e crianças, que foram levados a um campo de concentração “Ginásio da Academia Nacional de Polícia Federal” e lá permanecerem em condições degradantes, um crime contra a dignidade humana.
A Constituição Federal agasalha em seu Art. 1°, III, a dignidade da pessoa humana como princípio estruturante do Estado Democrático de Direito, portanto, qualquer violação a esse princípio significa um ataque sem precedentes à Democracia, isso sim, significa atentado ao Estado Democrático de Direito.
Relatos de detidos indicam que não houve distinção entre quem praticou atos de vandalismo e os que apenas estavam presentes na Esplanada dos Ministérios, de tal sorte que vendedores ambulantes foram presos, o caso emblemático foi a prisão de vendedor de algodão doce, nada foi respeitado, tratou-se de um ato de tirania sem precedentes, já que boa parte dos presos eram mulheres idosas e donas de casa que não representavam e não representam nenhum perigo a Segurança Pública, ainda assim, foram tratadas e condenadas como criminosas de alta periculosidade. O direito à ampla defesa foi negligenciado, o Estatuto do Idoso jogado no lixo e a Constituição vilipendiada. O Brasil passou a viver uma insegurança jurídica, as prisões preventivas foram mantidas por períodos excessivos, em clara afronta às garantias fundamentais da Constituição.
O STF, com as condenações excessivas, sem o devido processo legal, protagonizou uma violação à dignidade da pessoa humana, que resultou na morte de detentos que tiveram seus pedidos de prisão domiciliar negados para que pudessem ser tratados, resultando na morte de “Clezão” que completou um ano como se nada tivesse acontecido. Essas violações, são comparáveis apenas a Regimes Autoritários como os da Venezuela, Cuba e Nicarágua, aliados do Governo Brasileiro.
Outro ponto controverso foi e continua sendo o papel do Supremo Tribunal Federal (STF). Historicamente, a corte não tem competência para julgar cidadãos comuns em primeira instância, mas, no caso do 8 de janeiro, abriu exceção para garantir condenações rápidas e severas, uma aberração jurídica e só serve para demonstrar a parcialidade da Corte que tem agido como partido político aliado ao governo. As penas impostas foram desproporcionais se comparadas a crimes semelhantes julgados anteriormente.
Além disso, muitas das condenações se baseiam em provas frívolas, incapazes de gerar um Decreto Condenatório. Sem direito a um processo justo e imparcial, o STF atuou como uma corte de “exceção”, ignorando princípios básicos do Direito Penal, Processual Penal e Constitucional. Com essa conduta o Futuro da Democracia Brasileira está ameaçado. Os acontecimentos do 8 de janeiro de 2023 expuseram um problema grave: o uso das instituições para fins políticos. A manipulação da narrativa, as prisões em massa e os julgamentos tendenciosos representam um risco para a democracia. Se esses abusos não forem questionados, abre-se um precedente perigoso para futuras perseguições políticas no Brasil.
A sociedade precisa permanecer vigilante e exigir que as investigações sejam reabertas de forma imparcial. Além disso, é fundamental que aqueles que realmente facilitaram os atos dentro do próprio governo sejam responsabilizados. Na verdade, o processo deve ser anulado de ponta a ponta, conforme a Delação Premiada do Tenente-Coronel Cid é suficiente para tornar o Processo nulo de pleno Direto, qualquer pessoa leiga, já percebeu que a delação foi colhida sob tortura, o Min. Alexandre de Moraes ameaçou o delator, o pai, a esposa e a filha, para refazer a delação e dizer o que de fato o Ministro queria ouvir e não a verdade sobre os fatos. A nossa legislação penal e Processual Penal, não permite, sob hipótese alguma, a coleta da Deleção por juízes de qualquer Corte, portanto, outra nulidade, outra excrescência processual, não podemos aceitar isso, a comunidade acadêmica, juízes, ministério público, tribunais: e o povo brasileiro devem se manifestar sobre esses absurdo e ilegalidade.
O 8 de janeiro foi um marco de turbulência no Brasil, mas não apenas pelos atos de vandalismo registrados. A resposta do governo e das instituições revelou um cenário preocupante e sombrio de abuso de poder e cerceamento de direitos fundamentais, com certeza mais grave que todos os danos causados ao patrimônio da União. O episódio levanta uma questão essencial: estamos caminhando para um Estado Democrático ou para um Regime Autoritário disfarçado de Democracia? Ou estamos vivendo sob uma Ditadura da Toga?
Outro ponto relevante é o papel político que o STF passou a exercer com clara definição de um lado no espectro político, visando afastar o ex-presidente Jair Bolsonaro do cenário político. O 8 de janeiro é uma farsa, pior que isso é o aparelhamento das instituições públicas e do próprio judiciário, basta vermos o contorcionismo jurídico do Procurador da República ao oferecer a Denúncia, uma peça imprestável para a promoção da Ação Penal, sem provas robustas válidas, já que a Delação, que deu azo a Ação  Penal foi tomada sob tortura, e não pode servir de base para a Denúncia e consequente Ação Penal por violar os preceitos do Art. 41 do Código de Processo Penal Brasileiro, a Constituição e demais leis extravagantes.
*Advogado inscrito na OAB/PA, sob o nº 4725, Professor de Direito penal, ex-Delegado de Polícia Civil, e ex-Defensor Público.
COMENTO:  há na internet a divulgação de muitos vídeos mostrando que houve, no mínimo, leniência de pessoas responsáveis pela segurança palaciana — particularmente do Palácio do Planalto — para com os vândalos que depredaram o patrimônio da União. É injustificável a existência de militares armados, com função de guardar esse patrimônio, sem que ninguém lhes tivesse dado ordem para, pelo menos, efetuarem disparos de advertência, mesmo no interior dos imóveis invadidos. Dos inúmeros vídeos que mostram ter ocorrido infiltração de "aliados do governo" com o objetivo de radicalizar a depredação, destaco o que encontra-se abaixo, que flagra a "retirada" de supostos membros infiltrados por "caminhos seguros", e sua dispersão aparentemente organizada, sem que haja alguma intervenção de seguranças. Nesse vídeo, percebe-se que se tratam de pessoas bem treinadas no que fazem.

domingo, 2 de março de 2025

Simplesmente Brilhante

Trump Foi Simplesmente Brilhante
Se você criticou o “jeito” de Trump sem entender a complexa arte da negociação, pare agora e apague o que escreveu — caso contrário, só estará expondo sua ignorância.
Se você não tem um MBA ou sequer um curso básico de Negociação Estratégica, você é a última pessoa que deveria opinar sobre o assunto. 
Trump, por outro lado, já negociou centenas de vezes ao longo da vida, tem formação sólida e até escreveu The Art of The Deal. Ele sabe que uma boa negociação não pode ser um jogo de soma zero, precisa ser um ganha-ganha, pois, do contrário, o acordo jamais será cumprido.
Zelensky, um comediante sem experiência real em negócios ou diplomacia, não percebeu o que estava acontecendo. Trump estava articulando um substituto para a OTAN, garantindo a segurança da Ucrânia sem amarrar os EUA em um conflito sem fim. 
O acordo comercial que poderia ter sido assinado ontem mesmo foi sabotado por Zelensky, que na última hora tentou incluir novas exigências. Esse erro fatal jogou fora uma oportunidade histórica. 
Enquanto a esquerda acredita no mantra ingênuo de “faça amor, não a guerra”, a direita pragmática segue o princípio de “faça comércio e evite a guerra”. 
Quer um exemplo? Taiwan não foi invadida pela China porque os Estados Unidos dependem economicamente da ilha. Mas a Ucrânia? Para os EUA, sua relevância estratégica é mínima. 
Trump iria substituir OTAN pelo próprio interesse dos Estados Unidos, (não mexam com nossa parceira a Ucrânia), mas Zelensky não percebeu. 
Em vez de aceitar o tratado comercial e garantir a estabilidade do seu país, Zelensky já de início atacou Trump e Vance, acusando-os de não pensarem no povo ucraniano. 
Foi nesse momento que Trump e Vance perceberam que estavam sendo usados. 
Trump também sabe algo que muitos parecem ignorar: a Rússia tem armas nucleares. E um conflito prolongado com Moscou poderia levar a uma Terceira Guerra Mundial, com ogivas voando para todos os lados. 
Zelensky, por sua vez, reagiu com alarmismo, dizendo que Putin não pararia na Ucrânia e que Polônia e Dinamarca seriam os próximos alvos. Claramente, não fez sua lição de casa. Assim como muitos de vocês que repetem esse argumento sem nunca terem lido Alexander Dugin, o principal ideólogo de Putin. Dugin não quer reconstruir a URSS, ele quer reunificar os russos étnicos, muitos dos quais estão na própria Ucrânia. 
Trump e Vance ficaram furiosos. Eles estavam oferecendo uma saída para Zelensky, uma oportunidade para negociar sem ser responsabilizado pelas 45.000 mortes ucranianas e os 360.000 feridos. Zelensky poderia ter saído ileso. “Foi Trump que me obrigou a ceder a Putin, não eu.” 
Os jornalistas, previsivelmente, não entenderam nada do que aconteceu ontem. Mas a verdade é clara: Trump e Vance deram um grande passo para encerrar essa guerra.
COMENTO: o vídeo é só para chamar a atenção dos leitores e alegrar seu dia.

terça-feira, 21 de janeiro de 2025

Caminhos do Tempo

 por José Luiz Ricchetti
Há um silêncio que chega com os anos, e ele não é feito apenas da ausência de ruídos, mas da transição suave entre o que éramos e o que nos tornamos. Aos 60, você começa a sentir a sutileza do distanciamento. A sala que antes pulsava com suas ideias agora parece cheia de vozes que não pedem mais sua opinião. Não é uma rejeição, é o ritmo da vida. É quando aprendemos que nossa contribuição não está no presente imediato, mas nos rastros que deixamos nos corações e mentes ao longo do caminho.
Aos 65, você percebe que o mundo corporativo, outrora tão vital, é um fluxo incessante. Ele segue, indiferente ao que você fez ou deixou de fazer. Não é uma derrota, é a libertação. Esse é o momento de olhar para si mesmo, despir-se do ego e vestir a serenidade. Não se trata mais de provar, mas de ensinar, de compartilhar, de ser mentor. A verdadeira realização não é a que se exibe, mas a que inspira.
Aos 70, a sociedade parece esquecê-la/esquecê-lo, mas será mesmo? Talvez seja apenas um convite para reavaliar o que realmente importa. Os jovens não a/o reconhecerão pelo que você foi, e isso é uma bênção disfarçada: você pode agora ser apenas quem você é. Sem máscaras, sem títulos, apenas a essência. Os velhos amigos, aqueles que não perguntam “quem você era”, mas “como você está”, tornam-se joias preciosas, diamantes que brilham no crepúsculo da vida.
E então, aos — que alcançam a graça de chegar — 80 ou 90, é a família que, na sua correria, se afasta um pouco mais. Mas é aí que a sabedoria nos abraça com força. Entendemos que amor não é posse; é liberdade. Seus filhos, seus netos, seguem suas vidas, como você seguiu a sua. A distância física não diminui o afeto, mas ensina que o amor verdadeiro é generoso, não exigente.
Quando a Terra finalmente chamar por você, não há motivo para medo. É a última dança de um ciclo natural, o encerramento de um capítulo escrito com suor, lágrimas, risos e memórias. Mas o que fica, o que realmente nunca será eliminado, são as marcas que deixamos nas almas que tocamos.
Portanto, enquanto há fôlego, energia, enquanto o coração bate firme, viva intensamente. Abrace os encontros, ria alto, desfrute os prazeres simples e complexos da vida. Cultive suas amizades como quem cuida de um jardim. Porque, no final, o que resta não são as conquistas, nem os títulos, nem os aplausos. O que resta são os laços, os momentos partilhados, a luz que espalhamos.
Seja luz, seja presença, e você será eterno.
Dedico a todos que entendem que o tempo não apaga, mas apenas transforma.