Da Folha:
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (aquele mesmo que se disse "surpreso" e "indignado") sabia desde segunda-feira que a Embraer anunciaria uma grande demissão no seu quadro de pessoal.
Anteontem, quando a empresa de aviação oficializou o corte de 4.200 funcionários, Lula se disse indignado, segundo relato do presidente da CUT, Artur Henrique, e comunicou que convocaria uma reunião com ministros para tentar reverter as demissões.
Na segunda-feira, numa reunião do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social, o Conselhão, na sede do Banco do Brasil em São Paulo, o presidente do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), Luciano Coutinho, antecipou aos demais participantes que a situação da Embraer, por depender muito do mercado externo, era complicada por conta da crise internacional e que haveria "expressivas demissões".
Estavam na reunião o ministro José Múcio (Relações Institucionais), o presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, os presidentes do Banco do Brasil e da CEF (Caixa Econômica Federal), Antônio de Lima Neto e Maria Fernanda Coelho, além de Henrique, da CUT, entre outros.
Na própria segunda-feira, Coutinho informou a Lula sobre as demissões na Embraer. Procurado pela Folha, o BNDES, por meio da assessoria, disse que Coutinho não se manifestaria sobre o assunto. O Palácio do Planalto também não se manifestou sobre o caso.
Na reunião do Conselhão, convocada para debater meios de aumentar a oferta de crédito no país, Coutinho disse que a Embraer alegou cancelamentos de pedidos de encomendas de avião para fazer um ajuste entre receita e despesa.
Coutinho teria dito também que o banco estudava uma forma de estimular as vendas da Embraer para companhias aéreas nacionais, como modo de compensar o encolhimento do mercado externo.
Fonte: Coturno Noturno
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