por Janer Cristaldo
As esquerdas odeiam eucaliptos, escrevi há alguns anos. Em 2006, para comemorar o Dia Internacional da Mulher, duas mil mulheres do movimento Via Campesina, destruíram um laboratório e um viveiro de mudas de eucaliptos da Aracruz Celulose em Barra do Ribeiro (RS). Vinte anos de pesquisa e alguns milhões de dólares foram jogados ao lixo. Eram lideradas por ativistas da Noruega, Canadá e Indonésia, mais um representante do País Basco, que atendia pelo basquíssimo nome de Paul Nicholson.
Entre as espécies utilizadas para a produção de celulose, o eucalipto é hoje a mais rentável. Seu ciclo de crescimento é de sete anos, em contraposição às coníferas do litoral americano, que levam quase um século para amadurecer. O choupo, outra matéria-prima da celulose americana e canadense, só atinge sua altura plena após 15 anos. Se as florestas dos Estados Unidos rendem entre dois e três metros cúbicos madeira por ano, as cultivadas pela Aracruz rendem, no mesmo período, 45 metros cúbicos. Ou seja, a indústria da celulose a partir do eucalipto é extremamente competitiva.
Segundo a FAO, a produção mundial de celulose atingiu 162 milhões de toneladas em 1999. Estados Unidos e Canadá responderam com 52% do total produzido. A Noruega hoje exporta cerca de 90% de sua produção de celulose e papel. A Indonésia, principal exportador de celulose de fibra curta da Ásia, tem 70% de seu território coberto por florestas, num total de 143,9 milhões de hectares. Não me parece necessário ter a intuição de um Sherlock para perceber porque um "basco" chamado Paul Nicholson, mais representantes do Canadá, Noruega e Indonésia, coordenaram a depredação do laboratório gaúcho. Desde há muito instituições católicas européias — Misereor e Caritas, entre outras — vêm financiando o MST para destruir a estrutura agrária do País. São os cartéis do papel que injetam recursos na guerrilha católico-marxista brasileira para destruir uma indústria que representa cerca de 5% de nosso PIB e dá emprego a dois milhões de pessoas.
O terrorismo católico-marxista brasileiro — leia-se MST — elegeu agora um novo inimigo. O que antes chamávamos agricultura passou a ser chamado de agronegócio. Se agricultura é palavra antiga e neutra, agronegócio é palavrão. Coisa de regimes capitalistas, como se capitalismo, como pensava o alemão aquele, fosse crime. Tudo o que der lucro no campo da agricultura é obra do demônio. Se os inimigos da humanidade eram antes os eucaliptais, agora são as plantações de laranjas. O MST acabou de destruir dez mil pés de laranja da Cutrale, em Iaras (271 km de São Paulo). Casas dos funcionários foram depredadas e tiveram objetos furtados. Todos os 28 tratores da fazenda e mais quatro caminhões foram danificados. Os veículos foram pichados com a sigla MST. Defensivos agrícolas foram esparramados pelo chão e pelas paredes. Um computador foi queimado.
Guilherme Cassel, ministro do Desenvolvimento Agrário, considerou "grotesco" o episódio. Rolf Hackbart, presidente do Incra, declarou-se "indignado" e afirmou que "condena com veemência" esta depredação do MST. O general Jorge Félix, chefe do Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República, acha que a destruição parcial da plantação de laranjas da Cutrale é apenas um "excesso", igual a tantos outros do MST. Curiosamente, autoridade alguma fala em crime. Como se crime não fosse invadir e depredar propriedades alheias.
Justo hoje, leio na Folha de São Paulo, que o governo federal — leia-se Lula — começou a atrasar o pagamento das restituições do Imposto de Renda das pessoas físicas, na maioria trabalhadores de classe média, para compensar parte da queda na arrecadação de tributos no ano. A ordem foi dada à Receita pelo Ministério da Fazenda. De R$ 15 bilhões que seriam devolvidos até dezembro, cerca de R$ 3 bilhões só devem sair no primeiro trimestre de 2010.
É este mesmo governo que já doou 160 milhões de reais ao MST, para que destruam indústrias de celulose e plantações de cítricos no país. Isso sem falar no mensalão pago a deputados e senadores vendidos, na bolsa-ditadura paga aos celerados que um dia quiseram transformar o país em uma Cuba gigantesca e na bolsa-esmola paga a desocupados para reeleger os bandoleiros do PT. Isso sem falar nos obscenos financiamentos pagos aos cineastas filhos de banqueiros e à Máfia do Dendê. Para pagar esta canalha toda, de algum lugar a grana terá de sair. Sai do bolso do mais indefeso, o contribuinte.
Ao depredar os eucaliptais da Aracruz, a guerrilha católico-marxista alegou que eucalipto não dá de comer a ninguém. Como se dar empregos e receber divisas não fosse dar de comer. Agora alega que laranjais são monocultura e é preciso plantar feijão. Quando feijoais começarem a dar lucro, alegarão que é preciso plantar milho. Se os milharais começarem a dar lucro, alegarão que é preciso plantar laranjeiras.
Há uma conspiração no Brasil todo, liderada por padres e comunistas, sociólogos, ecólogos, ornitólogos, micólogos e pererecólogos, para afundar a economia do país. Em país rico, não vicejam vigaristas.
Urge então manter o país pobre.
Fonte: Janer Cristaldo
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