terça-feira, 6 de outubro de 2009

Uma Vida Que Não Faz Falta

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Que vivan los estudiantes, jardín de nuestra alegría,
son aves que no se asustan de animal ni policía.
Y no le asustan las balas ni el ladrar de la jauría.
Caramba y zamba la cosa, qué viva la astronomía!
Me gustan los estudiantes que rugen como los vientos
cuando les meten al oído sotanas y regimientos.
Pajarillos libertarios igual que los elementos.
Caramba y zamba la cosa, qué vivan los experimentos!
Me gustan los estudiantes porque levantan el pecho
cuando les dicen harina sabiéndose que es afrecho.
Y no hacen el sordomudo cuando se presente el hecho.
Caramba y zamba la cosa, el código del derecho!
Me gustan los estudiantes porque son la levadura
del pan que saldrá del horno con toda su sabrosura.
Para la boca del pobre que come con amargura.
Caramba y zamba la cosa, viva la literatura!
Me gustan los estudiantes que marchan sobre las ruinas,
con las banderas en alto pa’ toda la estudiantina.
Son químicos y doctores, cirujanos y dentistas.
Caramba y zamba la cosa, vivan los especialistas!
Me gustan los estudiantes que con muy clara elocuencia
a la bolsa negra sacra le bajó las indulgencias.
Porque, hasta cuándo nos dura señores, la penitencia.
Caramba y zamba la cosa, qué viva toda la ciencia!
Caramba y zamba la cosa, qué viva toda la ciencia!
Ah sim, em meus dias de universitário, eu vibrei com esta canção de Violeta Parra, interpretada pela voz poderosa de Mercedes Sosa. Esta e outras canções de La Negra, ainda as tenho em vinil. Eram meus dias de jovem e idiota, dias dos quais raramente escapam os jovens. A arte, seja música ou literatura, detém um poder mágico sobre as mentes. E nos passa mensagens criminosas, que nem sempre sabemos discernir. Os comunistas foram mestres neste ofício, e a literatura e a música popular do século passado sempre estiveram eivadas de marxismo. Leitores me cobram um comentário sobre a morte de La Negra. Tenho de admitir que adorei suas canções. Seu timbre de voz me fascinava e confesso que me fascina até agora.
Mas ... sempre tem um mas! Mercedes Sosa sempre foi comunista. Tornou-se milionária como cúmplice dos piores assassinos do século passado. Como se tornaram milionários Picasso, Neruda, Niemeyer e tantos outros. Ser comunista tinha seus riscos, mas constituía um investimento extremamente rentável. Que o digam hoje nossos conterrâneos detentores de bolsas-ditadura.
Para um universitário que enfrentava a polícia em passeatas que só serviam para atrapalhar o trânsito, identificar animais com policiais era prova de audácia intelectual. Como se um Estado pudesse existir sem polícia. Como se a polícia dos Estados comunistas não fosse responsável pela morte de milhões de seres humanos. Como se Katyn ou Tien An Men não tivessem existido. Como se Stalin, Mao ou Pol Pot fossem humanistas de escol. Com todo meu fascínio pela voz de La Negra, toda sua vida foi um embuste a serviço do comunismo.
Meados dos anos 70, Porto Alegre. Mercedes Sosa se apresentaria na Reitoria da UFRGS, então ainda URGS. Seu show foi cancelado. Comentário unânime dos jornais: a apresentação foi proibida pela Polícia Federal. Na época, eu assinava crônica diária na Folha da Manhã. Telefonei para a PF. Como é que é? Há alguma proibição ao show da argentina?
— De nossa parte  me responderam  não há proibição alguma. Se ela não vem, é porque não quer.
Logo soube porque La Negra não viria. Seu patrocinador oferecia pagamento em cruzeiros. E a árdega militante em prol dos fracos e oprimidos queria moeda forte e poderosa. Queria dólares. Comunistas sempre adoraram moeda forte. Fizeram fortuna no Ocidente defendendo tiranias, às custas do sofrimento de milhões que sofriam o socialismo.
A imprensa hoje é toda homenagens a uma vigarista que sempre defendeu o pior achado do século XIX. Nos jornais, só leio encômios, sem menção alguma a seu passado comunista. Como sempre, a morte canoniza qualquer celerado. Aconteceu com Neruda, aconteceu com Jorge Amado, acontecerá com Niemeyer ou Chico Buarque.
Nunca desejei a morte de ninguém. Mas a vida de Mercedes Sosa  seus fãs que me desculpem!  não me faz falta nenhuma.
Fonte: Janer Cristaldo
COMENTO: faço minhas as palavras do excelente Janer, inclusive a respeito do gosto pelo belo tom de voz de La Negra, e restrições ao caráter da artista falecida.

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