por Rui Nogueira
Quanto de cana-de-açúcar produzimos ao longo dos séculos? Tudo para o exterior. Pau-brasil saiu a troco de simples extração.
No século XVIII, Portugal chegou a ver a sua população reduzida pela metade com a corrida em busca do ouro brasileiro. Há relatos de mortos de fome com o bolso cheio de pepitas. O ouro encontrado foi remetido para o exterior e os diamantes entregues para os anglo-holandeses. As monoculturas se estenderam para atender aos interesses dominantes. O manganês foi retirado da Serra do Navio, Amapá, e depositado como reserva estratégica nos Estados Unidos. Saiu borracha e ficou apenas a construção de um teatro.
Nunca nos é permitido, pelo conluio do comércio internacional com a nossa elite espúria, um desenvolvimento harmonioso das nossas comunidades. Toda e qualquer exportação sempre é direcionada para atender ao interesse externo, seja extrativista, mineral, agrícola e só pode ser retratada como saída de riqueza, para deixar buraco e miséria.
Não há, ainda, um termo para expressar a situação em que vivemos. Entretanto miramos a África e nos lembramos da frase de Jomo Kenyatta, primeiro presidente do Quênia: Os Europeus chegaram na África e eles tinham a Bíblia e nós a terra e nos ensinaram a orar com os olhos fechados e quando os abrimos eles tinham a terra e nós a Bíblia.
Com todos os métodos, os “escolhidos” europeus e agora, também, os americanos, chegam, ocupam tudo e quando abrimos os olhos não temos nada em nossas mãos.
As empresas, os bancos, os portos, os mercados, as editoras, os transportes, os serviços de água, a energia, o petróleo, a população agrícola, as indústrias, até os clubes de futebol. Céus! Estamos ocupados. Somos empregados mal assalariados das corporações transnacionais.
Africanar... já somos rotulados de atrasados, incompetentes e já está montada toda uma estrutura do controle das comunicações, sucateamento do ensino, desagregação das nossas instituições, enfraquecimento das Forças Armadas na direção de exercerem o seu papel de defesa da nossa soberania e população.
O africanar tem que ser bloqueado nem a África nem qualquer outra região do mundo merecem permanecer nesse quadro de exploração e miséria.
A guerra, neste século XXI, está em franca evolução com a aliança dos organismos internacionais (supostamente criados para ver o bem comum) e as corporações financeiras, contra a humanidade.
Nenhuma ética filosófica, política ou religiosa justifica e estagnação da maior parte das comunidades na miséria esmagadas por avalanches de papel pintado e dívidas desnecessárias.
“Isto não é comigo” e “não posso fazer nada”, são as concepções impregnadas nas mentes das pessoas pelos meios de comunicação para impedir qualquer mudança ou reação.
Vamos fazer uma revolução!!!
Peguem a arma mais forte que existe no universo: a idéia, ajustem-na com a convicção. Coloquem-na com a alma da justiça e da eqüidade. Tornem-na radiante com o conhecimento. Façam-na viável com o saber-fazer. Alimentem-na sempre com a certeza de que o preceito do mundo não é o egoísmo nem a competitividade, mas a simbiose em que você sempre tem o todo melhor que cada uma das partes. Assim, poderemos mostrá-la aberta a todos os homens de bom senso e humanísticos.
Basta!
Temos o direito de viver bem!
Os bens e os serviços essenciais têm que ter gestão comunitária.
Privatização representa só ter o bem ou o serviço se tiver dinheiro. Chega de exclusão, de exploração.
Vamos anular o Africanar pela compreensão, eqüidade, simbiose, solidariedade, conhecimento e especialmente, pela hiper-revolução pessoal, aproveitando todos os segundos do dia para seja, onde estiver, conscientizar e discutir para criar uma opinião pública de que o nosso país tem de ser um lugar bom para todos viverem e criarem seus filhos com dignidade.
Resistir é possível. Resistir é preciso.
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