por Lenilton Morato
As manifestações recentes do deputado federal Jair Bolsonaro tiveram grande repercussão nos veículos de comunicações. Insultado e criticado por virtualmente todos os lados, o parlamentar ganhou notoriedade ainda maior, mas não da maneira que deveria. Passou de defensor do pensamento dominante na sociedade para ser uma figura caricata utilizada para ilustrar como suas opiniões são equivocadas e retrógradas. Deixou de ser uma ameaça à esquerda e passou a ser utilizado por ela como símbolo do ódio contra os homossexuais (e de quebra contra os negros, em uma infeliz declaração) fazendo com que a população, que em sua maioria incontestável comunga de seus pensamentos, passasse a crer que o deputado é uma figura nefasta no âmbito do Congresso Nacional.
O intrigante é notar como este processo se deu. Quando Bolsonaro expõe as razões para se opor ao projeto pró homossexualismo (ou diversidade sexual), não fala sozinho. Por suas palavras, 60-70% da população também fala, como demonstram incontáveis pesquisas. Não. Os pais não querem seus filhos sendo doutrinados por uma escola que ensina que o certo é errado, que a exceção é a regra e que ensinam educação sexual ao invés de matemática, ciências e português. Os pais, em sua grande maioria, acreditam que o homossexualismo não pode ser tratado como sendo algo natural, normal ou padrão. Em contrapartida, essa mesma maioria também não ensina que os homossexuais devam ser maltratados, difamados ou humilhados. Bolsonaro, pois, defende valores que nós, o povo, acreditamos serem os norteadores de nossa sociedade. Mesmo assim "perde o jogo". Porque?
Ora, vivemos em uma nação, em um país, onde toda a grande mídia é orientada e comprometida com uma ideologia revolucionária. Sendo assim, desde as primeiras matérias nos jornais até passar a editor-chefe, o jornalista vai sendo trabalhado para que contribua com a "causa". Solidifica o que aprendeu na faculdade e, através de chefes ideologicamente comprometidos, passa a publicar e aceitar apenas um lado da história. E assim, deixa de ter a característica mais básica que se espera de qualquer jornalista ou buscador da verdade: a isenção.
Bolsonaro, então, não luta contra a poderosa e virtualmente invencível bancada governista. Ele luta, também, contra uma mídia inteira, contra poderosos meios de comunicações, de produção cultural e artística. Quando o parlamentar se dispõe a ir num Programa do Jô ou no Canal Livre por exemplo, ele estará sendo recebido por profissionais formadores de opinião, que não medirão esforços para destruí-lo e desacreditá-lo. Mesmo em um debate, o mediador irá pender para o lado do politicamente correto, do companheiro de causa, como aconteceu em praticamente todos os veículos de (des)informação em que o deputado compareceu. O apresentador, o "jornalista", não está ali para debater as ideias dos contendores, mas para fazer sensacionalismo com as declarações de Bolsonaro.
Nota-se que em nenhum jornal ou programa de televisão, tivemos matérias efetivamente sérias e isentas que procurasse ouvir e principalmente raciocinar em cima dos argumentos que foram expostos por eles. Simplesmente porque jornalismo sério e isento no Brasil praticamente não existe, especialmente nos grandes conglomerados de telecomunicações. Ninguém da grande mídia se deu ao trabalho de se perguntar: "será que o deputado não está certo"? Não. Tentaram apenas torná-lo uma caricatura, quase uma lenda urbana.
São muitas as razões que levam especialmente as emissoras de TV a não darem ao assunto um tratamento imparcial. Porém, pode-se destacar dois: o comprometimento ideológico de seus integrantes e o vínculo dessas empresas com o Estado, pois é ele que dá ou tira a concessão para as transmissões. É o Estado, também, que sustenta muitas emissoras de televisão por intermédio da propaganda de empresas estatais. Basta uma delas "pisar fora da faixa" que a resposta vem a galope.
Bolsonaro empreende uma luta que talvez não entenda. Ele detém na grande maioria de suas palavras e pensamentos a opinião e o desejo da maioria. Porém estas são armas muito fracas quando se luta contra um Estado aparelhado, uma mídia parcial e uma educação partidária e doutrinatória. Bater de frente não é a melhor forma de combater o establishment. Agindo desta maneira, o deputado deixa de ser um forte e potencial opositor para transformar-se em arma de contra-propaganda para seus próprios adversários.
O parlamentar acaba agindo como uma fera acuada, que nada mais pode fazer a não ser mostrar seus dentes e suas garras na defesa de suas convicções. Assim, mesmo defendendo o pensamento da maioria da população brasileira, ele não é ouvido como deveria, e um dos poucos congressista que efetivamente representa a vontade do povo é, cada vez mais, utilizado pela imprensa como uma figura tragicômica, quando deveria ter suas ideias debatidas e analisadas de forma isenta e imparcial, coisas que já não habitam os espaços da informação aqui nas terras tupiniquins.
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