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Vão dizer que sou paranoico. Que sou exagerado. Que sou conspiracionista. Não importa. É o preço a pagar por não ser de esquerda, nem acreditar na conspiração certa (que foram os judeus, ou a CIA, que explodiram as Torres Gêmeas, por exemplo). Leiam primeiro o que digo em seguida. Depois, podem me chamar do que quiserem.
Mais uma vez, o Rio de Janeiro é palco de uma batalha sangrenta entre narcotraficantes e policiais. Mais uma vez, o noticiário é preenchido com cenas de guerra e de barbárie, com helicóptero da polícia abatido a tiros, ônibus queimados etc. Mais uma vez, a rósea e ufanista propaganda oficial feita para as Olimpíadas de 2016 é manchada pela violência urbana sem controle. Mais uma vez, ouvem-se vozes repetindo a mesma velha e surrada ladainha, os mesmos lugares-comuns, tão óbvios quanto ocos, sobre "Estado paralelo", "terrorismo", "guerra civil", "necessidade de segurança", "ausência do Estado" etc. etc. Mais uma vez, serão ouvidas vozes de espanto e lamento. Mais uma vez, irão focar no secundário e perder de vista o essencial. Mais uma vez...
E assim será, ad infinitum, até a próxima batalha dessa guerra sem fim. Pelo menos enquanto a imprensa e a opinião pública, que nada mais é do que uma extensão da primeira, insistirem em bancar o cego, o surdo e o mudo e se recusarem a ligar os pontos. Como ninguém se habilita, é isso que eu faço aqui.
A primeira coisa a se levar em conta é que nem o Rio de Janeiro, nem qualquer outro Estado brasileiro, produz um grama de cocaína. De onde ela vem, então? Até uma criança sabe: vem do exterior, de países vizinhos como a Colômbia e a Bolívia, passando cada vez mais, nos últimos anos, mais ao norte, pela Venezuela. E quem produz toda essa droga comercializada nos morros cariocas? Novamente, a resposta está na ponta da língua: os principais produtores e distribuidores mundiais são os narcoguerrilheiros marxistas das FARC, as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia; na Bolívia, a produção de coca é defendida com unhas e dentes, como "tradicional", pelo governo de Evo Morales.
Muito bem. Já sabemos de onde vem e quem fornece a droga. Agora vejamos o que faz — ou melhor: não faz — o governo brasileiro, o governo Lula, a respeito.
O governo Lula se recusa a considerar as FARC uma organização terrorista, assim como Morales como um narcotraficante, apesar de a realidade dizer o contrário. O motivo? Tanto as FARC como Morales são parceiros do PT, o partido do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, no Foro de São Paulo. O que é o Foro de São Paulo? É uma organização revolucionária que congrega os principais partidos e movimentos de esquerda do continente, fundada em 1990 por Lula e Fidel Castro para, como está nos seus documentos, "restaurar na América Latina o que se perdeu no Leste Europeu". O que "se perdeu" no Leste Europeu no final dos anos 80? O comunismo. O que desejam as FARC, Morales, Hugo Chávez e o PT? Resposta: derrubar o capitalismo e substituí-lo por uma nova ordem social, pretensamente superior — com eles no topo, claro.
Já vimos o porquê. Agora vejamos o como. Antes, uma pequena lição de História.
Desde a década de 30, os intelectuais marxistas escolheram os marginais como força potencialmente revolucionária, pintando-os como vítimas do capitalismo e como rebeldes sociais. De Lampião a Fernandinho Beira-Mar (capturado, aliás, num acampamento das FARC na Colômbia), passando por todos os tipos de criminosos e assassinos, a esquerda elegeu esse setor do lumpemproletariado como a vanguarda da transformação social.
Sobretudo a partir dos anos 60, com a Escola de Frankfurt e, principalmente, com os escritos de Herbert Marcuse, seu expoente mais popular, a classe operária, vista como cada vez mais "aburguesada", passou a dar lugar a novos atores — vale dizer os estudantes e, cada vez mais, os criminosos, a escória da sociedade — como a "vanguarda da revolução". O culto às drogas, generalizado a partir dessa época — não por acaso, nas universidades —, passou a ser entusiasticamente estimulado pelos serviços de espionagem da antiga URSS, como uma maneira de enfraquecer a sociedade ocidental capitalista e destruir por dentro seus valores e instituições, como a moral cristã, a família etc. Isso é relatado inclusive em vários livros, infelizmente desconhecidos por aqui, como Red Cocaine: The Drugging of America and the West, de Joseph D. Douglass, Christopher Story e Ray S. Clyne (London, Harle, 1999) e as memórias do ex-general tcheco Jan Sejna, We Will Bury You (Sidgiwick & Jackson, 1985). (Recomendo também o excelente The World Was Going Our Way: The KGB and the Battle for the Third World, de Christopher Andrew e Vasily Mitrukhin [Basic Books, 2005], que mostra com riqueza de detalhes como o plano comunista de dominação mundial estava longe de ser uma fantasia de alguns reacionários de direita.)
Desde então, a glamourização do crime e do vício tornou-se uma constante, sendo sistematicamente reproduzida e difundida por meio do cinema, do teatro, da literatura, das artes plásticas e da televisão. Popularizou-se, desse modo, a idéia do "seja marginal, seja herói", apregoada em pôsteres e cartazes. Ao mesmo tempo, a esquerda apropriou-se da causa dos direitos humanos, instrumentalizando-a. Primeiro, como ferramenta em causa própria, nos anos do regime militar (como se os terroristas, chamados aqui de guerrilheiros, tivessem algum compromisso com os direitos humanos), e depois, a favor de bandidos comuns. A tal ponto chegou essa manipulação dos direitos humanos pela esquerda — sempre contra a polícia, sempre a favor da bandidagem —, que existe hoje uma "Bolsa-Bandido", destinada a não deixar desamparada a família de estupradores, ladrões e assassinos, enquanto suas vítimas não contam com nada parecido, permanecendo à míngua (não por acaso, na percepção popular, a ideia de direitos humanos continua a ser entendida como "direitos humanos para bandidos", o que não está muito longe da verdade).
No Brasil, a aliança dos revolucionários marxistas com a bandidagem se esboça na década de 30, com as tentativas de contato do PCB com os cangaceiros de Lampião no Nordeste. Essa aproximação, que obedecia a uma diretriz da Internacional Comunista em Moscou, porém, falhou. Ela só se consolidaria a partir dos anos 70, com a troca de experiências na cadeia entre terroristas e presos comuns, que deu origem à principal facção criminosa do Rio de Janeiro, o Comando Vermelho, e, mais tarde, ao PCC em São Paulo. Logo os bandidos trataram de copiar as táticas e até a linguagem das organizações armadas de esquerda, imitando sua forma de organização e até os chavões ideológicos contra o "sistema". A partir da década de 80, sucessivos governos populistas de esquerda, como os dois de Leonel Brizola (1983-1987 e 1991-1995), trataram de agravar o problema da violência urbana, mediante a negligência proposital e até o estímulo à ocupação desordenada dos morros e à expansão das favelas cariocas: a polícia foi proibida de subir as favelas, vistas não como problema, mas como "solução", enquanto o governo se locupletava com os chefões do jogo do bicho. As favelas foram transformadas, assim, em território livre do narcotráfico, que passou a ditar as regras nas comunidades carentes (o tal "Estado paralelo").
Tudo isso que está aí em cima não é nenhum segredo. Os próprios criminosos já deixaram claro o papel da esquerda na consolidação e expansão do crime organizado em lugares como o Rio de Janeiro. Um dos fundadores do Comando Vermelho, William da Silva Lima, o "Professor", escreveu até um livro, Quatrocentos contra Um: Uma História do Comando Vermelho (Iser-Vozes, 1991), no qual dá todo o serviço, explicando como a criminalidade carioca bebeu na fonte de Lênin e Carlos Mariguella. No livro (que virou filme, a ser lançado em breve), ele explica como o germe do Comando Vermelho nasceu no presídio da Ilha Grande, no começo dos anos 70, a partir da convivência com terroristas de esquerda presos que instilaram nos bandidos comuns a "ideia socialista".
Os narcotraficantes de hoje estão apenas aplicando na prática o que aprenderam no convívio com seus comparsas esquerdistas, décadas atrás. E, hoje, dedicam-se a aplicar esses ensinamentos com mais intensidade, graças ao apoio, velado ou não, de governos constituídos como o de Lula e de Evo Morales. Relatórios de serviços de inteligência dos EUA e de outros países vêm apontando, nos últimos anos, que a Venezuela de Hugo Chávez se transformou em valhacouto das FARC e no novo corredor do tráfico de drogas da América do Sul para os EUA e a Europa. E também para o Brasil. Está claro que Chávez dá guarida e dinheiro, inclusive lança-mísseis, aos narcoterroristas das FARC, como foi descoberto há alguns meses. Todos sabem que Chávez é companheirão de Lula, e que este justifica todas as suas traquinagens. Assim como todos sabem que o "embaixador" das FARC no Brasil, o ex-padre Olivério Medina, anda solto por aí, sob a proteção do governo brasileiro.
Então, entenderam como e por que se chegou a esse estado de coisas? Ou terei que desenhar para ficar mais claro?
A guerra de gangues nas favelas e na periferia das grandes cidades pela posse de bocas-de-fumo é apenas a diminuta ponta de um imenso iceberg, o estágio final de um enorme esquema revolucionário que tem sua origem nas florestas colombianas e em refrigerados gabinetes oficiais. Diante disso, entregar a responsabilidade pela segurança pública ao PT, a Lula e a Tarso Genro é como deixar um louco armado até os dentes tomando conta de um jardim de infância. É como colocar a cabeça na guilhotina e pedir que o carrasco apare apenas as pontas do cabelo. Dessa gente, não se deve esperar nada além da cumplicidade com o crime. É essa a missão deles, sua tarefa revolucionária.
Quem pode negar que o que está escrito acima corresponde unicamente aos fatos, e não a opiniões? Mas, infelizmente, quem fala essas coisas é tachado imediatamente de paranoico, teórico da conspiração, extremista, louco. Enquanto a imprensa e a opinião pública continuarem tratando os 50 mil mortos por ano pelo crime organizado no Brasil como uma simples anomalia, em vez de parte de um gigantesco e bilionário esquema revolucionário internacional; enquanto continuarem a enxergar os governantes atuais como parte da solução, e não do problema, recusando-se a ver a conexão entre estes e a criminalidade, não farão nada além de enxugar gelo e correr atrás do próprio rabo. Enquanto isso, todos vão continuar a lamentar e a chorar. Mais uma vez.
Fonte: Blog do Contra,
citado no ViVerdeNovo
citado no ViVerdeNovo
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