Quadrilha do Morro dos Macacos torturou jovens por quatro horas
por Leslie Leitão
A busca por um atalho pelas ruas de Vila Isabel por pouco não custou a vida de três jovens militares do Exército. Era início da madrugada de 16 de julho (2008) quando o trio — lotado no 57º Batalhão de Infantaria, na Vila Militar — voltava de uma boate no Centro. Próximo ao Morro da Mangueira, eles viram uma movimentação estranha e resolveram seguir pelo Boulevard 28 de Setembro. No fim da avenida, cometeram um erro: seguiram pela Rua Luís Barbosa, acesso ao Morro dos Macacos, e lá foram abordados por dois homens armados. A farda guardada no veículo foi a senha para o início de uma sessão de tortura que durou toda a madrugada.
O caso — ocorrido um mês depois de 11 militares do Exército sequestrarem três jovens da Providência e os entregarem a bandidos rivais do Complexo de São Carlos, onde foram mortos — curiosamente foi abafado na época. Mas a 20ª DP (Vila Isabel) o registrou, no número 3.978/2008, iniciando investigação que terminou esta semana com um resultado efetivo: os cinco acusados de liderar o massacre tiveram a prisão decretada pelo juiz Rodrigo José Meano Filho, da 14ª Vara Criminal, a pedido do Ministério Público.
O principal deles é o chefe do tráfico na favela, Leandro Nunes Botelho, o Scooby, que andava numa Mercedes conversível de R$ 204 mil, apreendida esta semana. Segundo relatos das vítimas (dois deles são tenentes), o bandido “chegou numa motocicleta de grande porte, portando um fuzil FAL 7,62 cromado”. Deu ordens para que continuassem a tortura, roubassem todos os pertences deles, mas que “não os matassem, pois iria dar merda para o morro”.
O caso — ocorrido um mês depois de 11 militares do Exército sequestrarem três jovens da Providência e os entregarem a bandidos rivais do Complexo de São Carlos, onde foram mortos — curiosamente foi abafado na época. Mas a 20ª DP (Vila Isabel) o registrou, no número 3.978/2008, iniciando investigação que terminou esta semana com um resultado efetivo: os cinco acusados de liderar o massacre tiveram a prisão decretada pelo juiz Rodrigo José Meano Filho, da 14ª Vara Criminal, a pedido do Ministério Público.
O principal deles é o chefe do tráfico na favela, Leandro Nunes Botelho, o Scooby, que andava numa Mercedes conversível de R$ 204 mil, apreendida esta semana. Segundo relatos das vítimas (dois deles são tenentes), o bandido “chegou numa motocicleta de grande porte, portando um fuzil FAL 7,62 cromado”. Deu ordens para que continuassem a tortura, roubassem todos os pertences deles, mas que “não os matassem, pois iria dar merda para o morro”.
FOTOS DA BARBÁRIE
Os relatos constam no processo 2009.001.074389-0, no qual estão anexadas fotos que mostram as marcas da barbárie. A socos, chutes, pauladas e coronhadas, os rapazes tiveram as cabeças arrebentadas, braços e dentes quebrados, e ficaram com vários hematomas.
Quando foram abordados, pouco antes da 1h, dois dos jovens seguiram em uma moto e outro num carro. Foi dentro desse veículo que, após fazerem uma revista, os bandidos acharam roupas camufladas e uma espada. Ao serem perguntados se seriam militares, todos negaram. Mas um dos traficantes chamou um ‘superior’ no rádio, que ordenou que todos fossem levados ao topo da favela. Deu-se início à tortura.
Depois de subirem muitas escadas, os militares foram colocados sentados no meio-fio, e cerca de 15 bandidos começaram as agressões. Na sexta-feira, O Dia pediu autorização para falar com os três jovens, mas o Comando Militar do Leste não deu resposta.
Vítimas reconheceram agressoresOs relatos constam no processo 2009.001.074389-0, no qual estão anexadas fotos que mostram as marcas da barbárie. A socos, chutes, pauladas e coronhadas, os rapazes tiveram as cabeças arrebentadas, braços e dentes quebrados, e ficaram com vários hematomas.
Quando foram abordados, pouco antes da 1h, dois dos jovens seguiram em uma moto e outro num carro. Foi dentro desse veículo que, após fazerem uma revista, os bandidos acharam roupas camufladas e uma espada. Ao serem perguntados se seriam militares, todos negaram. Mas um dos traficantes chamou um ‘superior’ no rádio, que ordenou que todos fossem levados ao topo da favela. Deu-se início à tortura.
Depois de subirem muitas escadas, os militares foram colocados sentados no meio-fio, e cerca de 15 bandidos começaram as agressões. Na sexta-feira, O Dia pediu autorização para falar com os três jovens, mas o Comando Militar do Leste não deu resposta.
Segundo os militares, William da Silva, o LG, número 2 da favela, foi quem comandou as agressões, desferindo golpes com uma pistola em cada mão. Além dele e Scooby, tiveram as prisões decretadas Vinícius Alexandre do Nascimento Marques, Rogério Celino dos Santos Júnior, o Queixudo, e William da Cruz Silva, o Sabará. “Todos foram reconhecidos e vão responder pela barbárie”, diz a delegada Roberta Carvalho, titular da 20ª DP.
Ainda segundo os relatos, os traficantes pensavam que o trio seria do rival Morro do São João. E só acreditaram que estavam enganados quando um homem de apelido Perninha foi chamado para vê-los e disse que não os conhecia. E, assim, foram liberados às 5h.
Ainda segundo os relatos, os traficantes pensavam que o trio seria do rival Morro do São João. E só acreditaram que estavam enganados quando um homem de apelido Perninha foi chamado para vê-los e disse que não os conhecia. E, assim, foram liberados às 5h.
Fonte: O Dia On Line
COMENTO: não sei o que é mais lamentável. Se o fato de pessoas, independentemente de serem militares ou civis, não poderem exercer seu "direito de ir e vir", ficando a mercê da boa vontade dos bandidos de plantão, ou o fato de militares negarem sua profissão, por medo ou, em outras palavras, em reconhecimento da superioridade dos marginais que hoje efetivamente exercem a autoridade não só no Rio de Janeiro mas na totalidade das cidades brasileiras. E ainda aparecem "autoridades" criticando quando algum cidadão reage e liquida algum bandido. Na realidade, um secretário de segurança, um oficial da PM ou um delegado que assim age está assinando seu atestado de incompetência e de conivência para com a bandidagem pois não atua com eficiência, proporcionando a segurança ao cidadão que lhe paga o salário e, ainda, recrimina o cidadão que faz "o serviço" que ele devia fazer.
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