por Paulo Chagas
Engana-se quem pensa que a quebra da hierarquia e da disciplina nas Forças Armadas possam ser interpretadas como formas de manifestação e ameaça ao poder constituído, por mais ilegítimo, corrupto ou desonesto que este seja.
Engana-se quem pensa que o poder das legiões está nos movimentos de mulheres de militares, nos panelaços, nos escritos ou nas queixas do pessoal da ativa ou da reserva.
O poder das legiões está na seriedade, na dignidade, na firmeza e na liderança do canal de comando, encimado pela figura de seus Comandantes!
Não será através de manifestações intempestivas, isoladas ou coletivas, ao arrepio ou adiante da iniciativa e da vontade dos Chefes, nem com desafios ou ameaças aos pilares básicos da estrutura militar que as Forças Armadas conseguirão mostrar à nação os desmandos e as incoerências dos bandidos que hoje ocupam os postos de decisão.
O reconhecimento e o prestígio conquistados junto à sociedade são conseqüências do profissionalismo sobejamente demonstrado e das virtudes civis e militares praticadas com decência e brio.
O poder daí derivado só será efetivo enquanto estiver concentrado e coeso em torno dos Chefes!
Mas, por outro lado, de que vale o poder se lhe falta vontade? Vira capacidade, é estático, inerte, é potencial, inútil por si só! De que vale o prestígio e o reconhecimento, o poder e a unidade, a coesão e o preparo, o patriotismo e o culto ao dever se a timidez vence a vontade e neutraliza o poder?
Se a indisciplina é reconhecidamente uma forma de enfraquecimento do poder militar, de nada vale tê-lo fortalecido se dele não se faz o devido e necessário uso! A nação está carente de orientação e bons exemplos, seus líderes estão estigmatizados pela prática da desonestidade, da corrupção, da mentira e da omissão. Conduzida como gado, ao som do berrante, a nação precisa e quer ouvir a voz daqueles em quem realmente confia. Ela precisa e quer ouvir a voz das legiões e esta só será escutada quando vier da garganta e da vontade de seus Comandantes!
"Para tudo há um limite, não se pode deixar a democracia matar a própria democracia."
Gen Bda Paulo Chagas
Fonte: Ternuma Regional Brasília
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