por Heitor De Paola
Delenda est Cartago!Com esta frase (Cartago precisa ser destruída!), que se tornou proverbial, Catão, o Velho, terminava seus discursos no Senado Romano. Embora as duas partes estivessem em paz desde o fim da Segunda Guerra Púnica, Roma não conseguia ficar tranqüila, pois mesmo com todos os embargos e imposições que o tratado de paz fixado entre as duas cidades na última guerra, Cartago, superando todas as adversidades, voltara a prosperar. Catão advertia que o perigo continuava, depois de ter visitado Cartago e de lá trazer frutas que mostravam o reerguimento do inimigo. O tratado impedia Cartago de fazer a guerra a qualquer nação sem autorização do Senado, mesmo se atacada, e Roma preparou um ardil para justificar seu ataque e o desencadeamento da Terceira Guerra Púnica. Desencadeada em 149 a.C. terminou com a total destruição de Cartago e seu solo foi salgado para que nada mais nascesse lá.
Esta lembrança vem a propósito da campanha de ódio desencadeada — na verdade, nunca suspensa, sempre esperando as melhores oportunidades — pelo dois últimos governos contra as Forças Armadas, particularmente o Exército. Já se viu que uma nação que governa contra suas próprias forças armadas vai mal e tende à autodestruição. A experiência foi terrível nos Estados Unidos com a campanha contra a Guerra do Vietnam e a retirada das tropas desmoralizadas exatamente quando estavam perto da vitória. Fui testemunha do desprezo com que eram tratados os bravos soldados que defenderam seu País com o próprio sangue. Em visita ao Memorial dos mortos da guerra em Washington, D.C., em meio às lágrimas dos familiares vi veteranos aleijados esmolando e passando uma lista de assinaturas para pedir maior assistência por parte de um governo que os abandonara. Anos mais tarde vi o renascimento do orgulho nacional da era Reagan. Depois de levados novamente a realizar atos temerários que deram errado nos oito anos Clinton, Bush levantou novamente sua moral no Iraque e no Afeganistão.
Interessante notar que a Segunda Guerra Púnica teve como um dos seus Generais mais importantes Quintus Fabius Maximus Verrucosus, o Cunctator ('retardador') que jamais enfrentou as tropas de Aníbal de frente, sempre negando batalha. Dele deriva o nome da Sociedade Fabiana à qual pertence o primeiro Presidente a atacar nossas Forças Armadas, FHC. Tipicamente fabiana foi a decisão de deixar para Lula vetar a modernização da Força Aérea, o Projeto FX, que FHC teria vetado de qualquer modo. Mas retardando ao estilo fabiano e deixando para o próximo governo, saiu de bonzinho e não enfrentou diretamente o inimigo. Foi dele a iniciativa de abrir os processos de indenização das "vítimas da ditadura", um monte de terroristas e parasitas aproveitadores. Mas, o serviço mais porco, mais uma vez ficou para Lula!
Em dois artigos anteriores (aqui e aqui) já abordei este tema como um estratagema para dividir as Forças Armadas ou para dar a falsa impressão de revanchismo. Também Olavo de Carvalho abordou o tema de sua forma contundente usual.
Existem outros aspectos pelo quais o assunto deve ser abordado. Um deles, que se refere simbolicamente ao Vietnam, foi a ida de Lula e grande entourage a Ho Chi Mihn City e sua lacrimejante visita ao nonagenário Vo Nguyen Giap com todos os salamaleques comuns entre terroristas comunistas e com direito a apresentação de sua provável candidata Dilma Roussef, uma "admiradora" do velho General. As palavras de Lula foram eloqüentes: um panegírico abjeto e rasteiro ao chefão comunista que teria "derrotado" os americanos. Estes, como sempre, nem interpretaram a viagem como uma declaração de guerra, que agora foi desencadeada pelos aliados do Foro de São Paulo Morales e Chávez. Nunca deve ser esquecida a frase de Che Guevara: 'é preciso criar vários Vietnans na América Latina', o que começa a ocorrer agora com a indefectível aliança com os russos cuja presença na Venezuela, inclusive com cruzadores nucleares e bombardeiros estratégicos TU-160. (É estranho o silêncio dos nacionalistas e de nossos militares que tanto se preocuparam com a reativação da IV Frota Americana na região).
O segundo ponto é o uso de falsos testemunhos de "torturados" e familiares, o que repete situações passadas como, por exemplo, no caso Herzog. A denúncia do três mosqueteiros, Sobel, Arns e Wright ficou provada recentemente como sendo um fake pois nenhum dos três sequer viu o corpo da vítima. Denúncias baseadas em depoimentos secretos levantaram parte da intelectualidade brasileira contra o DOI-CODI, o que é mentira porque a prisão de Herzog foi no DOPS. Da mesma forma o caso Zuzu Angel, baseado exclusivamente em suposições delirantes e fantasiosas a respeito de um atentado por parte do Exército.
Criados os heróis é preciso criar também os vilões, pois acusações generalizadas contra o Exército não têm abalado a confiança da população nesta instituição — todas as pesquisas de opinião mostram um índice de confiança acima de 75%. O papel foi atribuído principalmente ao Coronel Carlos Alberto Brilhante Ustra. Para isto levantam-se "experts" da ONU e o onipresente Juiz espanhol Baltazar Garzon, e toda a Nova Ordem Mundial interferindo em nossas leis e querendo levar este e outros casos para o Tribunal Penal Internacional.
Fonte: Jornal INCONFIDÊNCIA
COMENTO: Infelizmente, a tarefa de criação de vilões têm recebido o auxílio de membros do poder judiciário que aceitam simplesmente os testemunhos das supostas vítimas como provas suficientes em processos contra o Coronel Ustra, ignorando os depoimentos de defesa e a falta de provas concretas. Assim, deve ter ocorrido no processo em que ele foi condenado ontem, noticiado amplamente como uma vitória dos antigos terroristas, que "Fechou uma porta do passado e abriu outra, a do começo do fim da impunidade", conforme a guerrilheira Criméia Alice Schmidt de Almeida, dando a entender que novos processos deverão ser iniciados.A estória que deu origem ao processo, segundo o Cel Ustra, ocorreu da seguinte forma:
"Ao final de dezembro de 1972, a gráfica clandestina do PCdoB foi localizada e ‘estourada’. Os responsáveis por esse ‘aparelho de imprensa’ eram Maria Amélia Teles e seu marido César Augusto Teles. Na ocasião, estavam com eles os dois filhos do casal — Janaína, de 5 anos, e Edson Luis, de 4 anos, além de Criméia Schmidt de Almeida, irmã de Maria Amélia, que se fazia passar por babá das crianças. Os adultos foram presos e as crianças, como não poderiam ficar sozinhas na casa, foram conduzidas para o DOI. Ao chegarem, entrevistei o casal e lhes disse que as crianças não poderiam permanecer naquele local. Perguntei se tinham algum parente em São Paulo que pudesse se responsabilizar por eles. Responderam que as crianças tinham tios em Minas Gerais. Pedi o telefone deles para avisá-los do que acontecia e indagar se poderiam vir a São Paulo para receberem os dois filhos do casal. Feito o contato, esses familiares pediram alguns dias de prazo para viajar à capital paulista. Decidi que, enquanto aguardávamos a chegada dos tios, as crianças permaneceriam sob o cuidado do Juizado de Menores. Nesse momento, Maria Amélia e César Augusto pediram para que seus filhos não fossem para o Juizado. Uma policial militar, que assistia ao diálogo, se ofereceu para ficar com Janaína e Edson Luis até a chegada de seus tios, desde que os pais concordassem com o oferecimento, o que foi aceito na hora pelo casal. Movido mais pelo coração do que pela razão, achei que essa era a melhor solução. As crianças foram levadas para a casa da agente. Para que não sentissem a falta dos pais, diariamente eram conduzidas ao DOI para ficar algum tempo com eles. Isso se repetiu até a chegada dos parentes. Nesse dia, Janaína e Edson Luis foram entregues aos seus tios, na presença dos pais. Em abril do corrente ano, fui surpreendido com uma Notificação Judicial onde, em uma extensa acusação de 46 páginas, eu era acusado dos crimes de tortura, seqüestro, cárcere privado dessas crianças e de tortura de seus pais e de sua tia Criméia."
Houvesse o Cel Ustra entregue as então crianças ao Juizado de Menores, talvez tivessem sido melhor criadas, evitando que fossem nos dias atuais depor contra aquele militar, alegando torturas recebidas (memória prodigiosa daquelas crianças de 4 e 5 anos de idade).
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