por Rebecca Santoro
Baseado no artigo:
Segundo dois guardas florestais de Pando que estiveram naquele departamento durante ‘o massacre dos campesinos’ (pelo qual o prefeito de Pando está sendo acusado de ‘genocídio’ pelo governo de Evo Morales), o senhor Miguel Chiquitín Becerra, ex-prefeito de Cobija e aliado de Morales, mandou recrutar centenas de pessoas, em Riberalta, alguns dias antes, dizendo que seriam conduzidas a um Congresso, em Pando, pela qual a participação renderia 200 bolivianos para cada um dos presentes. “Enganaram os camponeses, pagaram-lhes 200 bolivianos (30 dólares) para vir a um suposto congresso, mas, na realidade, queriam tomar a prefeitura e tirar o prefeito (governador)”, relata uma testemunha a um repórter do jornal Clarín (21-09-2008).
No caminho, na fazenda de Becerra, ele e o ministro Juan Ramón Quintana (acusado de ser o artífice da “ditadura militar” e da “guerra psicológica” que Pando vive), em pessoa, entregaram um rifle e uma caixa de munição para todos os homens, que seguiram adiante até Filadélfia — município que, de acordo com várias testemunhas, tem sempre muita gente armada e no qual também há a presença de muitos cubanos e de venezuelanos. Para não serem confundidos entre a população local, durante o premeditado e previsível conflito, todos receberam distintivos especiais (fizeram o pessoal de ‘alvo mártir necessário’?).
Enquanto isso, a prefeitura de Pando já tinha informações sobre a marcha dos campesinos. Por isso, organizou-se uma espécie de bloqueio, para tentar deter este grupo de cerca de 200 campesinos, que foram, então, recebidos pelos ‘bloqueadores’ de Pando com paus e pedras, por volta das três horas da madrugada. Entretanto, como eram em número muito menor, os ‘bloqueadores’ tiveram que recuar. Mas, foram surpreendidos por mais e mais campesinos que atiravam com armas de fogo contra eles. Correram, então, para a cidade de Cobija, aonde chegaram por volta das 5 horas da manhã.
“A violência começou quando os camponeses mataram à queima-roupa o engenheiro Pedro Oshiro, em frente a uma valeta que os separatistas haviam cavado em plena rodovia, na altura de Três Barracas, para impedir o avanço camponês”, diz, ao Clarín, um jornalista local — que se auto-exilou na cidade brasileira de Brasileia. O engenheiro foi baleado na cabeça. Morreram, também, uma defensora de Pando — conhecida como Martina — que apanhou e teve seu corpo queimado e, sem confirmação, um padre da cidade que tentava amenizar a situação.
A notícia da vinda da ‘marcha campesina armada’ alarmou os moradores de Cobija, que pegaram suas armas e saquearam uma loja que vendia armamentos, da qual levaram 25 armas, entre pistolas e rifles, mais munição. Ali perto, em Porvenir, os campesinos já haviam tomado a praça do povo. Quando a ‘resistência’ de Cobija chegou, começou um intenso tiroteio no qual morreram uns quatro ou cinco campesinos. Estes últimos, quando perceberam a enorme reação dos cidadãos locais, e por estarem em menor número, começaram a debandar em fuga. Mas, os moradores de Cobija e de Porvenir, perseguiram os agressores que fugiam.
Sem conhecer direito a região, muitos elementos que estavam em fuga se viram obrigados a ter que atravessar o rio Tahuamanu a nado. Enquanto nadavam em fuga, 10 ou 15 pessoas foram mortas — por tiro ou por afogamento — e, em sua maioria, tiveram seus corpos levados pela correnteza do rio. Algum tempo depois, começaram a aparecer os corpos em vários locais. Mas, as identidades destes mortos é que começaram a surpreender.
Campesinos? Bem, um deles, por exemplo, portava a identificação de atirador do Exército boliviano. Outros cinco nomes da lista de mortos/desaparecidos são de homens que haviam invadido uma reserva florestal de Pando, no mês passado (ou seja, não tinham vindo com os campesinos, mas já estariam infiltrados na região). E, mais recentemente, os parlamentares Oscar Urenda e Mario Cronembold confirmaram a denúncia de que outros seis mortos seriam militares venezuelanos — cujos corpos acabaram sendo trasladados da Bolívia para a Venezuela, é claro, ilegalmente, com a conivência do Serviço de Aeroportos Bolivianos (Sabsa) e a participação da empresa funerária Señor de Malta. Conclui-se, portanto, que, pelo menos até agora, que 16 dos mortos nos conflitos em Pando não se tratavam de campesinos. Quantos campesinos, afinal, teriam realmente morrido no que Morales está chamando de ‘massacre dos campesinos’?
O próximo departamento a sofrer com os ataques dos massistas (partidários do Movimento ao Socialismo — MAS — que apoiam Morales) é Santa Cruz, que está sendo cercado (e isolado) por cerca de 50 mil militantes pró-Evo. Até agora, 40 mil pessoas da Confederación de Indígenas del Oriente Boliviano (CIDOB), da Coordinadora de Pueblos Étnicos de Santa Cruz (Cepes), da Confederación Sindical Única de Trabajadores Campesinos de Bolivia (CSUTCB) e da Federación Nacional de Mujeres Campesinas Indígenas Originarias de Bolivia Bartolina Sisa (familiares me parecem estes nomes...) estão bloqueando os acessos a Santa Cruz. São aguardados mais 10 mil militantes dos setores colonizadores, cocaleros e (cooperativistas) mineiros. Mais desgraça? Provavelmente sim, pois está difícil sair o acordo entre os prefeitos dos municípios que se pretendem autônomos e o presidente Evo Morales.
Assim se divide um país. Assim acontece em todos os lugares vitimados pela desgraça comunista. Mas, parece, não há olhos para ver nem ouvidos para ouvir — principalmente por parte dos governos de países vizinhos. Para muitos, o comunismo morreu e, junto com ele, a tal da Guerra Fria, não é mesmo?
Entretanto, coincidentemente ou não, a Rússia elegeu a Bolívia para recuperar sua presença política e econômica na América Latina. “Estou certo que, agora, vamos recuperar os anos perdidos” declarou ao jornal El Diário o embaixador Extraordinário e Plenipotenciário da Rússia na Bolívia, Leonid E. Golubev, que também adiantou que seu país se empenhará, ao lado dos bolivianos, para apoiar a reivindicação de recuperação de uma saída para o mar.
A Bolívia, aliada ao Peru, perdeu sua saída para o mar, depois da chamada "Guerra do Pacífico", contra o Chile, no período 1879/1883. Desde então, os bolivianos tentam, pela via diplomática, recuperar sua saída para o mar. Evo Morales e Michelle Bachelet, presidente do Chile, estabeleceram um acordo com uma agenda de 13 pontos, na qual consta a reclamação marítima boliviana.
Atentem para o teatro boliviano, senhoras e senhores, porque lá se passa uma amostra do que aqui poderá vir a ocorrer. Nosso consolo é que, por motivos óbvios, o Brasil ficará por último. Então, não se preocupem, pelo menos os três próximos Carnavais estão garantidos.
Vejam os três vídeos abaixo e saibam o que realmente se passa naquele país:
BOLÍVIA - PARTE 1 - A EVOLUÇÃO DA REVOLUÇÃO COMUNISTA DE EVO
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BOLÍVIA - PARTE 2 - ATAQUE A CAMPESINOS INOCENTES?
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BOLÍVIA - PARTE 3 - O VERDADEIRO MASSACRE DE PANDO
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Fonte: Imortais Guerreiros
COMENTÁRIO EXTRAÍDO DO BLOG COTURNO NOTURNO:
Como se sabe, a UNASUL enviou uma comissão de inquérito ás mortes ocorridas em Pando, que a Rebecca Santoro tão magistralmente comenta neste artigo.
Mas o que ninguém tem conhecimento ou é assunto muito restrito, é que quem comanda e chefia essa comissão investigadora da Unasul, é um velho e conhecido terrorista com dezenas de mortes no seu curriculo, Rodolfo Matarollo que defendia a tese da "guerra popular prolongada".
Pode ler aqui, o artigo publicado no Blog de Heitor de Paola.
Como se sabe, a UNASUL enviou uma comissão de inquérito ás mortes ocorridas em Pando, que a Rebecca Santoro tão magistralmente comenta neste artigo.
Mas o que ninguém tem conhecimento ou é assunto muito restrito, é que quem comanda e chefia essa comissão investigadora da Unasul, é um velho e conhecido terrorista com dezenas de mortes no seu curriculo, Rodolfo Matarollo que defendia a tese da "guerra popular prolongada".
Pode ler aqui, o artigo publicado no Blog de Heitor de Paola.
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