por Marcos Coimbra
Há algum tempo presenciamos em nosso país a imposição de um verdadeiro culto à covardia, à subserviência, à submissão, principalmente por parte da mídia amestrada. Observamos, com admiração, o progresso em quase todas as expressões do Poder Nacional da China e da Índia. Suas respectivas economias crescem a expressivas taxas todos os anos, possuem poderio militar, inclusive com capacidade nuclear e domínio da tecnologia de ponta na área aeroespacial e são respeitadas no contexto internacional. Trinta anos atrás, nosso Brasil estava em melhores condições para a "decolagem" do que eles. Mas não fomos capazes de progredir na mesma proporção.
Agora, descemos da situação de 8ª posição para o 9º degrau, considerando-se o PIB. Nossa taxa de crescimento em 2010, apesar de expressiva, podendo mesmo chegar a algo em torno de 7%, não é sustentável e continua a ser inferior a deles. A concentração de renda é dramática. Os banqueiros nacionais e internacionais aumentam sua remuneração, brutalmente, a cada ano. Os salários, como percentual da Renda Nacional, caíram de 57%, no biênio 1959/1960, para 43,6% no biênio 2008/2009.
Parcelas cada vez maiores do território nacional são demarcadas por pressão de organismos internacionais, criando vastas extensões de terras para alguns poucos milhares de "índios" já civilizados. Organismos externos obrigaram o Congresso a aprovar o famigerado estatuto do desarmamento, para alegria dos marginais. Parte da imprensa, regiamente paga, procura criar a cultura da não resistência no antes bravo povo brasileiro. Em caso de assalto, "não resista, fique a mercê do bandido drogado que está agredindo o cidadão". Inúmeros casos de famílias inteiras violentadas por psicopatas, soltos até por indulto de natal, sequer são comunicadas à polícia, por medo de represálias.
As autoridades e suas famílias (até netos) que aprovaram o estatuto continuam a circular em carros blindados, protegidos por seguranças públicos ou de empresas privadas. E a nossa juventude é "educada" desta forma, de acordo com as diretrizes impostas pelos defensores dos direitos humanos dos bandidos. Na escola, nem aprendem a ler, escrever ou fazer contas, em um patamar funcional, mas vão estudar filosofia, sociologia e história da África. Os meios de comunicação transmitem programas e exemplos perniciosos. A instituição familiar está sendo degradada a cada dia. Como consequência lógica deste estado de coisas flagramos a postura da nossa juventude, de profundo alheamento, para não dizer de alienação dos problemas nacionais, tão diferente das gerações anteriores. Falta alma, fibra, raça, conscientização.
De nada adianta para um país desenvolver-se apenas na expressão econômica, caso não evolua nas demais. Será uma mesa desequilibrada, com seus pés de tamanhos diferentes. É o caso do Japão. Atingiu o desenvolvimento econômico, mas não tem desenvolvimento militar. Já os EUA são a potência mundial, de caráter hegemônico, porque desenvolveram as cinco expressões do Poder Nacional. O Brasil ainda não conseguiu obter o desenvolvimento em nenhuma. Atingimos, tempos atrás, o crescimento econômico, mas não o desenvolvimento econômico. Devemos alcançá-lo para, então, partir para atingir o desenvolvimento das demais expressões. É necessário fortalecer, e muito, a expressão militar do Poder Nacional, a fim de que possamos proteger nosso povo, nossas riquezas e nosso imenso território.
No dia 12 de abril de 2010, a administração Lula assinou um novo acordo militar com os EUA. O Secretário de Defesa dos Estados Unidos, Robert M. Gates, comemorou nos seguintes termos o acordo: “Esse acordo será o início para aprofundar a cooperação de defesa entre os Estados Unidos e o Brasil em todos os níveis (...)". Representa o retorno à situação vivenciada pelo Brasil, antes da administração Geisel. Relembrando, em 1977, ele promoveu o rompimento do então vigente acordo militar Brasil-EUA. Também é oportuno lembrar que, depois da visita do Sr. William Cohen ao Brasil, durante a administração FHC, foi criado o ministério da Defesa, comandado por um civil, por imposição dos EUA, com a extinção do EMFA e dos ministérios militares, reduzidos agora a simples Comandos.
O sistema financeiro internacional continua a eleger e derrubar presidentes e outros menos votados. O Congresso demonstra, com os últimos episódios, o grau de corrupção acentuada e sua tibieza. Deputados mudam de opinião em troca de benesses diretas e indiretas. Os eleitos são perfeitos representantes do nosso Legislativo. Nas eleições próximas, verificamos, com pesar, que os futuros parlamentares, bem como dirigentes estaduais e da União, não proporcionarão ao povo brasileiro qualquer perspectiva de melhora. É mais do mesmo. Será a continuação da mediocridade reinante.
A solução principia em lutar para resgatar a soberania e o desenvolvimento da Pátria, perdidos nos últimos anos. Mudar o modelo selvagem ora adotado e dar um choque de competência e dignidade nas atuais administrações. Renovar tudo. Investir em infra-estrutura econômico-social. Recuperar a auto-estima perdida e formar cidadãos livres, corajosos, de bons costumes, honestos, dignos de nossos antepassados. Chega de covardia! A vitória é a recompensa dos guerreiros vencedores. Somente lutando sem medo legaremos um futuro melhor para nossos descendentes.
Marcos Coimbra é Conselheiro Diretor do CEBRES,
professor de Economia e autor do livro Brasil Soberano
Correio eletrônico: mcoimbra@antares.com.br
Fonte: Brasil Soberano
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