por Hamilton Bonat
A situação em Honduras está cada vez mais complicada. Segundo os entendidos, o senhor Zelaya tentou rasgar a Constituição. Judiciário e Legislativo não deixaram. Portanto, parece exagero afirmar que houve um golpe de estado. Exagero maior é classificar o evento como golpe militar. Não vou me intrometer nessa discussão, pois, a meu ver, caberia à Honduras — Nação Democrática e Soberana — resolver seus problemas.Vou me fixar somente no fato de a nossa embaixada em Tegucigalpa ter acolhido (dá até para desconfiar que tudo estava combinado) o bigode do chapeludo Don Zelaya. Nada tenho contra o chapéu, a não ser o fato de seu dono, ao que consta, não retirá-lo nem em enterro. É seu marketing. Com o “Panamá” na cabeça, ele sente-se superior aos demais viventes. Mas isso é assunto para professor de boas maneiras, não para mim.
Preocupa-me mesmo é o bigode, ou melhor, são seus fios. Claro que já vai longe o tempo em que um fio de bigode garantia a palavra empenhada. As coisas mudaram tanto, que ele e a própria palavra perderam credibilidade. Atualmente, nem mesmo um contrato assinado, com todos os carimbos e protocolos que servem para oficializá-lo, tem valor.
A Constituição, na condição de Carta Magna de um País, deveria ser cumprida, em especial pelos mandatários dos chamados “Estados Democráticos de Direito”. Mas, como são poucos os bigodes confiáveis — e o do senhor Zelaya não é um deles — alguns líderes têm tentado driblá-la.
Foi esse o bigode que acolhemos, interferindo diretamente na política interna da pequenina Honduras. Resta saber que interesses estratégicos, humanitários, econômicos ou mesmo políticos levaram o Brasil a essa aventura. Sinceramente, não os consigo visualizar.
— Pista 1: Honduras situa-se na rota do tráfico de drogas entre Colômbia e Estados Unidos.
— Pista 2: Interessa às FARC ter um “amigo”, para qualquer eventualidade, no comando daquele País. — Pista 3: Hugo Chávez apóia as FARC.
— Pista 4: Nossa política externa anda à reboque do “líder bolivariano”.
— Pista 5: Chávez sugeriu que déssemos uma de ianque.
Conclusão: esta é com você, caro leitor-detetive. Poderão até dizer que meu raciocínio é simplista demais, e é mesmo. Mas, ao mesmo tempo, é lógico.
Há décadas temos lido e ouvido o bordão “Yankees go home”! Por todos os cantos, inclusive no Brasil, a frase tem soado como protesto à onipresença norte-americana. Agora, graças às trapalhadas do senhor Celso Amorim, porta-voz de Marco Aurélio Garcia, o “ministro de fato” das Relações Exteriores, estamos virando “neo ianques”. Talvez, logo, logo, voltemos a nos denominar “Estados Unidos do Brasil”!
Fonte: Hamilton Bonat
COMENTO: efetivamente, houve época em que bigode, ou um fio de bigode, foi símbolo de honestidade e honra. "Nuncantesneçepaíz" os bigodes representaram figuras tão deprimentes. Hoje representam nepotismo, "revogações irrevogáveis", "concertações peremptórias", e outras atitudes do mesmo jaez. Que me perdoem os bigodudos honestos.
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