segunda-feira, 21 de abril de 2014

Adeus, Bernardo!

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Acredito que o "feriadão" de muitas pessoas, como o meu, foi extremamente prejudicado pelos desdobramentos revelados sobre o brutal crime contra o menino Bernardo Boldrini, no Rio Grande do Sul.
Posso estar sendo injusto, mas a partir de agora entraremos na fase da patifaria marqueteira! Não faltarão passeatas com pessoas vestidas de branco "clamando por paz e justiça". Palestras, campanhas, missas, discursos, homenagens, etc, tudo para encobrir a enorme ineficiência e irresponsabilidade geral demonstradas no caso. 
Cotidianamente vemos notícias de mães e pais - pobres, sem tempo disponível para os cuidados familiares - que preocupados com a falta de fiscalização sobre seus filhos, os submetem a "cárcere privado", em casa, para evitar contatos com a vagabundagem, as drogas e o desvio de caráter. Logo seu "pátrio poder" é ameaçado por "autoridades" que, com o apoio de empresas jornalistas e suas imagens e manchetes sensacionalistas - onde sobressai o indefectível "exclusivo" -, ameaçam retirar de casa os jovens "cuja infância e adolescência estão sendo violentadas" pelos pais. Vizinhos, amigos, conhecidos, parentes, colegas de escola e de serviço, além dos psicólogos e os entendidos de sempre, aprestam-se a fazer declarações frente às câmaras televisivas, criticando esses pais ditatoriais que não sabem se comportar familiarmente de acordo com os ditames politicamente corretos. 
O pequeno Bernardo não teve a sorte de encontrar esse tipo de defensores da dignidade humana. Mesmo clamando por socorro, queixando-se a parentes, colegas, amigos de seu pai, e até junto a autoridades constituídas, não obteve a atenção necessária para seu drama. 
Ressalto: posso estar sendo injusto, mas me parece que a "posição social" de seu pai - um médico conceituado - deve ter influenciado na forma amena com que seu caso foi tratado. 
É fácil meter o pé na porta de um barraco com um cinegrafista junto, gravando a iniciativa e valentia dos agentes ao "salvar" um drogado qualquer que esteja acorrentado a uma cama para não sair carregando os poucos bens de sua família para os trocar por drogas. Por outro lado, é muito difícil expor a família de um doutor com problemas de relacionamento. 
Que Deus o tenha, Bernardo! E que o mesmo Deus se apiede da hipocrisia de todos nós, que sempre temos respostas e soluções fáceis para as coisas fáceis.
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