por Lenilton Morato
Os protestos contra o aumento das tarifas de transportes públicos no Brasil refletem a triste realidade na qual vivemos, especialmente quando nos deparamos com estudantes protestando. Esta massa prova a total falência de nosso sistema educacional que, somente é capaz de produzir militantes políticos e escravos ideológicos. A própria negação dos manifestantes acerca da politização do movimento são provas da alienação mental pelo qual são submetidos. É muito Marx na veia mano.
Quebrar ônibus, depredar o patrimônio histórico ou pichar residências e estabelecimentos alheios parece justificarem-se pelo abusivo aumento da passagem. “É o povo acordando”, dizem. Não. São apenas estudantes formados em nossa academia que tiveram seus cérebros destruídos pela ideologia comunista, mesmo quando insistem em negar.
As bandeiras de partidos como PCdoB, PSTU e movimentos sociais não estão ali por acaso. O clamor dos revoltados por mais regulação do Estado (passe livre) não é fruto do nada. A própria imprensa, a cobrir os eventos sempre da perspectiva dos manifestantes, deixa em evidência a violência policial que, infelizmente, às vezes é necessária. Progressivamente, a polícia é vista como o “órgão opressor”. Até gritos de “abaixo a ditadura” são ouvidos. Só um cego não percebe o pincel socialista no quadro pintado.
Protestar não é o problema. Aliás, é louvável. Mas infelizmente, os jovens que vestem máscaras e gritam palavras de ordens simplesmente não sabem pelo quê protestam. Não sabem o porquê do aumento da passagem de ônibus. São apenas papagaios repetindo refrãos. E nesta repetição imbecil, defendem justamente aquilo que causa o problema: estatização. Em Porto Alegre, por exemplo, teve protesto contra a privatização da cidade... Coisa de gente burra mesmo.
O aumento tarifário é inevitável, visto que a inflação (sim, ao contrário do que a Dilma diz, ela existe) corrói salários e aumenta custos (e anualmente o salário mínimo é aumentado). Acontece que a culpa por este aumento não é dos empresários malvados como nos fazem crer, mas do governo. Para manter seus assistencialismo social e um sem-número de ministérios e secretarias, é preciso dinheiro. Obtê-lo gera custo, quer seja aumentando a carga tributária ou imprimindo mais papel-moeda. Ambos, por motivos distintos, geram aumento dos preços que vão refletir nos custos que o empresário e o prestador de serviço terão. E este custo é revertido ao consumidor.
Não obstante, as várias gratuidades do sistema de transporte fazem com que a tarifa custe mais do que deveria custar se todos pagassem igualitariamente pela passagem. Assim, para que um estudante pague meia passagem ou para que a população viva “sem roletas” como querem alguns manifestantes, os usuários ordinários serão penalizados. Mas supomos que a pressão dos protestos surta efeito e os valores sejam mantidos ou mesmo reduzidos por força de decisão judicial. Em tese, todos sairiam ganhando... Negativo.
O governo precisaria subsidiar o transporte. E de onde sairá este recurso? Ora, do bolso dos contribuintes, tanto daqueles que não usam o transporte quanto daqueles que gritam contra o aumento; irão pagar pelo aumento quando forem ao supermercado, comprarem pipoca ou dirigirem-se ao cinema. Afinal, não existe serviço de graça. Se alguém tem qualquer coisa de graça, outro teve que pagar por ele. No longo prazo o sistema vai à falência. Esta é a raiz dos problemas que a Europa enfrenta agora, por exemplo.
Outro grande problema que faz com que as passagens sejam caras chama-se monopólio. Não há concorrência. Tudo está na mão de uma única empresa e quando existem mais de uma concessionária atuando, os trechos concedidos são diferentes, de maneira que fica tudo na mesma. E se tem algo que o Estado abomina é a concorrência. Com ela, sua influência política e econômica é drasticamente diminuída, e a população passa a perceber que não precisa tanto dele assim. Mas ninguém protesta por isso.
Da mesma forma, ninguém protesta quando a presidente resolve criar um ministério, 39 agora, que aumenta gastos e diminui capacidade de investimentos. Ninguém protesta quando entra na fila do SUS e é mal atendido, quando sai da escola e percebe que não aprendeu nada ou quando precisa da força policial e ela, além de ser mal equipada e remunerada, ainda tem suas ações diluídas em virtude de nossas leis brandas. Ninguém protesta... Detalhe: todas estas áreas são de responsabilidade do Estado.
Protestam contra aumento de preços e tarifas de serviços, mas não se dão conta que o triste não é pagar, mas não ter condições de pagar. Ninguém protesta contra uma carga tributária que suga mais de um terço de nosso suado dinheiro que vai diretamente para o bolso de apadrinhados políticos, diretores de estatais que não deveriam existir ou para custear os salários absurdos dos poderes Executivo, Legislativo e Judiciário. Contra isso não há quebradeira, não há coragem, não há cartazes dizendo “desculpe o transtorno, estamos mudando o país”. Não estão. Estão justamente fomentando o que o torna cada vez pior: a estatização.
O mais grave, porém, é notarmos a natureza das coisas pelas quais se protesta. Marcha da maconha, das vadias, dos gays, e agora pelo passe livre. Enquanto isso, 50 mil brasileiros morrem por ano, e ninguém protesta. Querem legalizar o aborto, chamando o feto de um “emaranhado de células”, e ninguém sai em defesa dos mais inocentes. A criminalidade está atingindo níveis cada vez mais insuportáveis, mas ninguém parece se importar. Condenados pelo mensalão ocupam a Comissão de Constituição e Justiça do legislativo e nem um “piu” se ouve.
Parece que o brasileiro está muito mais preocupado em dar o rabo, mostrar os peitos, fumar um baseado e pular uma roleta do ônibus do que pela sua vida, segurança, saúde ou pelo destino do seu dinheiro. E tem gente que acha que o brasileiro acordou...
Fonte: Lenilton Morato
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