por Nivaldo Cordeiro
Fui convidado para ser palestrante no I Fórum Brasileiro da Democracia Liberal, evento que acontecerá no próximo dia 31, em Florianópolis. Aceitei o convite porque falar dos perigos do Estado Total é já uma forma de lhe dar combate. Venho aqui lembrar, meu caro leitor, da urgência e relevância de termos atenção integral aos movimentos da besta estatal, insaciável em subtrair riquezas e liberdades de quem habita no Brasil. Um exemplo é o balão de ensaio lançado pelo governo Lula para reviver a CPMF, imposto de triste lembrança para todos os brasileiros que trabalham.
Obviamente que a notícia é um contrassenso, inclusive porque as estatísticas disponíveis sobre a arrecadação no primeiro quadrimestre demonstram o enorme avanço da carga tributária, a despeito da descontinuidade daquele imposto. A desculpa é a velha e mesma de sempre, de que os recursos seriam destinados aos gastos com a Saúde pública. Ora, porque então o excesso de arrecadação não é, de pronto, aplicado a esse mister, supostamente tão urgente aos governantes? Digo-lhe, meu caro leitor: pelo simples fatos de que a elevação dos impostos, para um governo socialista como o do PT, não é uma questão meramente administrativa, mas uma questão programática de cunho ideológico. A necessidade real do que quer que seja entra como mera peça de retórica de convencimento, seja à opinião pública, seja ao Poder Legislativo.
A revolução em curso ganhou contornos tributaristas e a luta de classe levada a efeito pelo governo do PT é expropriar legalmente, via carga tributária, seja a renda ou a propriedade privada dos brasileiros. A nova esquerda, ancorada nas teorias de Antonio Gramsci, descobriu que, melhor que dar tiros por aí para derrubar governos, melhor mesmo é ganhar eleições e usar das leis e do aparelho de Estado contra aqueles que eles chamam de “burguesia”, ou seja, qualquer pessoa que não dependa do Estado, nem dos sindicatos e nem do assistencialismo dos partidos políticos para ganhar a própria vida. Em outras palavras, os brasileiros que trabalham e pagam impostos, os empreendedores e seus empregados.
Quem olha com agudeza a cena que se desenrola não pode deixar de exibir um sorriso sardônico e um maneio de cabeça, descrente, ao ouvir essa proposta indecente de Lula. Essa retórica não engana a mais ninguém, pois o suposto Estado de Bem-estar social é apenas uma etiqueta para legitimar e legalizar o roubo. Mas, de algum modo, a comunicação política precisa ser feita, pois afinal o exército de jornalistas que defende a causa esquerdista precisa ter sobre o que escrever. Pregar a distribuição de renda via Estado é a crença geral que tomou conta de toda a nossa classe pensante, primeiro e sobretudo da classe jornalística. Não lhe ocorre que defender essa baixeza é acumpliciar-se com a forma mais nefanda de roubo, odiada pelas pessoas desde tempos imemoriais. Revoluções genuínas sempre são feitas contra a tirania dos impostos elevados.
Então lutar contra o Estado Total é sobretudo lutar não apenas contra a elevação dos impostos, mas pela redução da carga tributária também; é lutar contra o excesso de regulação da vida privada; é defender a redução do número de funcionários públicos, a revisão da Previdência Social, transformada que foi numa fábrica de privilégios nojentos. Os “anistiados” políticos estão aí a caçoarem dos pagadores de impostos.
E como lutar? De todas as formas, opinando com os amigos, escrevendo, discutindo em todos os fóruns e, em especial, escolhendo bem os candidatos a postos eletivos. Quem não depende do governo não precisa cair no conto de vigário do distributivismo. Embora todos os nossos partidos políticos estejam comprometidos com o programa socialista, ainda assim é possível a escolha de nomes de gente honrada, que sabe que imposto é roubo e que dinheiro não dá em árvore.
Militar nos organismos engajados com a causa da liberdade é também uma forma de ação contra o Estado Total. Os Institutos Liberais, mesmo que fracos e sem recursos, precisam ser apoiados. O resgate do sentido da Tradição religiosa também, que ela sempre defendeu os fundamentos da liberdade. E aqui falo especialmente das confissões cristãs e do judaísmo, por mais que parte do clero e dos religiosos tenha descambado para alguma variante da famigerada teologia da libertação.
Lutar contra o Estado Total é um dever de consciência.
Fonte: Ternuma
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