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A Folha desta quinta traz um pequeno texto que é um emblema do governo Lula. Leiam:
Ao justificar a escolha de Mangabeira Unger para coordenar o PAS (Plano Amazônia Sustentável), o presidente Lula chegou a afirmar que Marina Silva não tinha "isenção" para levar a tarefa adiante.
A declaração de Lula foi feita ao final da reunião que antecedeu o lançamento do PAS, na quinta-feira passada. Estavam presentes ministros e governadores da região amazônica. Ao anunciar a escolha de Unger, o presidente afirmou que nem Marina nem Reinhold Stephanes (Agricultura) nem Geddel Vieira Lima (Integração Nacional) tinham isenção suficiente para tocar o programa, pois todos eles tinham interesses específicos a defender. Stephanes confirmou as declarações do presidente.
Marina já havia detectado a possibilidade de perder a coordenação do plano que ajudou a conceber e elaborar desde 2003 e agia internamente para preservar o espaço.
Mas suas frustrações não se limitaram à perda de poder. A proposta original de criação de unidades de conservação ambiental foi desidratada na versão final do PAS.
A maior decepção acabou acontecendo ao final da reunião no Planalto quando Marina foi informada que Unger havia vencido a batalha interna do governo pela coordenação do PAS.
Comento
Como é? Três ministros de estado são considerados “não-isentos” para tocar um programa de governo? O que isso quer dizer exatamente? Seja lá o que for, dado o contexto, é coisa grave.
Compreende-se, para usar uma metáfora-clichê tão ao gosto de Sua Excelência, que cada ministro puxe a brasa para a sua sardinha. Mas há de se supor, no entanto, que Stephanes não saia derrubando árvores como um celerado para plantar grãos, que Marina não se amarrasse a uma seringueira, em greve de fome, para ninguém tocar na Amazônia, ou que Geddel não vá mudar o curso de todo riacho que encontrar pela frente.
O que quer dizer “ter isenção”? O governo se divide, então, entre os ministros isentos — aqueles que, como Mangabeira, ainda estão à procura do que fazer — e os não-isentos, porque ocupados, sei lá, em trabalhar como lobistas em seus respectivas áreas?
A fala de Lula revela um governo balcanizado, onde o que falta, de fato, é projeto. Quer dizer que há um Plano Amazônia Sustentável que tem de ficar ao abrigo da ação dos ministérios do Meio Ambiente, Agricultura e Integração Nacional porque seus titulares criariam dificuldades?
E, então, a solução passa a ser Mangabeira Unger? Estamos feitos!!!!!
A Folha desta quinta traz um pequeno texto que é um emblema do governo Lula. Leiam:
Ao justificar a escolha de Mangabeira Unger para coordenar o PAS (Plano Amazônia Sustentável), o presidente Lula chegou a afirmar que Marina Silva não tinha "isenção" para levar a tarefa adiante.
A declaração de Lula foi feita ao final da reunião que antecedeu o lançamento do PAS, na quinta-feira passada. Estavam presentes ministros e governadores da região amazônica. Ao anunciar a escolha de Unger, o presidente afirmou que nem Marina nem Reinhold Stephanes (Agricultura) nem Geddel Vieira Lima (Integração Nacional) tinham isenção suficiente para tocar o programa, pois todos eles tinham interesses específicos a defender. Stephanes confirmou as declarações do presidente.
Marina já havia detectado a possibilidade de perder a coordenação do plano que ajudou a conceber e elaborar desde 2003 e agia internamente para preservar o espaço.
Mas suas frustrações não se limitaram à perda de poder. A proposta original de criação de unidades de conservação ambiental foi desidratada na versão final do PAS.
A maior decepção acabou acontecendo ao final da reunião no Planalto quando Marina foi informada que Unger havia vencido a batalha interna do governo pela coordenação do PAS.
Comento
Como é? Três ministros de estado são considerados “não-isentos” para tocar um programa de governo? O que isso quer dizer exatamente? Seja lá o que for, dado o contexto, é coisa grave.
Compreende-se, para usar uma metáfora-clichê tão ao gosto de Sua Excelência, que cada ministro puxe a brasa para a sua sardinha. Mas há de se supor, no entanto, que Stephanes não saia derrubando árvores como um celerado para plantar grãos, que Marina não se amarrasse a uma seringueira, em greve de fome, para ninguém tocar na Amazônia, ou que Geddel não vá mudar o curso de todo riacho que encontrar pela frente.
O que quer dizer “ter isenção”? O governo se divide, então, entre os ministros isentos — aqueles que, como Mangabeira, ainda estão à procura do que fazer — e os não-isentos, porque ocupados, sei lá, em trabalhar como lobistas em seus respectivas áreas?
A fala de Lula revela um governo balcanizado, onde o que falta, de fato, é projeto. Quer dizer que há um Plano Amazônia Sustentável que tem de ficar ao abrigo da ação dos ministérios do Meio Ambiente, Agricultura e Integração Nacional porque seus titulares criariam dificuldades?
E, então, a solução passa a ser Mangabeira Unger? Estamos feitos!!!!!
Fonte: Blog do Reinaldo Azevedo
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