por Flavio Oscar Maurer
Vovô Fidel aprontou outra. Outra bomba. Agora disse que o governo cubano vai demitir de uma só tacada 500 mil funcionários públicos, num primeira etapa. Logo mais, no início do ano que vem serão mais 500 mil. Vocês já imaginaram esta gente toda buscando emprego na incipiente iniciativa privada de Cuba? São pessoas criadas, educadas, doutrinadas e com o absoluto cacoete da ineficiência do funcionário público, especialmente o dos países comunistas. São pessoas que não tem a menor noção da competitividade e da absoluta necessidade da eficiência que são o motor das empresas privadas numa economia de mercado. Quem teve a oportunidade de ler ou vivenciar como a transição de uma economia estatizada para um sistema de mercado globalizado é complicada, pode imaginar o quanto o povo cubano vai sofrer ainda, para finalmente encontrar a sua autonomia como cidadãos livres.
Na Alemanha, por exemplo, quando o leste foi incorporado à economia capitalista da parte ocidental, depois da queda do muro, houve inicialmente uma euforia generalizada, mas que rapidamente foi substituída pela decepção das pessoas se aperceberem logo que o sucesso estava no trabalho e na competência de cada um, que tinham que ser conquistados individualmente e não através da mão do Estado ou da militância no partido. Muitos sonharam com a restauração do comunismo. Foi necessário pelo menos uma geração para que a mentalidade empresarial da livre iniciativa fosse absorvida pelos cidadãos e se incorporasse na nacionalidade da Alemanha unificada.
O que é mais surpreendente é que a comunicação da demissão em massa dos funcionários públicos cubanos foi feita pela CTC (Central dos Trabalhadores de Cuba - sindicato). Em dura nota, a CTC elogiou Raúl Castro pela decisão , afirmando que "Cuba não pode nem deve manter um funcionalismo inflado que gera perdas e maus hábitos", o texto ainda chama a atenção para a necessidade de "redução de vultuosos gastos sociais, subsídios excessivos, bem como rechaça qualquer hipótese de aposentadoria antecipada em função das medidas tomadas".
Curiosamente, em Cuba, ao que se saiba, ninguém do sindicato e mesmo do povo protestou até agora.
Evidentemente, num estado aparelhado pelo partido nada acontece, mais ou menos como aqui, onde os escândalos se sucedem e, um após outro, caem no esquecimento, sem que ninguém se manifeste. Com o aparato policial e de inteligência do Estado em Cuba, imagine-se as consequências para quem ouse protestar.
Será que seguiremos o caminho inverso ao de Cuba, para só depois de passadas várias gerações chegarmos às mesmas conclusões que vovô Fidel está chegando agora?
Onde estarão neste momento enfiando suas cabeças estes esquerdopatas brasileiros, tradicionais bajuladores do regime cubano, que aproveitam o horário político para apresentar suas idéias de estatização da economia no país, redução da jornada de trabalho, rejeição ao agronegócio e às empresas privadas, tudo na contramão do que está acontecendo na paradisíaca ilha do socialismo?
Acho que vovô Fidel escolheu má hora para dar estas notícias. Qualquer brasileiro com um pouquinho de racionalidade vai ser obrigado a rejeitar e virar as costas para aqueles em cujas plataforma eleitorais nesta eleições constem projetos identificados com o que em Cuba está sendo jogado na lata do lixo. Ora, se lá tentaram durante 50 anos e não deu certo, por que vamos tentar novamente inventar a roda em Pindorama?
A nossa versão do atraso cubano está no PNDH-3 que querem porque querem implantar aqui.
Fonte: recebido por correio eletrônico
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