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Meu caro soldado!
Escrevemos para cumprir nosso dever de fazer chegar a verdade ao nosso comandado. Escrevemos para lembrar ao mais moderno soldado e ao mais antigo general tristes fatos, vividos em 1935. Escrevemos não apenas para recordar, mas, sobretudo, para que tu possas refletir sobre o presente e o futuro, do teu País e do teu Exército.Meu caro soldado!
Há setenta e três anos, a traição, o homicídio e a covardia foram o caminho escolhido por soldados que aparentavam ser como tu, mas que estavam apenas e na verdade fantasiados de soldados. Traidores do solene juramento de respeitar os superiores hierárquicos, de tratar com afeição os irmãos de armas e com bondade os subordinados. Homicidas, assassinaram camaradas dentro dos próprios quartéis, recintos sagrados que, até então, compartilhavam com aqueles a quem chamavam irmãos. Covardes, cometeram seus crimes na calada da noite e sob o manto da madrugada.
Um imponente edifício fechava a Praia Vermelha. Surgira em conjunto com outros prédios, especialmente construídos para as comemorações, em 1908, do centenário da abertura dos portos às nações amigas. Aquele imponente edifício substituíra a velha caserna da Escola Militar do Brasil e abrigava, em 35, o 3° Regimento de Infantaria. Dele, hoje, permaneceram os restos mortais, velhas fotos e fortes lembranças. Os restos mortais dos que nele e em outros quartéis foram assassinados repousam, quase todos, no mausoléu construído na mesma praça, no Rio de Janeiro, e, apenas um, em Belo Horizonte. As fortes lembranças estão vivas na memória de seus descendentes e de seus irmãos de armas, no respeito por seu sacrifício, no exemplo que legaram e na certeza de que não morreram em vão. Os militares brasileiros mortos em 35 somaram-se aos milhões de vitimas da ideologia marxista totalitária e implacável, ela sim a verdadeira ditadura.
E tu sabes, soldado, o que motivou militares do Exército a se transformarem em carrascos de companheiros de farda?
Pois, soldado, foi a cegueira produzida por aquela ideologia marxista-leninista, também chamada de comunismo, cujo veneno penetrou no sangue, nas veias e nas artérias de tantos, inclusive daqueles a quem também cabia velar pela Pátria. Seguidores da doutrina da sanguinária e já sepultada União das Repúblicas Socialistas Soviéticas, filiados ou simpatizantes de um também já sepultado partido comunista, preferiram substituir o sagrado verde e amarelo pelo vermelho internacionalista que propugnava pela luta de classes. Jogavam-se operários contra patrões, subordinados contra chefes, pobres contra ricos, filhos contra pais, negros contra brancos, nativos contra descobridores, irmãos contra irmãos, em nome da chamada sociedade sem classes, na qual todos seriam iguais. Pobres de espírito aqueles que acreditaram no canto da sereia!
Meu estimado soldado! O Exército foi levado ao combate naquele trágico novembro de 1935. Lutou-se, principalmente, na Praia Vermelha e na Escola de Aviação do Exército, no Rio de Janeiro, então Capital Federal. O belo e imponente quartel, trincheira do inimigo interno, precisou ser bombardeado pelas forças legais. Suas ruínas foram demolidas e o 3° de Infantaria, extinto. Lutou-se, também, no Nordeste, especialmente em Natal. O Governo agiu e impôs a lei e a ordem. O inimigo vermelho rendeu-se. É deprimente ver suas fotos, mal uniformizados, túnicas abertas, rindo debochadamente após a capitulação.
Tu sabes que lhes foi dada anistia na década de quarenta? E tu sabes que um deles foi eleito deputado pelo mesmo dito partido comunista? E tu sabes, imagina só, que, em plena Câmara, o deputado, um ex-capitão, declarou que, se houvesse uma guerra entre o Brasil e a União Soviética, ele lutaria ao lado dos vermelhos? Pois é, mesmo assim, ainda há hoje quem procure distorcer essa e outras passagens da Historia.
Meu soldado, passados setenta e três anos, não penses que permaneceram apenas nas páginas e lágrimas da História todos os que têm o pensamento moldado por aquela torpe ideologia. Alguns sobreviventes, remanescentes e cegos pelo mesmo pensamento, aproveitando-se das liberdades democráticas, pensam descaracterizar a democracia e ousam reescrever a História sob a ótica da luta de classes. Continuam a envenenar almas e mentes e a atiçar o ódio e a vingança contra os que os derrotaram. Hoje, seu ódio, acovardado, envenena a sociedade mascarando o viés ideológico. Procuram convencer a todos disfarçando a vingança sob o manto de pretensos direitos humanos. Tentam fabricar falsos heróis com as mãos sujas de sangue de brasileiros que lutaram e garantiram a liberdade para o País. Cuidado com eles!
Contudo, tu integras, voluntariamente, uma das instituições de maior credibilidade junto ao povo brasileiro. Tu prestaste, por opção, juramento solene perante a Bandeira do Brasil que poucos, como tu, homenagearam no último dia dezenove. Pois, sabendo do que se passou naquele triste novembro de 1935, honra os que morreram por todos nós e continue a marchar de passo certo no caminho do dever. Obedeça às ordens de teus comandantes do Exército de sempre, da ativa e da reserva. Este é o Exército único, que, por vezes, querem separar, o Exército do Pacificador, o Duque que levou a paz ao Maranhão, a São Paulo, a Minas Gerais e ao Rio Grande do Sul, fazendo com que brasileiros se reconciliassem em nome da Pátria. Ensinou a perdoar e a olhar para o futuro. Honrou a anistia concedida.
Tu fazes parte daquela gente que preza atributos, valores abstratos de honra e de nacionalidade, que alguns setores tratam com determinado desprezo, como bem disse alta autoridade em recente ato na Capital Federal. E, coesos, todos, tu e nós prestemos continência aos heróis e mártires de 35. E, atentos ao presente, mantenhamos a fé no País, nas Forças Armadas, no Exército, nos homens honestos e de bem, no povo verdadeiramente brasileiro. Continuemos a nos dedicar inteiramente ao serviço da Pátria. É para com ela, e só para com ela, nosso solene compromisso. E que nos sirva de alerta a conhecida frase "o preço da liberdade é a eterna vigilância!"
Fonte: recebida por correio eletrônico
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