sexta-feira, 5 de setembro de 2008

O Caso ABIN & STF & Grampos & Jornalistas

por "Guedão"
Tenho alguma experiência na atividade de Inteligência. No Exército, desde o nível unidade (Batalhão) até o nível Exército, no CIE. Principalmente por isso fui chamado a trabalhar na ABIN, em 1998, e lá permaneci por nove anos seguidos. Fui da área de Inteligência Externa e da Escola de Inteligência.
Durante todo esse tempo pude observar que seus servidores, na imensa maioria, são pessoas corretas e trabalhadoras, interessadas no serviço que fazem e procuram fazê-lo com qualidade. Não interessa se são faxineiros, vigilantes, analistas, administrativos. São todos passageiros desse Jumbo chamado Inteligência de Estado. Se falhar o "motor" caem TODOS, se o piloto não souber navegar, uma hora vai cair por falta de combustível.
Eventuais desacertos nos resultados dos serviços prestados são de ocorrência da FALTA DE RUMO geral que impera na Agência por culpa ÚNICA e EXCLUSIVA do cliente e RESPONSÁVEL principal, o Presidente da República.
Um antigo chefe militar, com o qual trabalhei no CIE, dizia com muita ênfase e propriedade: "Inteligência não tem Arma, tem ALMA". Referia-se ao fato de que militares de diferentes Armas e Serviços prestavam serviço na área de Inteligência e tinham todos o mesmo propósito que engrandece o "Soldado do Silêncio": prestar serviço de qualidade para a autoridade superior, a fim de facilitar tomada de decisão. Sem alarde, sem regalias, em silêncio.
Asseguro que a ABIN sempre teve alma e acho que tem, ainda. Sim, digo a ABIN dentro da lógica que não permite separar o servidor da organização ou instituição a qual presta seus serviços.
Dito isto vamos ao caso que está repercutindo, em conseqüência de matéria assinada publicada na revista Veja.
Segundo a revista, a ABIN teria "grampeado" o ministro Gilmar Mendes e o Senador Demóstenes Torres, de Goiás. Transcreve-se na Veja diálogo telefônico cuja duração seria aproximadamente de 30 minutos.
Par mim é muito estranho aparecer no "mesmo pacote" o nome do José Dirceu, chefe conhecido do serviço de inteligência paralelo que o PT mantém há muito tempo com o objetivo principal de destruir imagens e reputações e encobrir mazelas partidárias. Isso tem cheiro forte de "estória de cobertura" para desviar a atenção e merece ser investigado...
A fonte dos jornalistas seria um "servidor da ABIN" que teria participado da operação que resultou no tal "grampo". A tempestade desencadeada, a partir da queixa que os "grampeados" fizeram ao Presidente da República, é retrato fiel do desgoverno atual. Apuração rigorosa, suspensão, sindicâncias, MP, DPF, o escambau a quatro. Muito dinheiro vai ser gasto a troco de NADA.
SE foi vazamento proposital de alguém da ABIN — tenho muitas dúvidas sobre isso — vai ficar por isso mesmo e nada será apurado. Em outras ocasiões, também em razão de noticiário da Imprensa, houve "vazamentos" e nada foi apurado.

A "rápida ação" do Presidente deve-se ao fato de que a ABIN tem endereço, CNPJ, Comando, etc. Vai-se direto aos diretores — que também têm endereço, missão, CPF, etc. — e pronto: a providência foi tomada. O lulla agiu com energia. Tal energia nunca aparece quando a "coisa" atinge a "cumpanherada": nem MST's, nem "mensaleiros", nem doleiros de cuecas "bancárias", nem malas com milhão, nem lulinhas, nem dilmas e dossiês, nem Freud's , ... nem ... nem ... nada ou ninguém.
Conclusão: o poder de coerção desse governo e sua "energia" só podem ser aplicadas sobre "alvos" conhecidos, legais e não-integrantes da "cumpanherada".
Vamos aos autores da matéria: Expedito Filho e Policarpo Júnior. O Expedito, segundo MINHA fonte, pegou "carona" na matéria do Policarpo e seu nome está lá por esta razão. Parto do princípio que isso é verdade, até prova em contrário.
Fato: jornalista e "arapongas" são inimigos figadais.
O jornalista infere que o pessoal da Inteligência detém conhecimentos que fariam a redenção do jornalista SE neles colocasse as mãos. Atribui ao Oficial de Inteligência um poder que não existe. Em palestra na ABIN, Eliane Cantanhede, jornalista conhecida, disse: "A coisa que eu mais tenho vontade é de colocar as mãos naqueles papeizinhos que o Gen. Cardoso recebe todos os dias. Ia dar cada matéria". ... Entenderam?
O Policarpo é mau jornalista e mau caráter: não respeita princípios elementares de sua profissão. Não verifica fontes e, quando faz isso, continua "fiel" ao que se propunha a escrever ante de verificar a veracidade do que diz/dirá. Para ele a notícia tem sempre dois lados: a do Policarpo e a do Júnior. Ademais ele se diz "mestre" em matérias sobre Inteligência. Já publicou outras matérias sobre o tema. Alardeia tal fato nas peladas no Iate Clube de Brasília.
Ele foi responsável direto pela demissão do Cel De Cunto da chefia da ABIN em 2000.
Explico: Policarpo foi até a ABIN com pauta que incluía "grampos" contra o Itamar Franco, armadilhas contra o procurador Luiz Francisco — a ABIN teria escalado uma Cabo PM para ir ao motel com o Procurador para ... para ... imaginem (???) — e outros assuntos.
O então diretor da ABIN abriu-lhe as portas da agência e ele teve o acesso que pediu, a fim de "esclarecer" os fatos. Soube, por exemplo, com provas factuais e documentais, que a tal Cabo PM não trabalhava mais na agência e nem nunca havia sido empregada em trabalhos desse tipo por não haver como, em razão de não ser metodologia da agência agir daquela maneira. Conversou com quem quis — em especial com o Vice-Diretor de então, que lhe deu TOTAL atenção — viu o que quis, foi informado, com evidências objetivas, da falsidade dos assuntos de sua pauta, ou seja: foi tratado como profissional correto e de respeito cujo objetivo era informar bem aos leitores da Veja.
O resultado: em matéria de capa, em novembro de 2000, a Veja publicou TODAS as falsidades que o Policarpo tinha na pauta mostrada na ABIN. Para salvar a face — a dele NÃO tem salvação — colocou no ÚLTIMO parágrafo algo assim: Consultada, a direção da Agência negou os fatos apresentados, o leitor tire suas conclusões. Crápula, canalha, cínico e mentiroso. Ainda é, aposto.
Nada disso tem/terá solução enquanto o jornalista tiver "diploma para ser irresponsável" e não puder ser confrontado com as mentiras que escreve ou diz.
Constitucionalmente é o ÚNICO cidadão que pode mentir e atribuir sua mentira a outrem, sem ter obrigação de dizer quem seria o "outrem" — Art 5º, XIV, CF 1988.
Mente e fica por isso mesmo. Ganha dinheiro com isso. Destrói reputações, imobiliza organizações e instituições, coloca na "praça" informações de qualquer natureza, mesmo aquelas de interesse nacional ou protegidas pela Justiça. Faz o que quer, sob a cobertura da Lei. Tudo em "nome da liberdade de Imprensa", valor caro de qualquer democracia, ainda que incipiente. Nem índio, por aqui, tem essa liberdade. ... Nem menor.
Em minha opinião isso está errado. Liberdade, sim. Irresponsabilidade, não. Juiz, Presidente, Ministro, Delegado, Promotor, "Zé Mané", todos estão impedidos, por lei, de mentir e/ou de agir de má fé em suas atividades. Jornalista PODE. Pode TUDO, acho.
Toda a "brabeza" do lulla e inconveniências pelas quais estão passando o Lacerda e o Campana seriam resolvidas — sem gastos supérfluos ou noticiário idem — com a resposta de uma simples pergunta ao Policarpo: Quem lhe forneceu isso? Continuaria protegido o direito que ele tem até de mentir, mas ele e o informante "infiel", de algum modo, pagariam pela inconfidência. Ele, pecuniariamente, por exemplo; o "infiel" na cadeia.
Em minha opinião, deveria ser criado urgentemente algum mecanismo legal que possibilitasse as pessoas e Instituições saberem de onde vêm denúncias e acusações estampadas na mídia que atingem indistintamente vagabundos e pessoas honestas, bem como Instituições. O STF agiu rápido no caso das algemas, deveria fazer o mesmo agora.
Ou se faz isso ou TODOS continuaremos reféns de vagabundos que vão desde seqüestradores e ladrões de galinha até jornalistas do jaez desse Policarpo e outros que têm por aí.
Eu considero uma vergonha a ABIN ser investigada pelo DPF "em rigoroso inquérito". Se há algo que o pessoal da ABIN conhece bem é o DPF. ... Para o bem e para o mal.
Por último: cabe aos integrantes da agência eliminar de seu meio — se for o caso presente e sempre — gente que se presta ao papel de jogar na lama o nome da agência e o de TODOS que lá trabalham.
O único patrimônio que a ABIN tem é sua credibilidade. Nenhuma Agência de Inteligência sobrevive ao mau-caratismo de seus integrantes. Um só que seja. Isso é privilégio exclusivo do PT.
No cheers! GD./BYE

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