O dirigente cubano parece ter acreditado que Brizola era o Fidel do Brasil e enviou um milhão de dólares para sua guerrilha, que não ocorreu
Se a história do Egito é inesgotável — daí a permanência de uma indústria editorial que inventa e reinventa romancistas-historiadores-arqueólogos —, imagine a história recente brasileira, sobretudo a pós-64. Em 1987, José Wilson da Silva lançou um livro, “O Tenente Vermelho”, que conta, entre outras histórias, que “Fidel Castro entregou 1 milhão de dólares para os exilados brasileiros no Uruguai (Brizola, Jango e Darcy Ribeiro) financiarem movimentos de guerrilha no Brasil”. O livro de José Wilson é muito interessante, mas pessimamente editado pela Tchê!, o que certamente reduziu a sua repercussão. Treze anos depois, a doutora em história pela Universidade Fluminense Denise Rollemberg amplia o que José Wilson antecipou. No livro “O Apoio de Cuba à Luta Armada no Brasil — O Treinamento Guerrilheiro” (Editora Mauad, 2001), de apenas 94 páginas, Denise produz um documento de grande valia, ainda que lacunar, pois Brizola e José Dirceu, por exemplo, não quiseram falar sobre suas relações com Cuba. Denise também não conseguiu fazer entrevistas em Cuba, porque a bolsa do CNPq “exclui qualquer possibilidade de viagem ao exterior”. De resto, o livro de Denise parece sugerir, mais do que um texto definitivo, uma obra em andamento. O leitor especializado certamente achará estranha a ausência, na bibliografia, dos livros “O Tenente Vermelho”, de José Wilson, e “A Revolução Impossível”, de Luís Mir.
Pode-se dizer que a guerrilha brasileira (no fim da década de 60 e no início da década de 70) foi financiada por Cuba e pelos bancos (assaltados ou, como quer a esquerda, “expropriados”). Mas Cuba não só apoiou com dinheiro — menos certamente do que se costuma pensar, pois Cuba não era uma mina de ouro — a esquerda armada. O governo da pequena ilha, duas vezes menor do que Goiás, treinou, na avaliação do Centro de Informações do Exército, 219 militantes “treinados ou suspeitos de terem treinado em Cuba”.
Treinar em Cuba era como estudar em Harvard ou Cambrigde, segundo Mário Japa (codinome de Shizuo Osawa): “Todo mundo queria ir. Era quase um batismo de fogo: tinha que participar de uma ação militar e tinha que ir treinar em Cuba”.
A força de Fidel
As “pequenas” interpretações de Denise valem o livro, aqui e ali incompleto, mas sempre instigante. Baseada no livro “Vida e Morte da Revolução Cubana” (que tem um capítulo com o título de “Exportar a Revolução”), de Benigno (nome de guerra de Dariel Alarcón Ramírez), Denise conclui que Fidel não pensava tão-somente em construir o socialismo em outros países. Pensava além disso: queria mostrar aos seus inimigos, aos próximos e aos não tão próximos, que o pequeno país era forte e, até mesmo, financiava a revolução em outros pontos, como no gigantesco Brasil. Assim, a exportação da revolução tinha como objetivo assegurar o socialismo cubano, a manutenção da revolução cubana.
Apesar das pressões da União Soviética — que não apostava na exportação da revolução —, Fidel Castro continuou incentivando os guerrilheiros até meados da década de 70. Antes disso, conta Denise, “os revolucionários passaram a contar a história da vitória (da Revolução Cubana) de tal maneira que construíram um dos maiores mitos da esquerda latino-americana dos anos 1960: o do foco guerrilheiro”. O foco guerrilheiro teria construído a revolução, mas, ressalva Denise, propositadamente, para ampliar a força do foco, ignorou-se a conjuntura. “Quando os revolucionários desembarcaram em Cuba, um episódio tantas vezes narrado como um quadro épico, não estavam sozinhos. Ao contrário, encontravam uma situação plenamente favorável à sublevação.”
Entre julho e agosto de 1967, a conferência que gerou a Organização Latino-Americana de Solidariedade (OLAS) decidiu que, como olas (ondas), a revolução seria estendida em toda a América Latina. Apesar das resistências dos dirigentes soviéticos, a rota dos guerrilheiros para chegar a Cuba passava por Moscou e Praga.
Denise mostra que Fidel apoiou a “revolução” brasileira mesmo antes de 1964. “Quanto à revolução brasileira, Cuba apoiou a formação de guerrilheiros, desde o momento em que assumiu a função de exportar a revolução, quando o Brasil vivia sob o regime de democrático do governo João Goulart, ou seja, antes da instauração da ditadura. A maior parte foi treinada a partir de 1968, quando Cuba já havia se voltado para a construção do socialismo em único país, com o apoio da URSS. Embora um caso isolado, chegou a haver treinamento mesmo ao longo de 1973, quando a guerrilha no Brasil já estava aniquilada, à exceção da guerrilha do PC do B, no Araguaia (1972-1974).”
As Ligas Camponesas
As Ligas Camponesas surgiram em 1955 e se destacaram na década de 1960. As Ligas eram lideradas por Francisco Julião e uma ala ligada ao Partido Comunista Brasileiro, representada pelo advogado e ex-deputado estadual Clodomir dos Santos Morais. Radical, a ala afastou-se do PCB, então acusado de ter uma atitude conciliatória com a “burguesia” brasileira. Mesmo colocando-se como aliado de Cuba, Julião não era tão radical quando parecia o seu discurso. “Mantendo relações estreitas com Cuba e radicalizando suas posições nos famosos discursos que fazia, Julião, entretanto, se opôs à facção favorável à guerrilha, liderada por Clodomir Morais, Carlos Montarroyo e Tarzan Castro [Denise exclui o “de” — Tarzan de Castro]. Julião, inclusive, participou das eleições, nesse mesmo ano de 1962, apesar de criticá-las, como candidato a deputado federal.”
Denise conta que, “com Clodomir Morais, dissidente do PCB, deu-se início à formação dos campos de treinamento de guerrilhas no Brasil com o apoio de Cuba. (...) O apoio de Cuba se concretizou na implantação desses campos, na verdade, fazendas compradas, em Goiás, Acre, Bahia e Pernambuco, ‘formados por alguns camponeses e, em sua maioria, estudantes secundaristas e universitários vindos de Pernambuco’.” (O trecho entre aspinhas foi extraído do livro “As Ligas Camponesas”, de Fernando Antônio Azevedo, da Editora Paz e Terra.) Denise acrescenta: “Houve ainda o fornecimento de armas, dinheiro e orientação para a implantação da guerrilha. Apesar do fluxo constante de lideranças e militantes a Cuba, o treinamento seria dado no Brasil”.
Em 1962, o governo de João Goulart “desbaratou o plano de formação de um campo de treinamento das Ligas, no interior de Goiás, Dianópolis” (hoje, Tocantins). Entre os guerrilheiros estavam os goianos Tarzan de Castro e João Neder (promotor de justiça aposentado). O líder era Carlos Montarroyo. De início, eles conquistaram o povo mais pobre da região, mas depois, sob a acusação de comunistas, foram rechaçados.
O Fidel brasileiro
Com a queda das Ligas Camponesas como agente da revolução, ainda antes do golpe de 64, Fidel Castro e seus aliados voltaram-se para Leonel Brizola, o, quem sabe, Fidel brasileiro, um homem de classe média como o cubano. Exilado no Uruguai, Brizola, no início, só pensava num contragolpe. “Brizola resistia à teoria cubana do foco, tão em moda na época, preferindo a ‘tradição gaúcha’: ‘Falava [Brizola] de sua teoria do carvalho [guerrilha] e da batatinha [contragolpe, levante popular]. O carvalho demora para crescer e a batatinha dá ligeiro”, escreve Denise, aqui baseada em “A Rebelião dos Marinheiros” (Editora Artes e Ofícios), de Avelino Bioen Capitani.
No Uruguai, como se fosse uma espécie de coronel (ou general, para ser mais apropriado), Brizola “agrupou em torno de si os sargentos e marinheiros expulsos das corporações e perseguidos pelos militares e formou uma espécie de Estado-Maior com o ex-deputado Neiva Moreira, o seu assessor no governo no Rio Grande do Sul, Paulo Schilling, o ex-deputado pelo PSB, Max da Costa Santos, e o coronel Dagoberto Rodrigues”, relata Denise.
Como a quartelada não deu certo — os militares estavam firmes no poder, com o presidente Castello Branco obtendo grande apoio no meio civil —, “Brizola acabou ‘aderindo’ à teoria do foco guerrilheiro cubano. A partir daí, os planos da luta armada ganharam novos rumos. Seriam implantados três focos: um na Serra de Caparaó, na divisa de Minas Gerais e Espírito Santo, sob o comando do ex-sargento Amadeu Felipe; um no norte do Mato Grosso (fronteira com a Bolívia), comandado por Marco Antônio da Silva Lima, ex-fuzileiro naval; e outro na região norte de Goiás, que acabou se concentrando em Imperatriz, oeste do Maranhão, sob o comando de José Duarte, ex-marinheiro, também treinado em Cuba. Haveria mais ‘um grupo de apoio na região fronteiriça do RS até MT’”, escreve Denise. [José Duarte mora em Goiânia.]
A historiadora avalia que, “provavelmente, a possibilidade de contar com o apoio do governo cubano tenha sido decisiva para a reorientação de Brizola”. Denise expõe as contradições: “Muitos defendem que a ‘adesão’ de Brizola ao foco merece aspas, e nada tem de ideológico, mas sim de circunstancial. Flávio Tavares, no entanto, testemunha todo o entusiasmo de Brizola com a possibilidade de reeditar a experiência cubana no Brasil e com o poder que o treinamento teria de transformar homens em guerrilheiros, em uma estranha metamorfose, fazendo deles não super-homens, mas bichos”.
Escreve Flávio Tavares, no livro “Memórias do Esquecimento” (Editora Globo): “Brizola estava literalmente inundado pela concepção de guerrilha, lia revista do Vietnã do Norte e me contou, inclusive, que fazia exercícios de tiro e assalto a baioneta. (Seu instrutor, o coronel Atila Escobar, da Brigada Militar gaúcha, com formação convencional de quartel, já estava lendo — ou prometera ler — o manual de guerrilhas do Che Guevara.) Toda a veemência dos seus 43 anos concentrava-se em defender o ‘foco’”. Em seguida, Tavares ressalva: “No fundo, bem no fundo, ele nunca esteve muito convencido da guerrilha e aceitara tudo, e assimilara tudo, na maré que invadia o exílio uruguaio”. Poderia se dizer de modo diferente: não havia outra opção — era aceitar o apoio cubano, com sua ideia de revolução baseada no foco, ou nada. Brizola e seus aliados fundaram o Movimento Nacionalista Revolucionário (a Revolução Cubana, no seu início, não era rigorosamente comunista).
Os contatos de Brizola se deram, inicialmente, por intermédio da Embaixada Cubana em Montevidéu, segundo Paulo Schilling. Brizola, como diz Denise, não gosta de falar sobre o dinheiro cubano. Escreve a historiadora: “Ninguém parece saber a quantia recebida. Brizola nunca prestou conta do dinheiro nem a Cuba nem aos militantes, fosse dirigentes ou de base. Tinha-o como um ‘empréstimo pessoal’, a ele Brizola, e que seria devolvido. Acredita-se ter havido gastos nos quais o dinheiro foi usado, mas apenas uma parte”.
Avelino Capitani apresenta sua versão: “Dizem que Cuba deu muito dinheiro para o MNR, para o Brizola... (...) O dinheiro foi mandado, Cuba diz que mandou, mas não chegava à guerrilha, chegava muito pouco”. Denise acrescenta: “Brizola nunca teria ajudado os guerrilheiros presos e suas famílias com o dinheiro de Cuba”. Adversários de Brizola costumam dizer que Fidel Castro, durante muito tempo, o chamava de “El Ratón”.
“O Tenente Vermelho”, livro aparentemente não consultado por Denise, que não o cita, é revelador (e não foi desmentido por Brizola). Escrito pelo capitão José Wilson da Silva (o tenente vermelho, na época), que foi assessor militar de Brizola, o livro é, no mínimo, polêmico. Na página 201, no capítulo “Os discutidos recursos”, José Wilson escreve: “Participei de quase tudo que foi feito lá [no Uruguai], nos tempos mais quentes, desde o comando do coronel Jefferson e Alvarez até o grupo menor em torno de Brizola. Não sabia de tudo o que Brizola fazia, porque ele nunca abre o jogo completo, mas a grande maioria dos fatos que lá se passavam eu terminava sabendo, geralmente por ele próprio, por estar incluído no grupo mais chegado. (...) Que eu saiba, o primeiro contato feito com Cuba foi através do deputado uruguaio Ariel Collazo, levando nossa disposição de uma retomada da democracia no Brasil”.
Segundo José Wilson, “Fidel enviou, a título de ajuda, 500 mil dólares. Desta importância, segundo um relatório de Brizola para nós, um terço teria ficado com Jango, pois a este estavam ligados vários exilados necessitados. Outro terço teria ficado com Darcy Ribeiro, por questão de segurança e que também tinha parte de responsabilidade. O outro terço teria ficado com Brizola. Lembro-me que ele, Brizola, ficou muito aborrecido porque as ações mais positivas estavam sendo feitas pela nossa gente e ficamos desse modo com relativamente pouco dinheiro. Parte desta importância foi gasta com elementos no exílio, parte com a assistência a companheiros no Brasil em situações críticas, como presos com a família sem recursos etc., e parte com os nossos homens-correios para implantação já de esquemas de trabalho, aliás, tudo em função de um plano de ação armada”.
José Wilson acrescenta: “Mais tarde o companheiro Lélio Carvalho completou outro contato com Fidel no acerto de novo auxílio que foi realizado e canalizado por Darcy Ribeiro. Mais 500 mil dólares, estes sim, em sua maioria para o esquema de resposta armada. (...) Com aquele dinheiro foi possível montar alguns esquemas de arregimentação no Brasil, com o do companheiro Daudt que comprou um mato de eucaliptos para comercializar, disfarçando o real motivo de reunir um elevado número de homens para ação armada. Até hoje há pessoas que dizem ter Daudt comprado uma fazenda com dinheiro do Uruguai, enquanto outros passavam necessidades. Não sabiam o risco que Daudt estava correndo para tentar reunir gente disposta. (...) Alguns receberam e empregaram mal o dinheiro. (...) Com este dinheiro foi montada quase toda a operação Caparaó, último recurso e esperança de fazer algo, talvez para justificar o precioso recurso vindo do povo sofrido de Cuba. Fidel teria se disposto a colaborar com mais recursos, caso as ações entrassem em prática, mas com 4 mil toneladas de açúcar para serem colocadas em compradores da Europa. Como não tínhamos vendedores nem as ações tiveram prosseguimento, este auxílio não se concretizou. Este açúcar poderia ter dado à época cerca de 4 milhões de dólares”.
Há uma história no mínimo curiosa contada por José Wilson: seus companheiros Maranhão (engenheiro) e Saulo Gomes (jornalista) assaltaram ou “desapropriaram” um cofre de João Goulart e levaram dólares.
Guevara e Brizola
Em 1966, ano do início da guerrilha (que não houve) de Caparaó, Che Guevara teria se encontrado com Brizola, em Montevidéu. Benigno garante que outras cidades, mas não Montevidéu, estavam na rota de Che. “Capitani afirma que o coronel Dagoberto Rodrigues, do MNR, acompanhou Che do Uruguai à Bolívia. Nesta mesma época do possível contato de Che com Brizola, teria havido o encontro de Che, em São Paulo, com Carlos Marighella e Joaquim Câmara Ferreira, dirigentes da ALN. Capitani atesta que o foco do Mato Grosso e a frente fronteiriça tinham a função de manter a ligação com Che e outra frente no norte do Paraná manteria a conexão nas fronteiras. Não fica claro, no entanto, como se daria esta ligação. A própria escolha de Caparaó pode ter a ver com as articulações com Cuba”, registra Denise.
Apesar das evidências, mas na falta da confirmação de Brizola e Neiva Moreira, a historiadora é cautelosa. Ela diz que fica difícil “saber se seus projetos [de Brizola] estavam — e como estavam —, de fato, articulados ao de Che Guevara”. As relações entre Fidel e Brizola se tornaram tensas ao longo do tempo. Não restou nenhuma admiração de um pelo outro. Brizola não fez a revolução — não conseguiu ser o Fidel brasileiro. Fidel, segundo alguns, não teria enviado os recursos necessários. De resto, Fidel abandonou Brizola e sua turma e passou a negociar diretamente com a esquerda radical e internacionalista, como a Ação Libertadora Nacional, de Carlos Marighella.
Versão de José Dirceu contraria tese da historiadora Denise Rollemberg
A historiadora Denise Rollemberg não conseguiu entrevistar o deputado José Dirceu (PT), um dos integrantes do Molipo. Mas José Dirceu falou comigo, em abril de 1999, no seu gabinete de deputado federal em Brasília (sentados ao seu lado, estavam Marco Aurélio Garcia, o hoje ideólogo do governo Lula, e o advogado Sebastião Ferreira Leite, o Juruna), sobre a sua participação no Movimento de Libertação Popular, e sua versão é diferente das versões apresentadas pela pesquisadora e seus entrevistados.
José Dirceu conta que morou na casa, em Cuba, onde se deu a cisão, na Ação Libertadora Nacional (ALN), que originou o MOLIPO. “Fui convidado por amigos e companheiros de longa data do movimento estudantil para morar numa casa e a direção da ALN não quis. Mas esses companheiros se impuseram e eu fui morar nessa casa. Convivi com esse grupo todo e voltei com ele para o Brasil. (...) Insisto num ponto: em 1971, fui convidado para morar na casa dos futuros fundadores do MOLIPO. Qual era o meu cacife? Tinha sido líder estudantil no Brasil”, conta José Dirceu. “Eu voltei para o Brasil, em 1971, pelas mãos do MOLIPO. Mas não consegui ficar clandestino no Brasil. Como não havia condições objetivas de sobrevivência, voltei para Cuba.”
Se foi integrante do MOLIPO, José Dirceu diz que não chegou a liderá-lo. “Eu não era nada no Molipo.” E, aqui, se revela a divergência básica em relação à tese esboçada no livro “O Apoio de Cuba à Luta Armada no Brasil — O Treinamento Guerrilheiro”, de Denise Rollemberg: “A tese de que os cubanos incentivaram a criação do MOLIPO é equivocada. Eu sou testemunha de que os cubanos eram contra a nossa volta para o Brasil. Como eles não queriam que eu voltasse em 1974 para o Brasil. Durante mais de um ano eles me seguraram”.
Um comentário:
Falta muito para termos uma história menos distorcida, sem personalismos e sem "distorções convenientes".
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