Quem é militar – seja federal ou estadual – sabe a importância que tem o uniforme no dia-a-dia operacional. Estendo a afirmação a outros profissionais de segurança, guardas municipais, policiais civis e seguranças particulares, que muitas vezes precisam se proteger de intempéries comuns ao serviço de rua. Boa parte desses profissionais já precisaram rastejar, transpor muros ou cercas, ajoelhar em asfaltos e calçamentos etc. Ainda há os pilotos de aeronaves e bombeiros, que se vêem com o risco iminente de ter contato com fogo em qualquer ocorrência (incêndios, acidentes), notadamente os últimos. Para todas essas possibilidades e riscos, é preciso estar com um uniforme resistente e especialmente preparado para esses tipos de situações – levando em consideração o conforto, a flexibilidade e a temperatura minimamente ideais para o desempenho da atividade.
Atualmente, existem dois tecidos com ampla aceitação entre os militares, dotados de peculiaridades que ajudam a enfrentar os problemas citados acima. O primeiro é o Ripstop, popularizado na maioria das polícias brasileiras (institucionalmente ou não), por sua resistência aos rasgões, que não são raros nos uniformes comuns. O segundo é o tecido de Nomex, fibra fabricada pela empresa DuPont, que é utilizado por profissionais como pilotos de aeronaves e de carros de automobilismo, sendo altamente resistente ao calor. Neste post vamos explicar de maneira rápida qual a composição desses materiais, e o porquê de utilizá-los…
O Ripstop
Ripstop (“rip” é rasgão em inglês, e “stop” é parar) é todo tecido que tem em sua composição fios de nylon dispostos de maneira quadriculada, impedindo que ele seja desfiado quando rasgado. Como se vê na figura abaixo, o tecido ripstop tem fibras largas (em preto) intercaladas às fibras mais finas do tecido:
O que faz do Ripstop um tecido ideal para a atividade policial é que os rasgões que por acaso ocorram no uniforme, não se alastram, ou seja, quando encontram as fibras mais largas o rasgão “pára”. As fibras são feitas de um polímero que é esticado ao máximo até se tornar duro. Neste ponto o material está na sua tensão máxima, sendo então cortado em fatias muito finas para se fazer fios, e posteriormente o tecido.
Furar com um prego, por exemplo, um tecido ripstop é até fácil, mas o dano ao tecido não passará do furo, já que as fibras não permitem que mais do que isso ocorra. Abaixo, um tênis feito de Ripstop, que também é utilizado para fabricar fitas adesivas, mochilas e balões:
A Nomex é uma fibra produzida pela DuPont, e é resistente a altas temperaturas e a descargas elétricas. O site da DuPont descreve a íntima relação do produto com a atividade militar:
O tecido feito de Nomex, da DuPont, foi utilizado pela primeira vez por militares em 1965, quando a Marinha dos EUA fez um macacão de vôo utilizando nossa fibra. Hoje, a fibra Nomex é parte integrante de acessórios de pilotos e tripulantes de aeronaves, como macacões, balaclavas, coletes e luvas. Seus benefícios são inúmeros. Resistente à chama, o tecido feito de Nomex só queima enquanto houver contato imediato com a fonte da chama. Além de criar uma barreira isolante, impedindo a queima do material, a fibra de Nomex também diminui consideravelmente a transferência de calor, aumentando o tempo de permanência do usuário em um ambiente de alta temperatura.
Leia todo o texto no site da DuPont (em inglês)
Abaixo, uma bombeiro utilizando roupa feita de Nomex:
Tecidos de Nomex são caros e geralmente são adquiridos por corporações policiais ou de bombeiros. Trata-se de uma grande invenção, primeiro pela segurança que oferece, segundo por ser um material leve e flexível. Assista este vídeo de poucos segundos, que mostra a incrível resistência do tecido de Nomex à chama.
Fonte: Abordagem Policial
COMENTO: motivado por uma propaganda, fui verificar o significado do termo "ripstop", utilizado para tecido de uniformes militares. Encontrei o texto acima, simples e esclarecedor.
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