por Jorge Serrão
O “milagre” era mais que previsível. Dilma Rousseff já está completamente curada do câncer linfático. O caminho para suceder Lula continua livre — a não ser que algum linfoma político atrapalhe. Agora, o Bolcheviquepropagandaminister é mais que nunca o dono da bola. Se a crise econômica se agravar — tudo indica que tem tudo para — isso só deve acontecer pra lá de 2011. A turma do Palhaço do Planalto só precisa ficar esperta. Depois do milagre às vezes vem o malogro.
Como o azar já está lançado, o próximo passo da marketagem política da sucessão também é absolutamente previsível. O chefão Lula vai aproveitar algum “grande encontro com os simplórios”, em alguma inauguração 171 do PACo, para proclamar: “Agradeço as orações do meu povo, unido, pela cura da nossa amada mãe Dilma. E como a voz do povo é a voz de Deus, a reza e os votos do povo também são divinos, o negócio é eleger a Dilma primeira presidenta do Brasil”.
Quem precisa da ajuda de Deus, com urgência, é José Sarney de Araújo Costa. O filho de Sarney de Araújo Costa e de Kiola Ferreira de Araújo Costa é especialista em milagres. Sarney sequer nasceu Sarney. Foi batizado originalmente como José Ribamar Ferreira de Araújo Costa. Mas, em 1965, por marketagem política, mudou para seu atual nome. Afinal, desde 1958, membro da “Banda de Música” da UDN, ele era conhecido como "Zé do Sarney". Isto é, José filho de Sarney.
Pois, agora, o imortal Sarney enfrenta problemas com seu passado. Adversários extremamente desleais resolveram destronar o poderoso senhor feudal do Maranhão, com ramificações pelo Amapá e adjacências da Ilha da Fantasia. Nessa ação conspiratória, resolveram mexer no santo passado do velho Zé do Sarney e seus familiares. Aliás, domingo passado, o infame macaco José Simão advertiu que Sarney seria indiciado por formação de família!
O Alerta Total já avisou que, nos bastidores do Senado, circulam mega-revelações sobre benefícios que Sarney angariou, para sua família, nos tempos em que foi presidente por acidente (1985-90). Os cabras malvados ameaçam remexer em um suposto empréstimo que algum Sarney pegou no BNDES, em nome de alguns empregados. A tal dívida teria acabado perdoada, porque não se tinha de quem cobrar.
Verdade? Mentira? Ou pura intriga da oposição? O fato é que os adversários ameaçam Sarney com tais revelações. Jogam para forçá-lo a renunciar. Acontece que Sarney não pretende largar o osso. Sua resistência é minada. Sarney nunca esteve tão fraco. Por isso, tudo pode acontecer esta semana.
A turma do Sarney foi vítima de um erro estratégico. Arrumaram briga com inimigos sem noção de limite na hora de se vingar. Tudo vazou sobre Sarney graças a uma vingança. Foi atribuído ao pessoal de Sarney — justa ou injustamente — a inconfidência de que o adversário deles na disputa pelo Senado, Tião Viana (PT-AC) emprestou o celular funcional do Senado para a filha viajar, durante 20 dias, pelo México. A conta telefônica foi de R$ 14.758,07 — que o zeloso pai foi obrigado a depositar na conta da administração do Senado, depois que o escandalozinho veio à tona.
Tião foi ríspido em sua reação. Primeiro, verbalmente, fazendo referência ao dinheiro apreendido pela Polícia Federal, que seria usado na pré-campanha presidencial de Roseana Sarney, em 2002: “Se querem me intimidar com isso, quero deixar claro que, pela minha filha, respondo eu. Felizmente, ela não tem sobre a mesa R$ 2 milhões e nem tem a Polícia Federal à sua volta”. Mas a verdadeira reação vingativa de Tião contra o Zé do Sarney teria sido o vazamento, na surdina, de todos os rolos que agora explodem o Senado.
Nada teria vindo à tona se os briguentos tivessem seguido um cuidadoso ensinamento de um influente e falecido membro do parlamento brasileiro. Sempre que algum assessor mais brabo pensava em arrumar uma confusão com algum adversário ou inimigo, o deputado Luiz Eduardo Magalhães (filho do também falecido ACM, que cultivava uma relação de aliança e ódio com Sarney) costumava pontificar um de seus “provérbios” preferidos, para desaconselhar qualquer começo de uma briga sem fim:
“Bronca é ferramenta de otário”...
Eis um conselho útil para o Brasil, um País de tolos e muitos otários — sobretudo na política.
Fonte: Alerta Total
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