sábado, 20 de fevereiro de 2010

Impertérritas

(Do dicionário: adjetivo, 2 gêneros. Que não se altera ou se assusta diante de situações perigosas ou difíceis, corajoso, impávido).
por Armando Luiz Paiva Chaves
Foi necessário recorrer a um adjetivo de emprego raro, que a muito poucas instituições se aplica, para qualificar as Forças Armadas na atual conjuntura nacional.
Grassa a corrupção. Um governador eleito por partido da oposição é recolhido preso, por decisão quase unânime do Superior Tribunal de Justiça. Foi proferida em poucas horas, à vista de provas, registradas em vídeo, de altas somas entregues a parlamentares e de sua tentativa de comprar depoimentos de testemunhas para corromper o andamento de investigações. Continua preso, negado pelo Supremo Tribunal Federal o habeas corpus impetrado. Lastimavelmente, não agiram com igual eficiência o Ministério Público e a Justiça, nem tampouco o Executivo e o Legislativo, quando os alvos eram integrantes de partidos situacionistas, no famigerado Mensalão e em outros degradantes casos de corrupção.
Em vinte e um anos de cinco governos chefiados por militares, nenhum escândalo veio a público. As pouquíssimas denúncias de improbidade ocorridas foram investigadas dentro das próprias instituições e os envolvidos, absolvidos ou severamente punidos. Os ex-presidentes morreram pobres. Legaram a seus descendentes a fortuna de seu passado sem mácula.
Em sabatina no Senado, um general da mais alta graduação indicado para o Superior Tribunal Militar é questionado sobre o ingresso de homossexuais nos quadros militares. Sereno e desassombrado, enfrentando a borrasca de críticas que provocaria, traduz o entendimento das Forças: a profissão militar não o admite. Poderia tergiversar, em benefício de sua nomeação, mas não o fez.
Preferiu a franqueza, a honestidade da verdade.
Na discutida questão de compra de aviões de combate, a inoportuna e precipitada antecipação da preferência do governo pelo caça francês não teve efeitos de indução sobre os maiores interessados na compra. Sem alarde, o Comando da Aeronáutica prosseguiu em seus estudos técnicos e nas negociações com os fabricantes, decidido a apresentar ao escalão superior a opção que melhor responderá aos interesses operacionais, tecnológicos e financeiros.
Discretamente, ignorou recados e pressões, atendo-se ao cumprimento do dever.
O 3º Programa Nacional de Direitos Humanos, exaustivamente comentado e discutido, investiu escancaradamente contra a propriedade privada, a liberdade de expressão, as prerrogativas do Congresso e da Justiça, a exposição de símbolos religiosos. Descriminalizou o aborto. E propôs a revogação da Lei da Anistia.
Os três Comandantes militares manifestaram, contundentemente, sua reprovação, solicitando exoneração. Um remendo no texto contornou a crise, mas não apaziguou ânimos.
Ocorre que a ameaça não está centrada no PNDH/3. Este traduz o pensamento e os propósitos da ala mais radical do partido do governo, que pretende transformar o país em estado socialista, como consta de seu programa. O socialismo, cada vez em menor número vigente em estados europeus, nunca ameaçou a democracia, já que sempre respeitou os textos constitucionais.
O que pretendem implantar aqui, e a pré-candidata petista defende, em coerência com seu passado terrorista, preconiza abertamente o Estado Forte, que terá de ser implantado ao arrepio da constitucionalidade , como demonstra o plano que vem sendo acerbamente criticado.
Outro general da mais alta patente, fugindo à omissão e respondendo à própria consciência, corajosamente, fez a denúncia pela internet. Foi exonerado do cargo, quando jornal de grande circulação a publicou.
Essas são as Forças Armadas brasileiras. Impertérritas. Sabem que o nacional-socialismo, que combateram na 2ª Guerra Mundial, era moldura de governo totalitário. Que o socialismo soviético, que impediram de se instalar aqui em 1935 e em 1964, era igualmente totalitário, como o são o socialismo do “paredón” cubano, a república islâmica do Irã, o bolivarianismo de Chávez e seus seguidores na Bolívia e no Equador.
Com a palavra o eleitor. Se quiser viver sob regime totalitário, sem respeito à propriedade, à liberdade de expressão, de culto e de movimento, com os preceitos constitucionais, Congresso e Justiça submetidos à vontade ditatorial do(a) governante, faça sua escolha.
Mas tendo sempre presente que as Forças Armadas não são instrumento de Governo. São instrumentos de Estado e, por sempre agirem como tal, têm o mais alto nível de respeito da população.
Armando Luiz Paiva Chaves
General de Exército da Reserva do EB.
Fonte:  Alerta Total
COMENTO: antes que apareça algum iluminado alegando que durante os "cinco governos chefiados por militares, nenhum escândalo veio a público" em função da censura aos meios de comunicação, lanço aqui um desafio — que seja apontado um nome de militar que tenha "enriquecido" durante aquele período. Um nome somente de algum militar que tenha deixado patrimônio superior ao que poderia ser conquistado normalmente com seus vencimentos. Sem esse nome, nada de críticas!!!!

Um comentário:

Partido Alfa disse...

Quando os corruptos bateram a minha porta, não tive duvidas. Assinei um Acordo com a SDE-MJ, MPF-RS e outros e atirei com tudo. Só para esclarecer: não foi delação premiada. Mas o fato foi que todos os corruptos da PF-RS, DRT-RS, RF-RS e INSS-RS resolveram me fiscalizar juntos, "de rotina". Me fecharam. Mas eu não me arrependo. Fiz o que um Homem de verdade faria. E hoje estou melhor do que a cinco anos atras. Tem que botar pra fuder essa gente, de fato. A recompensa é a minha cabeça erguida. Sou empresário, não bandido.