A Casa Branca afirma que a agência "se tornou excessiva e ineficiente", por isso busca redirecionar suas funções para torná-las "mais ágeis, eficazes e eficientes".
Diretora de Inteligência Nacional dos EUA, Tulsi Gabbard / Créditos: Gage Skidmore |
A Diretora de Inteligência Nacional dos EUA, Tulsi Gabbard, anunciou um plano para reduzir o tamanho do Escritório do Diretor de Inteligência Nacional (ODNI) em 40% até o final de 2025. Ela explicou que a iniciativa resultará em uma economia anual estimada em 700 milhões de dólares, o equivalente a pouco mais de 600 milhões de Euros. Nas palavras da autoridade, trata-se de uma medida "há muito aguardada" que visa permitir que a agência realize seu trabalho "com integridade, da maneira mais ágil, eficaz e eficiente possível".
O projeto, denominado "ODNI 2.0", prevê a eliminação de missões, funções e pessoal considerados redundantes para redirecionar recursos para as prioridades de inteligência definidas pelo presidente Donald Trump. Gabbard justificou a reforma afirmando que, duas décadas após sua criação em 2001, a agência "tornou-se excessiva e ineficiente ". Ela também denunciou que a comunidade de inteligência enfrenta "abuso de poder, vazamentos não autorizados de informações confidenciais e o uso politizado da inteligência como arma".
A Diretora também enfatizou que a nova estratégia visa "acabar com o uso da inteligência como arma e responsabilizar os infratores", com o objetivo de reconquistar a confiança pública. O anúncio ocorre em um momento de tensões internas, já que Gabbard tem sido ostensiva em seu confronto com partes da estrutura da agência. Bloomberg indicou que seus esforços visam eliminar o que ela considera uma "suposta politização" dentro do aparato de inteligência dos EUA.
Em 19 de agosto, a Diretora revogou as credenciais de segurança de 37 funcionários de Inteligência atuais e antigos. A medida, determinada por Donald Trump, baseia-se em alegações de manipulação política, vazamento de informações confidenciais e graves violações de segurança. Ela explicou nas redes sociais que os envolvidos "abusaram da confiança pública ao politizar e manipular a inteligência".
Gabbard enfatizou a natureza restritiva desse tipo de autorização, afirmando que "ter uma autorização de segurança é um privilégio, não um direito". Ela também acusou os afetados de terem "traído seu juramento à Constituição" e de colocar interesses pessoais acima dos dos americanos. Com essa mensagem, ela enfatiza que, em sua opinião, tal comportamento representa uma violação da missão e dos princípios dos serviços de inteligência .
Segundo o The New York Times, a maioria dos indivíduos citados esteve diretamente envolvida na investigação sobre a suposta interferência russa nas eleições presidenciais de 2016. Eles também atuaram no monitoramento de outras suspeitas ameaças estrangeiras ao sistema eleitoral americano. Portanto, a decisão representa um golpe em um grupo de profissionais ligados a alguns dos episódios mais sensíveis e obscuros da política de segurança nacional estadunidense dos últimos anos.
Fonte: Boletim Semanal LISA News
(Learning Institute of Security Advisors)
COMENTO: Um Serviço de Inteligência deve funcionar sob a absoluta confiança do administrador do país. De preferência, seu efetivo deve ser composto por pessoas treinadas e qualificadas para atuarem com a máxima isenção política, objetivo praticamente impossível, eis que os servidores também são cidadãos com opiniões próprias. Em função disto, algumas funções ligadas diretamente ao assessoramento presidencial devem ser trocadas a cada mudança do mandatário. Isto é óbvio. Mas é uma regra completamente ignorada no Brasil onde, por exemplo, segundo queixas divulgadas, o mandatário sequer tem contato com o produto de sua Agência de Inteligência, preferindo confiar mais nos conselhos dos assessores indicados pelo partido. A um mandatário consciente, não basta determinar a troca do diretor de sua Agência de Inteligência. O novo Diretor deve ter capacidade para distinguir quais funções podem continuar com seu pessoal original, e quais devem ser mobiliada com servidores de sua confiança. Mas, para que isto ocorra, a Direção não deve ser vista como só mais um cabide de emprego de companheiros partidários.
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