Cedo da manhã, o magistrado está em seu gabinete, numa comarca do interior.
De repente, aparece uma senhora cinquentona — aparentemente fronteiriça — falando de maneira estabanada. Posta-se diante do birô do juiz, gesticula efusivamente e diz palavras incompreensíveis. Com a cordialidade de sempre, o magistrado procura tranquilizá-la:
— Não estou conseguindo entender. Por favor, fale mais devagar.
A senhora consegue completar uma frase, fazendo uma acusação:— Doutor, o delegado me agrediu. Ele é nosso adversário político e está a serviço do prefeito.
— Mas o que houve? — questiona o magistrado.
Ainda alvoroçada e suando às bicas, ela continua:
— Eu sou contra o prefeito e estava numa manifestação quando o safado do delegado me levou pra delegacia e me machucou.
O juiz diz que convocará a promotora substituta, logo que ela chegar, para que a queixosa seja encaminhada ao Instituto Médico-Legal. Mas a queixosa visitante não se dá por satisfeita: quer mostrar as marcas da agressão ao juiz.
— Não precisa. Quem vai examiná-la é o perito. Depois ele colocará tudo direitinho no papel, vai fazer um laudo e me enviará — o juiz tenta fazer o breque.
A mulher não se dá por satisfeita.
O juiz diz que convocará a promotora substituta, logo que ela chegar, para que a queixosa seja encaminhada ao Instituto Médico-Legal. Mas a queixosa visitante não se dá por satisfeita: quer mostrar as marcas da agressão ao juiz.
— Não precisa. Quem vai examiná-la é o perito. Depois ele colocará tudo direitinho no papel, vai fazer um laudo e me enviará — o juiz tenta fazer o breque.
A mulher não se dá por satisfeita.
— Eu tenho que lhe mostrar, doutor. Foi nas minhas coxas. Olhe! — e levanta a saia.
Assustado com a situação, o magistrado distancia sua cadeira do birô e insiste para que a visitante "não faça isso" dentro do gabinete onde estavam só os dois.
Ao levantar a saia, a mulher percebe que está usando uma meia-calça preta que não permite que o juiz veja o ferimento. Insolitamente, então, tenta baixar a meia-calça.
Assustado com a situação, o magistrado distancia sua cadeira do birô e insiste para que a visitante "não faça isso" dentro do gabinete onde estavam só os dois.
Ao levantar a saia, a mulher percebe que está usando uma meia-calça preta que não permite que o juiz veja o ferimento. Insolitamente, então, tenta baixar a meia-calça.
Já apavorado, em fração de segundos, o juiz se levanta, dá a volta no birô e, num gesto de desespero — para evitar aquela cena constrangedora antes que alguém visse — aproxima-se da queixosa a ponto de segurar a saia para que a mulher não termine por arriar a peça e mostrar o escondível.
Nesse exato momento entra na sala a promotora de justiça substituta que acabara de chegar de uma comarca vizinha. A cena que ela vê é estarrecedora: uma mulher com a saia levantada, baixando a meia-calça e o juiz da comarca com o corpo curvado em direção à cintura da queixosa, com as duas mãos segurando aquela peça íntima...
Até hoje, ele não sabe se a representante do Ministério Público acreditou na sua douta versão...
Nesse exato momento entra na sala a promotora de justiça substituta que acabara de chegar de uma comarca vizinha. A cena que ela vê é estarrecedora: uma mulher com a saia levantada, baixando a meia-calça e o juiz da comarca com o corpo curvado em direção à cintura da queixosa, com as duas mãos segurando aquela peça íntima...
* * * * *
O magistrado passa o resto do dia constrangido e explicando à recém conhecida promotora o que acontecera. Até hoje, ele não sabe se a representante do Ministério Público acreditou na sua douta versão...
Fonte: Rosivaldo Toscano
Nenhum comentário:
Postar um comentário