A revista “ISTO É” editada em 16/02/2011 publicou matéria dando conta de insatisfação de uma parcela de integrantes da ABIN, por motivações diversas. Chamaram-me a atenção algumas alegações radicalizadas típicas de quem tem interesses contrariados com vínculos ideológicos exacerbados: “herança maldita”, “ovo de serpente”, “ex-integrante do SNI”, ex-R2, “parente de general do tempo da repressão”, denúncia de que a ABIN “monitora o MST”, adjetivação de “araponga” etc.
Ora, senhores, todos temos herança de alguma coisa de que não gostamos; mas ninguém tem o direito de generalizar as suas opiniões para denegrir a própria Instituição a que serve ou alguns profissionais dela integrantes, por suas origens, muito menos sem o conhecimento de causa suficiente para julgar.
Creio que ainda esteja escrito numa parede da antiga EsNI a frase de “um general do tempo da repressão” que deve continuar norteando a sua classe profissional: “A VERDADE É A ESSÊNCIA DA INFORMAÇÃO”; ou será que apagaram porque foi escrita por um general?
O Profissional de Inteligência, além de capacitado intelectualmente, precisa ser detentor de equilíbrio psicológico que o habilite a suportar as adversidades de antipatias e opiniões sectárias, particularmente do jornalismo descomprometido com a verdade que também está cheio de “arapongas”.
O Operador da área de Inteligência precisa entender que não é dono do conhecimento que produz nem pode cobrar do usuário final qualquer decisão consequente; se a sua agência monitora A, B ou C, é o Presidente da República, como usuário final, quem decide quanto à sua utilidade.
Agora, senhores, levar a público a natureza do trabalho investigativo é o pecado mortal de integrantes de qualquer Serviço de Inteligência. Se fazem isso para agradar a setores de um partido político, lembrem-se que trabalham para uma Chefe de Estado.
Muitos militares ou ex-militares foram selecionados para os serviços de Inteligência por suas virtudes cultivadas e provadas nas suas Instituições de origem e por que são homens disciplinados afeitos ao trabalho diuturno, e não trabalham de olho no relógio ou no próximo fim de semana. A sua disciplina e dedicação repassadas à corporação, certamente, incomodam àqueles que não tiveram a sorte de passar pelo cadinho em que se forja o caráter, se cultiva a virtude e se fortalece a vontade.
Se os senhores alimentam esse ultrapassado ranço contra militares, que sejam ao menos responsáveis para entender que alimentar antagonismo entre Órgãos de Inteligência é prestar um desserviço ao Estado e ao próprio governo, por suas perturbações inconsequentes.
Libertem-se das suas ideologias, sejam lá quais forem, ajam como verdadeiros homens de Inteligência ou mudem de emprego; por que esse é um sacerdócio e um estilo de vida.
TC Ref JOSÉ GERALDO DA SILVA
Fonte: recebido por correio eletrônico
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