por Márcio Accioly
Numa viagem que fez a Moscou (2005), uma das centenas já efetuadas no alegre jato presidencial (outras centenas virão), o presidente Dom Luiz Inácio (PT-SP) assistiu ao filme “2 Filhos de Francisco” numa cópia pirata. Inacreditável!
Só mesmo um governo corrupto, voltado para a ilegalidade, poderia utilizar tal expediente. O mais “engraçado” de tudo, porém, ainda de acordo com o noticiário do período, foi sua excelência mandar recado para os cantores Zezé Di Camargo & Luciano, expressando o seguinte:
“Diz pros meninos pra não ficarem chateados. Eu nem vi o DVD todo. Dormi no meio.”
Depois disso aí, o Brasil ainda testemunhou o indiciamento de 40 figuras de projeção na gestão petista, acusadas de peculato e formação de quadrilha, entre outros incontáveis crimes.
O então ministro-chefe da Casa Civil, Zé Dirceu (PT-SP), foi obrigado a renunciar, teve o mandato de deputado federal cassado (pelo plenário da Câmara), mas continua dando cartas numa “administração” onde roubalheira e desvios de recursos públicos têm sido uma constante.
No escândalo do momento (outros se encontram em gestação), o TCU — Tribunal de Contas da União —, “detectou 27 notas frias na prestação de contas de aluguel de veículos que o Planalto fez com os cartões corporativos”.
A notícia saiu na primeira página da Folha de S. Paulo da quinta-feira (14), com outro dado: o Planalto exibiu nota fiscal no valor de R$ 206.000,00 (duzentos e seis mil reais), na locação de veículos em Ponta Porã (MS), em 2003, mas, na realidade, pagou apenas R$ 40.000,00 (quarenta mil reais).
Existem vários casos de notas fiscais calçadas: o valor cobrado na primeira via é um e, o efetivamente pago nas demais vias, é outro. As penalidades para tal crime só estão alcançando o simples mortal. Quem trabalha e sustenta essa pouca-vergonha.
Diante de tudo isso, de um presidente que “dorme” durante a exibição de cópia pirata no avião presidencial, supremo mandatário que nada vê ou enxerga, não são compreendidas as razões de não ter sido iniciado, ainda, o processo de impeachment de sua excelência.
Dom Luiz Inácio, visivelmente, aposta no confronto. Na distribuição de bolsas-esmolas, criadas na gestão entreguista FHC (1995-2003), para conter movimento que objetive dar um basta nas quadrilhas que instalou no poder.
O País se encontra inteiramente dividido. “Garantido” por banqueiros, fazendo a farra em lucros estratosféricos, na doação de nossas reservas minerais, através da criação de reservas indígenas e no apoio da maioria esmagadora de miseráveis, os quais recebem ajuda mensal em valores retirados da saúde, educação e serviços públicos.
O presidente das notas frias, segundo o TCU, consumindo milhões de reais em bebidas alcoólicas no jato presidencial, além de gastar mais de R$ 70.000,00 (setenta mil reais), mensais, na compra de ternos e sapatos, nada percebe.
Conta com beneplácito de oposição tão comprometida quanto, num país perplexo que não encontra alternativa ou saída. Não é denunciar apenas por denunciar, torcendo por final desastroso, pois a nação inteira será prejudicada.
Nossas instituições não funcionam. Estamos revertendo à barbárie. Os exemplos são os piores possíveis, pois o Estado se mostra dominado por castas criminosas. Este cenário tende a piorar sensivelmente, antes de qualquer medida de contenção.
Márcio Accioly é Jornalista.
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