por Arlindo Montenegro
Acabo de saborear um café forte, com pouco açúcar e acendi o primeiro cigarro. Dei uma tragada e deitei-o no cinzeiro onde vai ficar esquecido até o fim. Meu avô fumava cigarros de palha. Minha avó mascava fumo de rolo. Ambos viveram mais de 90 anos. Mas eram outros tempos, outras as crenças, outros costumes, outras atividades e hábitos alimentares.
Há dias li sobre o grande esforço, árduo trabalho que o Fernando Henrique e seus áulicos estão fazendo para legalizar a maconha. Eles devem estar certos. As drogas presentes na cabeça da juventude americana, embalada pela música de Joplin, Hendrix e outros roqueiros presentes no festival de Woodstock em 1969, espalharam a contra cultura e o “faça amor, não faça a guerra” pelo mundo.
Desde então os filmes americanos começaram a explicitar o sexo, as carreirinhas de pó e a “inocente” utilização da maconha, que ganhou status de droga mística, capaz de curar asma — o que justificava seu uso pelo guerrilheiro Guevara — e também aliviar as dores do câncer. Santo remédio! No Maranhão usam para espantar mosquitos!
O que deixa um nó na cuca é que maconha, cocaína, heroína, LSD, êxtase, crack e os cambau, rolam solto destruindo os neurônios e mobilizando zilhões de dólares para financiar guerrilhas e políticos em suas campanhas de todos os matizes. A lavagem destas grandes fortunas pesa nos balanços dos bancos e contas secretas internacionais.
Por outro lado, abre-se a guerra contra as fábricas de cigarro e os plantadores de fumo, os fabricantes de isqueiros e toda a cadeia geradora de empregos e pesados impostos. Primeiro proibiram fumar nos restaurantes. Depois vieram os fumódromos nas empresas.
O socialista fabiano FHC assina embaixo e proclama a decisão da ONG “Comissão Latino-Americana sobre Drogas e Democracia”: “a repressão e criminalização das drogas não tem obtido sucesso”. Olhe bem que estes caras decidem a portas fechadas, decidem e publicam a opinião, depois forçam os legisladores descerebrados a firmar projetos de lei, pré elaborados. Para alegria dos seguidores militantes de seus partidos.
Os comunistas fracassaram na conquista do poder pelas armas e sua política foi um desastre para os povos vitimados por tantos ditadores que nunca anistiaram nenhum opositor — vide Cuba até hoje! Agora, mordendo e soprando, disseminam a política das drogas. O veneno que semeiam segue o raciocínio discutido pelos que distribuem a ração de opinião pública pela mídia.
Repetem o discurso: “a cadeia produtiva de cigarros, cigarrilhas, charutos é nojenta e nociva! Espalha fedor e vive do lucro contra a saúde! Deve ser criminalizada pesadamente!" [Mas] Os cocaleiros do Evo Morales, os camponeses que fornecem coca para as FARC e barões da coca colombiana, os pobres paraguaios comerciantes da maconha de melhor qualidade... Ah! São uns pobres coitados que devem ser defendidos, apoiados.
Ou seja, o problema é a repressão às drogas! Vamos descriminalizar! Fico pensando se os que fomentam esse debate não são mais criminosos. E se a poluição atmosférica proporcionada pelo cigarro é mais letal que a poluição das fábricas e dos escapamentos de automóveis, gazes de lixões tóxicos, acidentes diversos, queimadas, vulcões, puns...?
As fábricas pagam impostos e a maconha não. Quem fuma cigarro ainda pensa. Usuários de drogas ficam “fissurados” e incapazes de censura... os neurônios se corrompem e só o fumacê pra aliviar a deprê. Imagino as outras drogas mais fortes e ativas ... aquelas que provocam estados que conduzem aos crimes mais abjetos.
Será que querem votos para o PSDB fabiano? Ou para o PT radical? Sabe-se lá que intenções misteriosas rolam nos circuitos neuronais dos nossos senhores! O fato é que a poluição sonora e ambiental que criaram com suas políticas infecta todos os lares, impede o pensamento livre, impede o desenvolvimento saudável.
Implantam-se os novos costumes para uma geração medrosa e abúlica. Uma geração que atenda aos propósitos da ditadura servil, esta sim, ampla geral e irrestrita! É o que eles querem e ponto final.
As milícias de deputados, senadores, juízes, acadêmicos, jornalistas, pesquisadores, palpiteiros estão a postos. É mais fácil submeter empresas, empregados e cidadãos que pagam pesados impostos, que perturbar governantes e produtores de drogas com o poder financeiro imensurável. É mais fácil manter as polícias impotentes. É mais fácil criar uma juventude livre de repressões, alegrinha.
E de lambuja, incrementar o eleitorado. Os traficantes cumprem um papel social nas “comunidades” que alivia muito das responsabilidades do governo eleito: promovem shows, bailes, distribuem cestas básicas, dão emprego para a moçada, incrementam o comércio e até contribuem nas eleições.
Tudo pelo “social”. É a palavra de ordem.
Fonte: ViVerdeNovo
COMENTO: (ATUALIZAÇÃO DE POSTAGEM) é interessante o fato de algumas pessoas demonstrarem um conhecimento "além de sua época". Acredito que o hábito de serem bons leitores ajudam a aquisição dessa característica. Além disso, as experiências de vida facilitam a visão das coisas que a maioria das pessoas não percebem. Sempre admirei os escritos de Arlindo Montenegro, e tinha a curiosidade de saber mais a respeito dessa pessoa. Isto foi esclarecido em março de 2022, por ocasião do falecimento de José Anselmo dos Santos, o famoso "Cabo Anselmo", quando o jornalista Jorge Serrão revelou que Arlindo Montenegro era um nome fictício que José Anselmo dos Santos, o Cabo Anselmo, usava para publicar seus textos no blog do amigo que o apoiava.
https://jovempan.com.br/jorge-serrao/a-morte-do-cabo-anselmo-o-homem-que-nao-existiu.html |
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