'Família é sagrada', alega Inocêncio, que deu passagens para filhas e neta
Integrantes da Mesa da Câmara entram na farra das viagens ao exterior
De Isabel Braga, Maria Lima e Gerson Camarotti *
Integrantes da Mesa Diretora da Câmara usaram as cotas de passagens aéreas para viagens de turismo com familiares no exterior. Foram 49 viagens internacionais dos deputados, suas famílias e seus amigos, entre 2007 e 2008, segundo revelou o site Congresso em Foco.
Os integrantes da Mesa têm cota extra de passagens. O deputado Inocêncio Oliveira (PR-PE), 2º secretário, usou seus créditos para custear viagens da mulher, das filhas e da neta para os Estados Unidos e a Europa. Foram 16 trechos para Nova York, Frankfurt e Milão. Inocêncio, irritado, disse não ter cometido ilegalidade:
Os integrantes da Mesa têm cota extra de passagens. O deputado Inocêncio Oliveira (PR-PE), 2º secretário, usou seus créditos para custear viagens da mulher, das filhas e da neta para os Estados Unidos e a Europa. Foram 16 trechos para Nova York, Frankfurt e Milão. Inocêncio, irritado, disse não ter cometido ilegalidade:
— Sou cumpridor das regras, não vejo ilegalidade. A partir do momento em que ficar proibido, vou cumprir. Eu fazia economia, viajava nos voos mais em conta. Nas férias, acho que tinha direito de usar a cota. Família é sagrada, não tem nada demais.
BRASÍLIA FASHION
citado em Contra o Vento
SÃO PAULO - A coleção de escândalos do Congresso Nacional na temporada verão-outono deste ano está mesmo de arrasar. Desafiando a crise mundial, nossos estilistas tropicais se mostram mais do que nunca arrojados ao lançar novas tendências de apropriação do bem comum e outras modas.
O saldão começou cedo. Servidores que recebem hora extra durante o recesso parlamentar; parlamentares que esquentam despesas inexistentes com notas das próprias empresas; diretores que procriam como coelhos pelo Senado (são 38? 181?); parlamentares "éticos" que pagam suas domésticas com verba pública; contas telefônicas de R$ 6 mil mensais, em média; um festival de livros auto promocionais impressos com o dinheiro do contribuinte na gráfica do Senado.
Funcionários fantasmas, nepotismo, compadrios — são pequenas peças a compor o figurino do patrimonialismo e o guarda-roupa da corrupção. A coleção de abusos tem a grife do PMDB, mas é confeccionada por todos os partidos. O tricô corporativo dispensa ideologia.
Fernando Collor, um velho estilista da modernidade de antigamente, tido como cafona e ultrapassado, voltou à cena fashion de Brasília. Agora divide o palco com o jaquetão de José Sarney e não chega a roubar o brilho de estrelas em ascensão no cerrado, como Gim Argelo. São todos gratos pelos serviços de alfaiataria de Renan Calheiros.
Falta à temporada de maracutaias prêt-à-porter, é verdade, o glamour de outros escândalos, como o do mensalão, que revelou ao país os segredos da alta costura do PT. Ou o dos sanguessugas, que fez sucesso no varejo do baixo clero, para não lembrar dos Anões do Orçamento, roubança de corte mais tradicional.
Nossos artistas parecem incomodados com a "perseguição" da imprensa. É preciso preservar a instituição, alertam, como se o clichê retórico pudesse legitimar ou redimir a cultura interna do descalabro.
A preocupação que eles revelam com a democracia é menos autêntica do que o sorriso da modelo diante dos flashes na passarela.
O saldão começou cedo. Servidores que recebem hora extra durante o recesso parlamentar; parlamentares que esquentam despesas inexistentes com notas das próprias empresas; diretores que procriam como coelhos pelo Senado (são 38? 181?); parlamentares "éticos" que pagam suas domésticas com verba pública; contas telefônicas de R$ 6 mil mensais, em média; um festival de livros auto promocionais impressos com o dinheiro do contribuinte na gráfica do Senado.
Funcionários fantasmas, nepotismo, compadrios — são pequenas peças a compor o figurino do patrimonialismo e o guarda-roupa da corrupção. A coleção de abusos tem a grife do PMDB, mas é confeccionada por todos os partidos. O tricô corporativo dispensa ideologia.
Fernando Collor, um velho estilista da modernidade de antigamente, tido como cafona e ultrapassado, voltou à cena fashion de Brasília. Agora divide o palco com o jaquetão de José Sarney e não chega a roubar o brilho de estrelas em ascensão no cerrado, como Gim Argelo. São todos gratos pelos serviços de alfaiataria de Renan Calheiros.
Falta à temporada de maracutaias prêt-à-porter, é verdade, o glamour de outros escândalos, como o do mensalão, que revelou ao país os segredos da alta costura do PT. Ou o dos sanguessugas, que fez sucesso no varejo do baixo clero, para não lembrar dos Anões do Orçamento, roubança de corte mais tradicional.
Nossos artistas parecem incomodados com a "perseguição" da imprensa. É preciso preservar a instituição, alertam, como se o clichê retórico pudesse legitimar ou redimir a cultura interna do descalabro.
A preocupação que eles revelam com a democracia é menos autêntica do que o sorriso da modelo diante dos flashes na passarela.
Fernando de Barros e Silva, 13/04/2009
Fonte: O Globo, de 17/04/09,citado em Contra o Vento
COMENTO: esses VERMES foram eleitos pelos idiotas que se alienam e pensam não serem prejudicados por essas CANALHICES. Não conseguem relacionar essas SEM VERGONHICES com a falta de condições das escolas, nem com as mortes ocorridas nos corredores de hospitais deteriorados, nas estradas em péssimas condições de manutenção, nos ataques de marginais incentivados pela completa falta de segurança pública. Reitero o comentário da postagem abaixo.
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