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O título do Correio Brasiliense é: “Hora de consolidar o poder civil na área da Defesa”.
O tema não é entendido por quem desconhece o que vem a ser “Poder Civil”.
Seria essa uma divisão da sociedade brasileira, tipo a de brancos com olhos azuis, índios e negros?
Dizem as teorias geopolíticas que o Poder Nacional se estrutura em fundamentos (homem, terra e instituições), em fatores (elementos dinâmicos que influem sobre os fundamentos do poder) e em expressões, de um Poder uno e indivisível. Para efeito didático de estudo do Poder Nacional, estão catalogadas as seguintes expressões: a expressão política, a econômica, a psicossocial, a militar e a ciência e tecnologia.
A existência de uma expressão militar do Poder Nacional, não significa “brasileiros fardados preocupados em impor suas idéias”, uma vez que a administração militar sempre esteve subordinada à administração do Poder Executivo da República e à Corte Imperial. Sendo o Poder Nacional uno e indivisível, contem não só o MD como os demais.
A preocupação em “fardar” o Ministro da Defesa é de quem acredita que uso de farda, por si só, possa significar competência.
A competência não se relaciona com envergar ou não um símbolo de espírito de corpo. Se assim fosse, a chamada Força Nacional de Segurança seria um primor de competência operacional com suas boinas vermelhas, do estilo Brigada Pára-quedista. Se as insígnias indicadoras de cursos operacionais realizados forem “grudadas a cuspe” na vestimenta, nada valerão. Se, ao contrário, forem o reconhecimento do duro aprendizado intelectual, do árduo melhoramento da condição física e da assimilação de preceitos morais pelo exemplo e competência dos comandantes, as insígnias poderão ser exibidas com orgulho de ser cidadão capaz de, também, exemplarmente, executar suas tarefas.
Não existe nas Forças Armadas “reação de duros” contra a política de consolidação do Ministério da Defesa. Existe muita preocupação quanto à estratégia dessa consolidação. Preocupação justificada pelas palavras do próprio Ministro Mangabeira Ünger, quando em 07 de setembro de 2007, em um pronunciamento, disse que “dos civis o que se espera é que saldem a maior dívida da nação para com as Forças Armadas. A dívida da desatenção”. Desatenção que significa não considerar, desprezar, dar pouca importância. Aos desatentos agora se atribui o conhecimento para fazer o que nunca consideraram necessário. Essa é a razão da preocupação.
Da mesma forma que o “maucaratismo” não é privilégio de classe social, também a honestidade, a ética e o patriotismo não são privilégio de profissionais de uma determinada carreira.
Já a competência profissional se relaciona com o conhecimento com a experiência. Atribuir aos desatentos dos bancos escolares o conhecimento é privilegiar a incompetência, o pouco esforço.
Aqueles militares e civis competentes que labutam no Ministério da Defesa conhecem, igualmente, os incompetentes. Por uma questão lógica, há de haver, no Ministério da Defesa, um maior número de militares com conhecimento da área da defesa do que de civis, uma vez que os militares labutam há séculos nessas atividades e, por outro lado, os civis foram desatentos, por décadas, para com as mesmas atividades.
Essa é a questão que deve ser levada em consideração quando da designação de recursos humanos para preenchimento dos cargos no Ministério da Defesa: competência, com base em preenchimento de requisitos estabelecidos para os cargos.
Aos “duros” referidos pela reportagem, quase que como indisciplinados, deve-se reconhecer a competência, o conhecimento, a experiência que agrega, que orienta, assim como o estudo da história não pode ser desconsiderado nos planejamentos para o futuro. Se indisciplina existe, todos, militares e civis, conhecem as leis e regulamentos que regem a vida de um militar. Contudo, alguns desconhecem, por não terem vivência e experiência, que a disciplina e a hierarquia possuem amparo maior que o das leis e regulamentos: a força do exemplo. Sem a força do exemplo, só com a letra da lei, a disciplina pode ser mantida, mas a hierarquia torna-se acachapante.
Por isso não pode deixar de ser considerada a verdadeira liderança, com base no exemplo e não na insígnia elaborada em um gabinete, como fator de escolha para os cargos de chefia na área da defesa.
Marcelo Hecksher Cel.-aviador (reformado)O título do Correio Brasiliense é: “Hora de consolidar o poder civil na área da Defesa”.
O tema não é entendido por quem desconhece o que vem a ser “Poder Civil”.
Seria essa uma divisão da sociedade brasileira, tipo a de brancos com olhos azuis, índios e negros?
Dizem as teorias geopolíticas que o Poder Nacional se estrutura em fundamentos (homem, terra e instituições), em fatores (elementos dinâmicos que influem sobre os fundamentos do poder) e em expressões, de um Poder uno e indivisível. Para efeito didático de estudo do Poder Nacional, estão catalogadas as seguintes expressões: a expressão política, a econômica, a psicossocial, a militar e a ciência e tecnologia.
A existência de uma expressão militar do Poder Nacional, não significa “brasileiros fardados preocupados em impor suas idéias”, uma vez que a administração militar sempre esteve subordinada à administração do Poder Executivo da República e à Corte Imperial. Sendo o Poder Nacional uno e indivisível, contem não só o MD como os demais.
A preocupação em “fardar” o Ministro da Defesa é de quem acredita que uso de farda, por si só, possa significar competência.
A competência não se relaciona com envergar ou não um símbolo de espírito de corpo. Se assim fosse, a chamada Força Nacional de Segurança seria um primor de competência operacional com suas boinas vermelhas, do estilo Brigada Pára-quedista. Se as insígnias indicadoras de cursos operacionais realizados forem “grudadas a cuspe” na vestimenta, nada valerão. Se, ao contrário, forem o reconhecimento do duro aprendizado intelectual, do árduo melhoramento da condição física e da assimilação de preceitos morais pelo exemplo e competência dos comandantes, as insígnias poderão ser exibidas com orgulho de ser cidadão capaz de, também, exemplarmente, executar suas tarefas.
Não existe nas Forças Armadas “reação de duros” contra a política de consolidação do Ministério da Defesa. Existe muita preocupação quanto à estratégia dessa consolidação. Preocupação justificada pelas palavras do próprio Ministro Mangabeira Ünger, quando em 07 de setembro de 2007, em um pronunciamento, disse que “dos civis o que se espera é que saldem a maior dívida da nação para com as Forças Armadas. A dívida da desatenção”. Desatenção que significa não considerar, desprezar, dar pouca importância. Aos desatentos agora se atribui o conhecimento para fazer o que nunca consideraram necessário. Essa é a razão da preocupação.
Da mesma forma que o “maucaratismo” não é privilégio de classe social, também a honestidade, a ética e o patriotismo não são privilégio de profissionais de uma determinada carreira.
Já a competência profissional se relaciona com o conhecimento com a experiência. Atribuir aos desatentos dos bancos escolares o conhecimento é privilegiar a incompetência, o pouco esforço.
Aqueles militares e civis competentes que labutam no Ministério da Defesa conhecem, igualmente, os incompetentes. Por uma questão lógica, há de haver, no Ministério da Defesa, um maior número de militares com conhecimento da área da defesa do que de civis, uma vez que os militares labutam há séculos nessas atividades e, por outro lado, os civis foram desatentos, por décadas, para com as mesmas atividades.
Essa é a questão que deve ser levada em consideração quando da designação de recursos humanos para preenchimento dos cargos no Ministério da Defesa: competência, com base em preenchimento de requisitos estabelecidos para os cargos.
Aos “duros” referidos pela reportagem, quase que como indisciplinados, deve-se reconhecer a competência, o conhecimento, a experiência que agrega, que orienta, assim como o estudo da história não pode ser desconsiderado nos planejamentos para o futuro. Se indisciplina existe, todos, militares e civis, conhecem as leis e regulamentos que regem a vida de um militar. Contudo, alguns desconhecem, por não terem vivência e experiência, que a disciplina e a hierarquia possuem amparo maior que o das leis e regulamentos: a força do exemplo. Sem a força do exemplo, só com a letra da lei, a disciplina pode ser mantida, mas a hierarquia torna-se acachapante.
Por isso não pode deixar de ser considerada a verdadeira liderança, com base no exemplo e não na insígnia elaborada em um gabinete, como fator de escolha para os cargos de chefia na área da defesa.
Fonte: recebido por correio eletrônico
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