quarta-feira, 11 de março de 2009

Antessala do Inferno

por João Ubaldo Ribeiro
Não está na moda acreditar no inferno, mas encaro isso com suspeita, pois não dizem que a maior vitória de Satanás é não acreditarem nele? Aliás, atrevendo-me a adivinhar a estratégia do Inimigo, imagino que deve ser assim mesmo, pois ao desdenhar da sua, dele, existência e das penas avernais, seus prepostos e futuras almas sob seu domínio vão fazendo o trabalho dele sem lhe dar cuidados. A expressão "estar como o Diabo gosta" deixa de ser brincalhona e passa a aplicar-se seriamente ao Brasil. Correndo o risco de soar cínico, chego a sugerir que a crença na existência do inferno seja fomentada pelos óbvios descrentes que nos governam. (Ou então creem, mas acham que Deus olha para o outro lado e não os vê nas muitas horas em que estão perpetrando todo tipo de bandidagem; e, claro, confiam em que a misericórdia divina é infinita, esquecendo que é infinita, mas não otária.) Funcionaria, se é que não já funciona, como excelente ópio do povo. Acreditar no inferno pode ser, para muitos brasileiros, a única maneira de manter uma relativa sanidade mental. Já se viu que, neste vale de lágrimas, os salteadores que se instalaram em todos os poderes, em todos os níveis, em todos os graus desta federação de meia-tigela, nunca vão pagar por nada. Por conseguinte, resta ao cidadão ultrajado, roubado, menosprezado e vilipendiado botar fé em que Satanás, mais dia menos dia, cuidará do assunto à sua maneira.
Não foi à toa que, como é mostrado no livro de Jó, Deus criou Satanás e tem uma certa curiosidade paternal sobre ele e suas realizações — vamos dizer que o acha um mal necessário.
Talvez até não seja tão ridículo assim imaginar um inferno como nas ilustrações de Gustave Doré para A Divina Comédia, ou mesmo pior, com lagartões comendo o sujeito vivo, poças de excremento onde se é obrigado a chafurdar ("saíste do metafórico para o literal", poderá brincar um diabão letrado, ao aplicar esse tratamento no próximo senador que for dar com os costados lá), tentar dormir em catres permanentemente úmidos, frios, cheios de pulgas, aranhas, baratas e ratazanas, com o sono frequentado por pesadelos medonhos.
Por que não? Todo homem constrói seu próprio inferno e, se é assim que pensa no inferno um desses meliantes, assim seu inferno será.
Peço desculpas pela teologia de botequim, mas creio estar dando minha contribuição para a estabilidade social do país. Existe inferno, tem que existir.
Inicialmente, pensei em tomar emprestada a expressão aplicada por um senador ao Congresso Nacional (ou somente ao Senado, não tenho certeza, mas me responsabilizo pela extensão): casa de tolerância. Mas depois pensei na grande injustiça contra as prostitutas assim cometida pelo senador e não quis repeti-la aqui. Não estou fazendo graça, não, é uma injustiça mesmo.
Quantas prostitutas (só estou tratando das profissionais, as idôneas) se locupletaram do dinheiro público? Quantas prostitutas afanaram verbas destinadas a obras de saneamento, merendas escolares e todo tipo de programa, até mesmo os destinados a matar a fome dos mais miseráveis? Ou seja, quantas prostitutas encheram o pandulho às custas da fome de uma criança? Quantas prostitutas mantêm escravos a seu serviço? Quantas prostitutas mentem como rotina, se valem de truques jurídicos para tirar o toba da seringa e enriquecem por fraude, concussão, advocacia administrativa e todo tipo de tramoia concebível? Quantas prostitutas têm entrada na polícia ou respondem a processos criminais, descontando-se que não têm imunidade nem foro especial e são tratadas com santimonial hipocrisia até pelos fregueses? Quantas prostitutas contribuem todos os dias para a descrença geral, o cinismo, a desmoralização das instituições democráticas, o "cada um cuide de si", "farinha pouca, meu pirão primeiro", "se eu não meter a mão, neguinho vem e mete", "vassífu o avião, que eu não sou piloto" e mais lemas que hoje orientam nosso comportamento?
Será exagero aqui do poeta oferecer a hipótese de que o Brasil tem muitíssimo melhor exemplo em suas putas que em seus parlamentares? Os congressistas talvez se enganem um pouco com a imagem do Congresso e de seus membros. Enganam-se para melhor, pois pouco falta para, na usança popular, político, deputado, senador, vereador etc. virarem sinônimos perfeitos de ladrão esperto e impune. Pelo interior do Brasil, já há muita gente apelidada pejorativamente de Político ou Deputado e sei de pelo menos um proprietário de jegues, Luíz Olegarino, lá de Itaparica, que se recusa a chamar seus animais de qualquer nome que, mesmo remotamente, lembre políticos.
"O bichinho nasce e eu vou logo difamando?", diz Luís.
Ninguém os respeita. Pela frente, sim, a maior parte com medo de desagradar à autoridade. Fomos, quase todos nós, criados para ter uma postura subserviente diante da autoridade e agir como se o ocupante de cargo público não existisse para servir ao cidadão. Outra parte por puxa-saquismo.
E ainda outra parte por admiração, pois considera a política, conforme o exemplo vindo de cima, o caminho mais seguro para o sujeito "se fazer". Tanto assim que se contam nos dedos os políticos que não encerram a carreira com o patrimônio opulentamente engordado, tudo dentro desta "legalidade" indecente, que não se faz nada para mudar. A coisa pública é conduzida como feudo, aceita-se tudo e não se responde por nada, dentro de um sistema podre, imoral e delinquente, sem valores que não os da pilhagem, sem ética que não a do silêncio conivente, sem ideal que não a prosperidade pessoal.
O país é governado por decretos-leis com o nome artístico de medidas provisórias.
O Congresso, para o povo, não é nada, não serve para nada além de roubar e dar despesa. E ainda falam em imagem. Nem se olhem no espelho, que o espelho ou quebra ou cospe em vocês. E, sim, o inferno existe, pensem nisso.
Fonte: O GLOBO - 8 Mar 09
citado em BOOTLEAD

2 comentários:

Anônimo disse...

Ao mesmo tempo em que o governo investe 12,34 bilhões de reais na formação de indolentes, reduz em 30% o numero de jovens para o serviço militar.

Um em cada quatro brasileiros recebe o bolsa família sem obrigação de apresentar contrapartida e as que existem, o governo não fiscaliza, investindo no ócio e na indolência, quebrando o moral, o amor próprio e o orgulho de uma gigantesca população. Estes, jamais servirão para defender a pátria em caso de necessidade, corrompidos que foram pelo suborno eleitoreiro e o péssimo vicio da inatividade.

Por outro lado, muitos jovens que poderiam aprender sobre organização, hierarquia e disciplina entre outras coisas e, com isso poder vislumbrar uma profissão e um futuro melhor, afastando-se do sedutor atalho do crime, também não serão preparados para a defesa da pátria e, sem perspectivas de emprego, ficaram à mercê das drogas e do crime organizado.

Até aí, não é de estranhar, pois cumpre à risca o programa da esquerda no poder, mas, acontecer isto com a participação dos comandantes militares, sob alegação de crise financeira global, é no mínimo ridículo e temerário.

Quem são esses comandantes que não se comportam como militares?

LIBERTAS QUAE SERA TAMEN

Anônimo disse...

CIDADÃOS BRASILEIROS, DE PÉ! Doc. nº53 – 2009

Este documento é uma tentativa de despertar em todos aqueles que nos recebem a consciência de que OU NOS UNIMOS OU SEREMOS ESMAGADOS pelos inimigos do BRASIL.

O GRUPO GUARARAPES remete, por documento, mais de 7.000 e-mails para brasileiros de todos os recantos do País, ou até no exterior. Somos, atualmente, 2199 CIDADÃOS BRASILEIROS que lutam pela defesa da DEMOCRACIA, combatem a corrupção, batalham pela Integridade Nacional (vide Amazônia), pelo engrandecimento de nossas Forças Armadas e por um Brasil mais justo e solidário.

O GRUPO GUARARAPES, quando fala em CIDADÃO, não faz diferença entre preto, branco, índio, quilombola, mulato, nisei, católico, protestante, espírita, que vista a bata da Justiça, a farda do militar, o jaleco do médico, o capacete do engenheiro, de sexo, etc. CIDADÃO para o GRUPO GUARARAPES é o brasileiro que cumpre com os seus deveres e respeita os direitos dos outros. O estudante que estuda, o homem que ama sua família, a mulher mãe amantíssima, o político honesto e responsável legisla em benefício do povo, o juiz que aplica a lei, o administrador que defende o dinheiro público, o motorista que cumpre as leis do trânsito, etc., são CIDADÃOS que merecem todo o respeito da sociedade.

O GRUPO GUARARAPES combate os pretensos donos da verdade. Que assim agem mas convivem com a mentira, e que são os direitistas e esquerdistas seguidores de HITLER e de STALIN. O Grupo combate aqueles que querem impor suas ideias pelo grito, pelo palavrão, pela intimidação e pela mentira. O VERDADEIRO CIDADÃO BRASILEIRO é um democrata e que não vive olhando pelo retrovisor da história e mentindo para o povo brasileiro. Para ele a grandeza se encontra no presente e no futuro.

O GRUPO GUARARAPES procura unir os bons brasileiros que se agrupam em torno da BANDEIRA NACIONAL – a verde, amarela, azul e branca. Bandeiras vermelhas, pretas ou de outras cores não representam o BRASIL. O vermelho é sangue é terror, é tirania; o preto é morte, é desespero, é negação de vida.

O GRUPO GUARARAPES prega o diálogo, e combate a força a serviço do mal, o terrorismo, a mentira, o roubo, a falta de caráter. Ama os heróis nacionais e combate todo aquele que quer transformar o BRASIL numa ditadura socialista-comunista ou a que for, como essa que aí está mandando e desmandando, a serviço de um Poder espúrio,. A desserviço da Democracia.

O GRUPO GUARARAPES tem certeza de que a maior força de uma DEMOCRACIA se encontra na JUSTIÇA. Sem Justiça marchamos para o caos.

A BASE DA JUSTIÇA SE ENCONTRA NA VERDADE. Um País de mentirosos só encontra caminhos para o desastre, para a derrota, para a degradação.

A VERDADE SERÁ A GRANDE FORÇA QUE NOS UNIRÁ E MOVERÁ PARA SALVARMOS O BRASIL – PARA FAZÊ-LO E MANTÊ-LO INDEPENDENTE E FELIZ.

CIDADÃOS BRASILEIROS, DE PÉ, NA DEFESA DA VERDADE! PELO BRASIL!

GRUPO GUARARAPES
GEN TORRES DE MELO – Coordenador