Se Dilma Rousseff tivesse admitido que conversou com Lina Vieira, a tropa formada pelo que há de pior no pior Senado de todos os tempos cuidaria do trabalho sujo com a eficácia habitual. Se conseguiram manter Renan Calheiros em liberdade, prolongar a sobrevida de José Sarney, enforcar a CPI da Petrobras nos trabalhos de parto ou infiltrar Paulo Duque no comando do Conselho de Ética, encontrariam um jeito de inverter a realidade, transformar a ministra em voluntária da pátria e reduzir Lina a inimiga da nação.
Ao jurar que o encontro não existiu, fantasia avalizada por Lula no falatório da segunda-feira, Dilma deslocou o bando para um beco com uma saída só: deveriam provar que Lina não disse a verdade. Quem mentiu foi a ministra, renderam-se às evidências, meia hora depois do início da sessão, a ala dos escroques, o bloco dos cafajestes, o grupo dos sabujos e a oficialidade da base alugada. “A mentira não faz parte da minha biografia”, disse na introdução e repetiu no fecho do depoimento a ex-superintendente da Receita Federal.
Franzina, pouco à vontade no território hostil, assustada com a ferocidade dos buldogues de araque, Lina reafirmou o que disse à Folha de S. Paulo. Reiterou que não recorda a data do encontro, mas ofereceu informações que permitiriam a qualquer investigador estagiário reunir provas materiais conclusivas. Seu nome foi anotado na garagem do Planalto. A caminho do gabinete de Dilma, passou por dois funcionários da Casa Civil. “Não sou invisível”, avisou.
Também o comportamento dos atacantes sem rumo evidenciou quem tem razão. Renan nem abriu o bico. Wellington Salgado fez uma pergunta e perdeu a voz. Almeida Lima esqueceu o script. Romero Jucá suspendeu o interrogatório no meio, avisou que o caso estava encerrado, declarou-se vitorioso e bateu em retirada. O pelotão avançado debandou ao perceber que fora encarregado de uma tarefa delirante retomada por Mercadante: deixar claro que Dilma nada fez de errado no encontro que ela garante não ter existido.
Se “durante o suposto encontro” Lina ouviu da ministra o que lhe pareceu uma irregularidade, insistiu o líder do PT, deveria ter denunciado o caso aos superiores. “Como a senhora não fez isso, cometeu crime de prevaricação”, subiu a voz o inquisidor tão dócil quando ouve ordens de Lula e tão valente ao ouvir a verdade de uma mulher só. Terminado o espetáculo da truculência, o Brasil constatou que o jovem senador de 2002 se transformou num velhaco.
Se, como alega Dilma, não houve nenhuma conversa, Lina só prevaricou na imaginação de Mercadante. Se houve, o que foi dito é muito menos relevante que a reincidência da candidata à Presidência. É o quarto assassinato comprovado da verdade em menos de três anos. Sugerir à chefe do Fisco que socorra o filho do senador em apuros é infração grave. Mentir compulsivamente é pecado capital.
“Uma ministra que faltou com a verdade precisa prestar esclarecimentos ao Senado”, colocou as coisas no rumo certo o senador Tasso Jereissati. Se insistir em recusar a acareação, Dilma estará endossando sem ressalvas as revelações constrangedoras. Diferentemente de Lina, ela está proibida de afirmar que a mentira não faz parte da sua biografia.
Ao jurar que o encontro não existiu, fantasia avalizada por Lula no falatório da segunda-feira, Dilma deslocou o bando para um beco com uma saída só: deveriam provar que Lina não disse a verdade. Quem mentiu foi a ministra, renderam-se às evidências, meia hora depois do início da sessão, a ala dos escroques, o bloco dos cafajestes, o grupo dos sabujos e a oficialidade da base alugada. “A mentira não faz parte da minha biografia”, disse na introdução e repetiu no fecho do depoimento a ex-superintendente da Receita Federal.
Franzina, pouco à vontade no território hostil, assustada com a ferocidade dos buldogues de araque, Lina reafirmou o que disse à Folha de S. Paulo. Reiterou que não recorda a data do encontro, mas ofereceu informações que permitiriam a qualquer investigador estagiário reunir provas materiais conclusivas. Seu nome foi anotado na garagem do Planalto. A caminho do gabinete de Dilma, passou por dois funcionários da Casa Civil. “Não sou invisível”, avisou.
Também o comportamento dos atacantes sem rumo evidenciou quem tem razão. Renan nem abriu o bico. Wellington Salgado fez uma pergunta e perdeu a voz. Almeida Lima esqueceu o script. Romero Jucá suspendeu o interrogatório no meio, avisou que o caso estava encerrado, declarou-se vitorioso e bateu em retirada. O pelotão avançado debandou ao perceber que fora encarregado de uma tarefa delirante retomada por Mercadante: deixar claro que Dilma nada fez de errado no encontro que ela garante não ter existido.
Se “durante o suposto encontro” Lina ouviu da ministra o que lhe pareceu uma irregularidade, insistiu o líder do PT, deveria ter denunciado o caso aos superiores. “Como a senhora não fez isso, cometeu crime de prevaricação”, subiu a voz o inquisidor tão dócil quando ouve ordens de Lula e tão valente ao ouvir a verdade de uma mulher só. Terminado o espetáculo da truculência, o Brasil constatou que o jovem senador de 2002 se transformou num velhaco.
Se, como alega Dilma, não houve nenhuma conversa, Lina só prevaricou na imaginação de Mercadante. Se houve, o que foi dito é muito menos relevante que a reincidência da candidata à Presidência. É o quarto assassinato comprovado da verdade em menos de três anos. Sugerir à chefe do Fisco que socorra o filho do senador em apuros é infração grave. Mentir compulsivamente é pecado capital.
“Uma ministra que faltou com a verdade precisa prestar esclarecimentos ao Senado”, colocou as coisas no rumo certo o senador Tasso Jereissati. Se insistir em recusar a acareação, Dilma estará endossando sem ressalvas as revelações constrangedoras. Diferentemente de Lina, ela está proibida de afirmar que a mentira não faz parte da sua biografia.
Fonte: Veja / Blog do Augusto Nunes
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