por Jorge Serrão
Com seu desgoverno no banco dos réus do mensalão, o chefão eterno Luiz Inácio certamente ficou muito PT da vida com o noticiário deste fim-começo de semana. Meteram o pau no filho dele — o que Lula não perdoa. A indiscrição de uma empresa de auditoria vazou para a mídia os prejuízos na Gamecorp — até outro dia cantada em prosa e verso como a próspera empresa de jogos eletrônicos do famoso filho Lulinha que o papai sempre definiu como um prodígio empresarial, um “Ronaldinho dos negócios”.
Papai saiu do poder, e o jogo virou? Que malvadeza. A Folha de S. Paulo revela os amargos números tabulados pela Peppe Associados: “Apesar do lucro de R$ 384 mil no ano passado, as perdas acumuladas da Gamecorp chegam a R$ 8,6 milhões. Além disso, há uma diferença de R$ 2,2 milhões entre a soma dos bens e dos valores que a empresa tem a receber e as obrigações que contraiu, o que pode configurar risco de insolvência”.
Tem mais, no mesmo jornal que já foi mais piedoso com os petistas: “A dívida de curto prazo, de até 12 meses, subiu de R$ 2,03 milhões, em 2010, para R$ 2,89 milhões no fim do ano passado. A de longo prazo, acima de um ano, saltou de R$ 3 milhões para R$ 3,3 milhões. O total dessas obrigações atinge R$ 6,1 milhões. A avaliação da empresa de Lulinha só foi possível porque hoje, como subsidiária da Oi, a Gamecorp adota critérios internacionais de contabilidade. A Oi não quis comentar os resultados”.
Pior que as notícias ruins sobre a Gamecorp é o julgamento do mensalão no STF. Lula foi poupado de sentar no banco dos réus por crimes que as investigações do Ministério Público Federal confirmam ter sido comandados por amigos íntimos e colaboradores próximos da ante sala presidencial. Mas o chefão e a petralhada ficaram tensos porque o ministro-inquisidor Joaquim Barbosa escolheu como primeiro alvo o deputado João Paulo Cunha — aquele que comandaria o nevrálgico esquema petista em Osasco, se conseguisse se eleger prefeito.
O inferno deve ficar ainda mais quente para os petralhas. O Procurador-Geral da República, Roberto Gurgel, enviou um memorial aos 11 ministros do STF reiterando que os depoimentos colhidos no processo do mensalão confirmam o envolvimento de José Dirceu no esquema. Gurgel pretende rebater os principais pontos levantados pela defesa dos réus no plenário. Do jeito que a coisa anda (ou desanda), deve conseguir...
Os negócios de Lula vão de mal a pior. Será que vai sobrar para ele? Eis a dúvida cruel.
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