por Maria Joseíta Silva Brilhante Ustra
Leonel Rocha, da Revista Época, começa sua matéria declarando que o general Heleno "tem o hábito de fazer declarações duras e, muitas vezes, contrárias às orientações do governo Por diversas vezes ele já criticou, por exemplo, a demarcação de terras indígenas em terras contínuas nas fronteiras, que considera arriscadas para a segurança nacional. Na terça-feira (30), Heleno voltou a fazer declarações polêmicas. (...) o oficial mandou um duro recado para a ala esquerda do governo".
A meu ver, como cidadã civil, entendo que um general tem o mesmo direito de se pronunciar que um ministro do STF, um senador ou outro cidadão brasileiro. Antes de ser militar, ele é um civil como outro qualquer.
No momento em que o governo clama pela criação da Comissão da Verdade, não entendemos porque as palavras do general Heleno possam ser consideradas polêmicas e duras. Ele está apenas externando o que pensa, o que sente, o que viveu, o que estudou...
E, não é isso que o governo se propõe com a criação da polêmica Comissão da Verdade? Não deseja esclarecer ao povo? Se realmente é isso, mostrar a verdade, é preciso dar voz e vez ao lado que lutou para manter a ordem no país. Dar voz para que digam porque foram lançados em uma guerra que não queriam.
Existe alguma dúvida de que as palavras do general Heleno estão certas?
Existe alguma dúvida de que os militantes da luta armada lutavam para que o Brasil seguisse o exemplo de Cuba, da Coréia do Norte, de Angola, da Albânia e da União Soviética?
Existe alguma dúvida de que a intenção deles era implantar uma ditadura marxista-leninista no Brasil?
O general mentiu quando disse que os revanchistas, muitos deles ex-terroristas e ex-guerrilheiros hoje ocupando altos postos da República, jamais defenderam ideais democráticos?
Foi errado relembrar que muitos que estão no poder militaram em organizações subversivo-terroristas?
Todos nós sabemos do passado de Dilma Rousseff, Franklin Martins, Paulo Vannuchi, Carlos Minc, Fernando Pimentel, Juca Ferreira e outros membros do governo. O repórter foi bastante generoso em não relembrar as organizações terroristas onde militaram e os atos criminosos que praticaram. Se os leitores fizerem buscas neste site poderão encontrar históricos bem mais completos do que os publicados na matéria da Revista Época, o que contribuirá para que a verdade venha a público.
Será que são as Forças Armadas que estão reagindo à criação da Comissão da Verdade? Ou eles, que preferem manter a falsa imagem de "heróis que sacrificaram a vida em defesa da democracia e da liberdade"?
Terá sido o general Heleno exagerado quando disse que; “Hoje, fora do contexto, é fácil falar sobre abusos na luta contra a subversão"?
Não foi correta sua pergunta "como deveriam ter agido as forças legais"?
Por acaso não é verdade que toda paz tem um preço?
Sua comparação da atual situação da Colômbia, com a situação que estaríamos vivendo hoje, se o governo não tivesse usado leis mais duras para coibir a escalada da subversão e do terrorismo, não é verdadeira?
Como estaríamos nós, com nossa imensidão territorial, às voltas com uma Força Armada Revolucionária Brasileira (FARB)?
Terá o general Heleno exagerado quando disse que a liberdade de hoje "é um legado daqueles que cumpriram sua missão e não fugiram ao dever, nem à luta”?
Será que o general não estava apenas demonstrando a opinião da grande maioria do povo brasileiro?
O general Heleno não estava certo quando disse que “Gostaria de aproveitar o momento e a data para reverenciar os companheiros que ajudaram a derrotar a luta armada"?
Não vemos em que o discurso do general Heleno demonstra resistência das Forças Armadas em relação à criação da Comissão da Verdade. Parece-nos que a resistência a que a verdade sobre o período venha a tona está mais evidente do lado dos ex-militantes e de parte da mídia que se nega a aceitar que a opinião de um cidadão seja expressada, livremente, como deveria ser em uma democracia.
Essas atitudes nos fazem desacreditar da verdadeira intenção do projeto do Sr Paulo Vannuchi. Sente-se no ar um cheiro de revanchismo. Esta comissão, como disse o general Maynard Santa Rosa, está mais para "Comissão da Calúnia".
E eu iria mais além: essa comissão tem cheiro de vingança, puro revanchismo.
Fonte: A Verdade Sufocada
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