por Glauco Fonseca
O Rio Grande do Sul pariu Mateus. No trabalho de parto de Mateus, muita gente lá estava prestigiando. Grandes grupos de comunicação se candidataram para serem os padrinhos. Decidiram, em comum acordo, que todos seriam. Mateus recebeu os cumprimentos de muita, mas muita gente. Sua gestação, prometendo, como sempre, muito mais fundos do que mundos, fora muitíssimo concorrida. Mateus, nascido e “empossado”, reivindica seu embalo.
Os grandes grupos de comunicação, historicamente e em vários pontos do mundo, são os grandes batráquios que ainda acreditam em tudo que os escorpiões lhes contam. Acham que, ajudando a parir Mateus, serão ou ajudados ou poupados ali adiante. Pobres coitados. O RS, que volta e meia dá a luz a um Mateus, não pode escapar de embalá-lo. Os grandes sapos midiáticos sempre se esquecem de que a única vacina contra escorpião é memória, a história, a verdade. Mateus, como um escorpião de colete salva-vidas, tem memória curtíssima. Só lembra que, lá pelas tantas, terá de picar um sapão.
O RS pariu Mateus. Então que o embale.
Fez sua escolha e agora tem de ir até o fim. Se Mateus prometeu o piso aos professores e não vai pagar, problema é de quem pariu Mateus. Se o rebento decidir que vai aumentar a contribuição do funcionalismo, cabe ao RS embalar Mateus ao som do Hino, mostrando valor, constância. Quando Mateus não cumpre a lei, ainda assim, temos todos que embalar Mateus. Até juízes, magistrados e ministros hão de embalar Mateus, mesmo que ele se torne um desobediente às leis.
Que o estado do Rio Grande do Sul embale, junto com uma enorme parte da mídia, o faminto e ávido Mateus. Os deputados da oposição já sabem disso e nem se importam mais em analisar projetos e sua constitucionalidade. Já entregaram seus pontos e também embalam em silêncio.
Eu faço minha parte e já nem ligo mais. Junto com os outros gaúchos, tenho de embalar, mesmo não tendo ido sequer ao berçário. Minha sina provisória, fazer o quê. Só acho divertido ver os que pariram Mateus tendo que embalá-lo com muito mais tristeza do que eu. E logo vem vindo uma Mateusinha para Porto Alegre. Que belezinha, cutchi, cutchi, cutchi.
Fonte: Blog do Prévidi
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