por Ernesto Caruso
Um acordo e a proposta do senador Inácio Arruda (PCdoB) retirando o nome atual sem definir o outro, permitiram a corrupção de valores.
Filinto Müller nasceu em Cuiabá capital do então Mato Grosso, um só coração com o Mato Grosso do Sul. Teve uma vida de dedicação ao Brasil, do governo Vargas até 1973 quando faleceu. Foi eleito quatro vezes senador pelo Mato Grosso (1947/55/62/70), líder do então PSD e do governo Kubitscheck (democrata por excelência) e Presidente daquela casa. Uma História, um currículo contra uma folha corrida.
Projeto semelhante foi apresentado por Sergio Cabral, apoiado na tribuna pelo petista Eduardo Suplicy e rejeitado em 2003 com o parecer do Sen Edison Lobão: “O autor da proposição ... naturalmente ignora a profunda estima e respeito que o saudoso Senador Filinto Müller angariou no Congresso Nacional. Nos inúmeros mandatos que exerceu como representante do então Estado de Mato Grosso, Filinto Müller conquistou a amizade e a admiração de Senadores e Deputados de todas as bancadas, inclusive das que se opunham ao seu partido. Exercendo uma liderança incontestada, presidiu o Senado com reconhecida correção, quer política quer administrativamente.”
Querem fazer uma faxina no passado de Prestes enlameando quem o combateu e impediu de fazer neste Brasil os mal afamados Muro de Berlin e “paredón” de Fidel. Usam de todos os meios, fazem filmes, seriados como “Olga” a demonstrar um lado romântico, “da paz” para comover, mas, na real, um passado manchado de sangue de inocentes. Vã tentativa de redenção.
J. Gorender, autor de Combate nas Trevas, retrata bem quem foi Prestes. O autor foi membro do PCB, do Comitê Central e fundador do Partido Comunista Brasileiro Revolucionário.
Na obra consta o assassinato de Elza Fernandes que era de família de operários, analfabeta e com 16 anos em 1934, quando se tornou companheira do secretário-geral Antônio Bonfim. Presos em 1936, Elza pouco depois foi libertada. Colocada sob suspeita de denunciar os demais comparsas, foi condenada por ser delatora e morta por estrangulamento em março de 1936.
Quem se opôs à condenação foi afastado do secretariado e Prestes “apoiou o julgamento sem reservas”. Morava com Olga e se comunicava com o secretariado nacional por cartas e bilhetes. Dava a entender que era um simples militante, contrariamente ao que demonstrava nos seus escritos onde revelava “uma atitude autoritária, de superioridade hierárquica”. Escreve que está convencido das faltas cometidas por Elza; contribui com perguntas para o interrogatório, aprovando a condenação. Diante da hesitação do secretariado, destaca Gorender, que Prestes em carta passa violenta descompostura, chamando os membros do secretariado de “vacilantes, medrosos, temerosos de suas responsabilidades” e cobra o cumprimento da execução. Faz um exame grafológico dos bilhetes de Miranda, de memória, concluindo: “Difícil imaginar maior leviandade. Sabendo que dele depende a vida de um ser humano, de uma companheira do Partido, faz análise grafológica de memória”. Acentua ainda que esta leviandade é bem característica do “mitológico herói”.
Tudo foi descoberto devido aos manuscritos de Prestes — cuja autenticidade foi reconhecida por Sobral Pinto — que foi condenado à pena de 30 anos de prisão. Olga não foi deportada por Filinto que era chefe de Polícia no governo Vargas, responsável pelo ato com aval do STF em 17/06/1936, bem antes do mundo saber da existência do extermínio nazista dos judeus. Olga era alemã, fugitiva, homiziada na Rússia, veio como guarda-costas de Prestes e morreu em 1942 no campo de concentração.
À consciência de cada um. Qual a melhor justiça? A dos ministros do STF aprovando a deportação de Olga? A do “tribunal” de Prestes/Olga condenando a jovem Elza à morte? A dos senadores da Comissão de Educação a julgar, hoje, Filinto Müller?
Filinto Müller nasceu em Cuiabá capital do então Mato Grosso, um só coração com o Mato Grosso do Sul. Teve uma vida de dedicação ao Brasil, do governo Vargas até 1973 quando faleceu. Foi eleito quatro vezes senador pelo Mato Grosso (1947/55/62/70), líder do então PSD e do governo Kubitscheck (democrata por excelência) e Presidente daquela casa. Uma História, um currículo contra uma folha corrida.
Projeto semelhante foi apresentado por Sergio Cabral, apoiado na tribuna pelo petista Eduardo Suplicy e rejeitado em 2003 com o parecer do Sen Edison Lobão: “O autor da proposição ... naturalmente ignora a profunda estima e respeito que o saudoso Senador Filinto Müller angariou no Congresso Nacional. Nos inúmeros mandatos que exerceu como representante do então Estado de Mato Grosso, Filinto Müller conquistou a amizade e a admiração de Senadores e Deputados de todas as bancadas, inclusive das que se opunham ao seu partido. Exercendo uma liderança incontestada, presidiu o Senado com reconhecida correção, quer política quer administrativamente.”
Querem fazer uma faxina no passado de Prestes enlameando quem o combateu e impediu de fazer neste Brasil os mal afamados Muro de Berlin e “paredón” de Fidel. Usam de todos os meios, fazem filmes, seriados como “Olga” a demonstrar um lado romântico, “da paz” para comover, mas, na real, um passado manchado de sangue de inocentes. Vã tentativa de redenção.
J. Gorender, autor de Combate nas Trevas, retrata bem quem foi Prestes. O autor foi membro do PCB, do Comitê Central e fundador do Partido Comunista Brasileiro Revolucionário.
Na obra consta o assassinato de Elza Fernandes que era de família de operários, analfabeta e com 16 anos em 1934, quando se tornou companheira do secretário-geral Antônio Bonfim. Presos em 1936, Elza pouco depois foi libertada. Colocada sob suspeita de denunciar os demais comparsas, foi condenada por ser delatora e morta por estrangulamento em março de 1936.
Quem se opôs à condenação foi afastado do secretariado e Prestes “apoiou o julgamento sem reservas”. Morava com Olga e se comunicava com o secretariado nacional por cartas e bilhetes. Dava a entender que era um simples militante, contrariamente ao que demonstrava nos seus escritos onde revelava “uma atitude autoritária, de superioridade hierárquica”. Escreve que está convencido das faltas cometidas por Elza; contribui com perguntas para o interrogatório, aprovando a condenação. Diante da hesitação do secretariado, destaca Gorender, que Prestes em carta passa violenta descompostura, chamando os membros do secretariado de “vacilantes, medrosos, temerosos de suas responsabilidades” e cobra o cumprimento da execução. Faz um exame grafológico dos bilhetes de Miranda, de memória, concluindo: “Difícil imaginar maior leviandade. Sabendo que dele depende a vida de um ser humano, de uma companheira do Partido, faz análise grafológica de memória”. Acentua ainda que esta leviandade é bem característica do “mitológico herói”.
Tudo foi descoberto devido aos manuscritos de Prestes — cuja autenticidade foi reconhecida por Sobral Pinto — que foi condenado à pena de 30 anos de prisão. Olga não foi deportada por Filinto que era chefe de Polícia no governo Vargas, responsável pelo ato com aval do STF em 17/06/1936, bem antes do mundo saber da existência do extermínio nazista dos judeus. Olga era alemã, fugitiva, homiziada na Rússia, veio como guarda-costas de Prestes e morreu em 1942 no campo de concentração.
À consciência de cada um. Qual a melhor justiça? A dos ministros do STF aprovando a deportação de Olga? A do “tribunal” de Prestes/Olga condenando a jovem Elza à morte? A dos senadores da Comissão de Educação a julgar, hoje, Filinto Müller?
Ernesto Caruso é Coronel Ref do EB.
Fonte: Alerta Total
COMENTO: quem se der ao trabalho de buscar a história de vida do sujeito citado no texto, verificará que desde sua prisão no governo de Getúlio Vargas, ele passou a cometer "equívocos" que terminavam por comprometer seus parceiros de aventuras. Dizem que era possuidor de inteligência acima da média. Sua história contém diversos fatos obscuros. Um deles foi o recebimento de 800 contos (milhões) de réis de Getúlio Vargas para apoiar a Revolução de 1930. Ele ficou com o dinheiro mas não apoiou Vargas. Antes disso, de 1924 a 1926 teve papel secundário em uma tentativa revolucionária posteriormente batizada como "Coluna Prestes" por seus simpatizantes. Sua subordinação é comprovada.
Posteriormente, em 1934, recém chegado da extinta URSS foi aclamado presidente da comunista ANL (Aliança Nacional Libertadora). Em meados de 1935 divulgou um manifesto provocando Vargas, que tornou a ANL ilegal. Isso teria motivado a covarde Intentona Comunista de 27 Nov 35, deflagrada por ordem direta de Prestes, que teria feito 'uma avaliação equivocada sobre o apoio popular à revolução', apesar dos avisos de companheiros de partido. A violenta repressão feita pela polícia de Vargas desmantelou a ANL e o PCB de então. Prestes foi preso por nove anos, mas não há notícia de que tenha sofrido maus tratos como os que foram provocados em seus companheiros comunistas, inclusive sua mulher, Olga Benário, entregue ao governo nazista da Alemanha, onde foi executada. Com o fim do Estado Novo em 1945, anistiado e solto, elege-se Senador. O radicalismo das ações dos comunistas faz com que, em 1947, o partido volte a ser proscrito e Prestes retorne à clandestinidade até 1958, quando a ordem de sua prisão foi revogada. Com a Contra Revolução de 1964, com os direitos políticos cassados e procurado para prisão, retorna à clandestinidade. Equivocadamente, também, permitiu que fossem apreendidas várias agendas onde constavam os dados necessários para incriminar as demais lideranças comunistas. Em 1971, foge de novo para a URSS de onde retorna em 1979 por ocasião da anistia decretada pelo governo. Apoiou a criação do PDT por Leonel Brizola e, em 1989, as candidaturas deste ao governo do RJ e de Lula à Presidência da República. Morreu em março de 1990.
Parece um resumo biográfico de um herói? A mim parece a vida de um sujeito que soube tirar proveito da ideologia para "se dar bem"! Conhecendo os bois com que lavro, como dizia Janer Cristaldo, essa trajetória me parece a de um eficiente "agente duplo". Sempre "nas bocas", punido, mas não muito, perseguido, mas sempre sobrevivendo quando seus companheiros de empreitada eram presos ou mortos. Muito suspeito. Se eu fosse pesquisador, me pareceria um bom assunto.
Prestes pede orientação ao "Sr General Miguel Costa" |
Parece um resumo biográfico de um herói? A mim parece a vida de um sujeito que soube tirar proveito da ideologia para "se dar bem"! Conhecendo os bois com que lavro, como dizia Janer Cristaldo, essa trajetória me parece a de um eficiente "agente duplo". Sempre "nas bocas", punido, mas não muito, perseguido, mas sempre sobrevivendo quando seus companheiros de empreitada eram presos ou mortos. Muito suspeito. Se eu fosse pesquisador, me pareceria um bom assunto.
Um comentário:
Amigo acalme-se não fique tão ultrajado. O nome de Filinto jamais deveria estar ligado a esse Cãogresso aí.
Cada um escolhe seu modelo e nada melhor ou que "preste" para representar esses políticos aí que Prestes.
Uma vez bandido sempre bandido. Estão bem representados.
Postar um comentário