sábado, 19 de maio de 2012

Quando Ninguém é de Ninguém...

por Jorge Serrão
Se o Brasil fosse um País sério, o Rio de Janeiro teria de sofrer uma intervenção Federal. Mas como pensar em tal hipótese? Como fazer o Governo do Crime Organizado se matar por si próprio? A pergunta nem é necessária. Na prática, o desgoverno petralha consegue cometer facilmente, um “harakiri” político. E o culpado do suicídio ou “autoassassinato” foi o ex-Presidente Doutor Chefão Luiz Inácio Lula da Silva. Foi ele quem criou e agora faz de tudo para acabar, custe o que custar, com a CPI do Cachoeira.
Foi o companheiro $talinácio quem mandou blindar seu amigão e parceirão Serginho Cabral de qualquer maldade que pudesse ser produzida pela Comissão Paralamentar da Impunidade do Cachoeira – que tem tudo para acabar em uma escatológica pizza. Pela vontade suprema de Lula, nada de politicamente ruim pode acontecer com o Governador do Rio de Janeiro. Do contrário, algum problema mais sério poderia respingar nele mesmo, o “guerreiro do povo brasileiro”.
O Alerta Total já tinha revelado, com exclusividade, na edição de 7 de maio, por que Lula tinha interesse pessoal na blindagem de Cabral. O Doutor Chefão temia que o amigo fosse obrigado a explicar na CPI, além de sua ligação umbilical com a empreiteira Delta, por que as obras do plano inclinado do complexo do Alemão custaram tão caro e tiveram tantos termos aditivos ao contrato inicial, superfaturando a previsão inicial de gastos. Oficialmente, a obra no Alemão custaria estratosféricos R$ 210 milhões. Mas o valor pode ter sido aditivado para R$ 253 milhões. Fofoqueiros do Detrito Federal confidenciam que gente muito próxima a Lula teria se beneficiado do negócio.
Cabral já está enrolado com seus constantes passeios franceses. A viagem do governador e de sua comitiva a Paris, em setembro de 2009, quando foram flagrados em fotos ao lado do empresário Fernando Cavendish, custou aos cofres do estado pelo menos R$ 77,7 mil apenas em diárias. O valor não inclui despesas com passagens aéreas, apenas hospedagem e alimentação. Foi nessa mesma viagem que os secretários Sérgio Côrtes (Saúde) e Wilson Carlos (Governo) foram fotografados dançando com guardanapos na cabeça, numa comemoração com Cavendish e o secretário municipal de Urbanismo, Sérgio Dias.
Por isso foi patética, porém autoexplicativa, a imagem agora flagrada pelas câmeras do SBT provando que existe um mega esquema petralha para proteger Cabralzinho. As singelas e mal escritas palavras escritas pelo ex-líder do governo na Câmara, deputado Cândido Vaccarezza (PT-SP), trocando mensagens de celular com Cabralzinho, revelam como se pratica a impunidade no Brasil: "A relação com o PMDB vai azedar na CPI, mas não se preocupe, você é nosso e nós somos teu"(sic).
No picadeiro da CPI, Vaccarezza estava sintomaticamente sentadinho entre os deputados fluminenses Leonardo Picciani (PMDB) e Filipe Pereira (PSC) - principais aliados de Cabral. A grande missão de ontem (17/5) foi garantir que a quebra de sigilo fiscal, bancário e telefônico da construtora Delta ficasse restrita às subsidiárias dela em Goiás, Distrito Federal, Tocantins, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul. O objetivo era não permitir a quebra do sigilo de informações na matriz da empreiteira, no Rio de Janeiro, onde poderiam ser revelados os frutos abundantes (ou desbundantes) da amizade fraterna entre Cabral, o ex-presidente da Delta (Fernando Cavendish) e, quem sabe, o parceirão Luiz Inácio Lula da Silva.
Vaccarezza não foi para o brejo. Salvou o Boi. E, tudo indica, também a boiada. Por isso, sua sincera mensagem de SMS, exibida como belo furo de reportagem no Jornal do SBT, consegue ser autoexplicativa: “Você é nosso e nós somos teu (sic)”. Se Cabral é do PT e o PT é de Cabral, a conclusão óbvia ululante, racional, é: “Ninguém é de ninguém”. E o Brasil, a quem pertence? Claro: ao Mafioso Governo do Crime Organizado.
Quando ninguém é de ninguém, e País de bêbado não tem dono, é hora de se preparar para o pior, pois o momento de uma ruptura institucional se aproxima na velocidade das trevas.
Ainda bem que Nelson Jobim está sendo preparado para nos salvar na hora em que a turma do Boi for pra o brejo...
O outro lado
O deputado Cândido Vaccarezza divulgou uma nota para esclarecer aquilo que a TV mostrou:
Gostaria de enfatizar que não haverá “blindagens” nos trabalhos da CPMI. Qualquer um que tiver relação com a organização criminosa de Carlos Cachoeira será investigado. Por outro lado, não vamos compactuar com a espetacularização ou com o esvaziamento da investigação. O texto da mensagem captado ontem pela TV refletiu minha preocupação pessoal com tensionamentos pontuais entre o PT e o PMDB. Meu objetivo era deixar claro ao governador Sérgio Cabral que, apesar das discordâncias pontuais, a boa relação entre nossos partidos deve ser mantida. Gostaria de enfatizar ainda que o governador Sérgio Cabral (PMDB) não foi citado em nenhuma gravação dos inquéritos, conforme atestado nos depoimentos dos delegados da Polícia Federal à comissão. Logo, não tem sentido falar em uma suposta “blindagem”. A situação é diferente no caso do governador Marconi Perillo (PSDB), contra quem pesam suspeitas fortes de que havia uma cota de funcionários do seu governo indicados pela organização criminosa, principalmente na Polícia Civil e no Detran-GO.
Traduzindo: os petistas ainda nos farão crer que Papai Noel existe, mas, embora se vista de vermelho, não é filiado ao PT por ser um agente da marketagem capitalista.
Fonte:  Alerta Total
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