por Adriana Vandoni
Sabe a Ana Jatobá, a madrasta? Hoje estou me sentindo a própria. O deputado Estadual de Mato Grosso José Geraldo Riva do PP, aquele que coleciona vitórias eleitorais com a mesma destreza que coleciona ações civis e penais, sobre as quais eu não posso comentar por ordem do excelentíssimo juiz titular da Vara Agrária (sic), Pedro Sakamoto, que decidiu Censurar o blog a pedido de Riva, pede em ação criminal, que eu fique presa por 6 anos e 6 meses. Sou muito perigosa, mas sou menos que o jornalista Enock Cavalcanti cuja pena pedida é de 11 anos e seis meses. E muito menos perigosa que o jornalista Fábio Pannunzio, que vai pegar, se depender de Riva, 15 anos.Diferente da Ana Jatobá que matou uma criança e do deputado que é acusado pelos Ministérios Públicos Estadual e Federal, e pela Polícia Federal de desviar dinheiro público, nosso crime foi escrever sobre os feitos do deputado que, modesto como ele só, não gosta que as pessoas saibam o que ele faz de tão bom que lhe rendeu esta enriquecedora carreira política.
A princípio me senti inferiorizada por ter pego pena menor, depois entendi as razões de Riva. Ele foi generoso comigo porque de certo se lembrou que eu tenho mais uns 11 anos pedidos por Pagot. Penas que cumprirei integralmente, pois não terei bom comportamento na cadeia, pelo contrário, farei a maior arruaça.
Será que se eu pedir um conselho, Riva me dá? Quero fazer a conexão dos dois processos. E sei que ele deve ter um advogado que poderá me ajudar. Meu caso há de ser mais simples, pois enquanto quero juntar dois em um, ele tenta há anos conectar os seus 118.
Riva mexe com meus instintos mais empreendedores, afinal, a cadeia pode me tirar o direito de ir e vir, mas jamais de falar e escrever, pelo contrário, o tempo livre me permitirá escrever “Memórias do Cárcere ‘by’ Adriana Vandoni”, uma releitura de Graciliano Ramos (o “by” é para dar um ar mais chique). Além do Best seller, pretendo também retomar o antigo projeto de lançar o blog “Na Cela com Adriana”, que na versão by Riva, será “Éramos três”.
São tantos projetos e idéias a serem postos em prática durante o meu cárcere, que aos poucos vou divulgando aqui, como divulgarei também a íntegra da ação, tão logo tenha em mãos.
Como pode ver Riva, por mais que você queira marcar minha vida, tenho que dizê-lo que Pagot foi o primeiro. Mas esperarei por você lá.
Fonte: Prosa e Politica,
citado por Claudio Humberto.
citado por Claudio Humberto.
COMENTO: efetivamente os canalhas encastelados na política brasileira não se envergonham de mal utilizar os recursos legais — que deveriam servir para defenestrá-los da vida pública — visando calar os que não concordam com suas patifarias. Infelizmente, algumas vezes encontram guarida no poder judiciário. Às vezes em função das brechas legais criadas propositalmente para favorecer os imorais em detrimento da verdadeira justiça. Esperamos que não seja o caso de mais esse processo movido contra a jornalista Adriana Vandoni.
Um comentário:
ADRIANA, SE PRECISAR DE AJUDA NO "MEMÓRIAS DO CÁRCERE - II, A REVANCHE" CONTE COMIGO. DO JEITO QUE ELES APARELHARAM O ESTADO - NEM CARTILHA DE PRÉ ESCOLA ESCAPOU (não é figura de linguagem, não!! Veja o CNC e o PNDH-3) MEUS DIAS ESTÃO CONTADOS TAMBÉM.
COMO É BOM SER ODIADA PELO PETÊ....VALENDO-ME DA PÁSCOA RECÉM FINDA - "diga-me com quem andas..." E VOCÊ NÃO ANDA COM PETRALHAS. NEM EU.
VIVA A NÓS.
BJS
LUIZA FRAGA,
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