por Jorge Serrão
Até quando agüentaremos viver na escatológica República de Mamar? Eis a questão difícil de ser respondida por brasileiros. Afinal, nos acostumamos, ao longo da história tupiniquim, a sobreviver em um lugar onde é mau costume mamar nas tetas de um Estado — autoritário e que explora seus recursos naturais, financeiros e humanos até o esgotamento. Não é à toa que esgoto tem tudo a ver com Detrito Federal.O espaço público parece dominado pela merda. Em seu Estado puro. Por isso não cabem críticas ao popular chefão, apenas porque ele falou merda em um recente discurso de governo. $talinácio vive em permanente campanha eleitoreira para se dar bem. Falar ou fazer merda pouco importa para um sindicalista de resultados. O que interessa é o resultado favorável aos esquemas armados. Se a merda feder além da conta, aperta-se o botão da descarga. Lula é nosso general Cambronne — o que fala merda e depois jura que não falou.
Pelo menos Lula foi sincero ao constatar que o povo brasileiro vive na merda. Mas merda brasileira é muito maior do que parece. A maioria se acostumou ao fedor institucional. Eis porque, sempre que pode, o brasileiro tira proveito da sujeira reinante. A maioria aceita se misturar à merda que nos governa historicamente, para mamar nas tetas do Estado escatológico. Há quase 510 anos nos acostumamos com os desarranjos de uma colônia de exploração. Povo cagado; nação infeliz.
Voltemos aos problemas centrais da República da Mamar. Favor não confundir com a famosa República de Weimar (alemã, dos anos 30, antecessora do III Reich). As duas são apenas muito parecidas. A nossa tem um líder carismático e que se delicia com o poder. Cheio de cacoetes autoritários, ele tira bom proveito de um Estado tecnicamente totalitário, infectado por podres poderes. Resultado natural da escatologia política, econômica e social do Brasil. O Executivo engole os outros poderes. E a máquina de propaganda vende a ideia de que tudo está bem, no melhor dos mundos. Heil, Lula Vargas da Silva! Eis o Nazipetismo (Nacional Socialismo Petralha) que ajuda a engordar os ratos de esgoto.
Na República de Weimar, o líder em ascensão engoliu o parlamento. Tacou até fogo nele! Na República de Mamar, o líder descobriu que é mais fácil e lucrativo cooptar o Legislativo. Tocar fogo pra quê, se os eleitos preferem se purificar nas chamas dos mensalões ou outros clientelismos menos votados? E o chefão daqui ainda conta com a ajuda “constitucional” para reinar através de medidas provisórias. Eis o despotismo legitimado.
Na República de Weimar, o Judiciário também foi conivente com o poder em ascensão. Na República de Mamar, onde a injustiça reina historicamente, o Judiciário vai pelo mesmo caminho. A Segurança do Direito Natural (pressuposto da Democracia que nunca existiu por aqui) nunca esteve tão ameaçada. Decisões do Judiciário atentam contra a elementar liberdade de expressão — garantida na Constituição. Foi apenas uma constatação de que algo vai muito mal a recente decisão do Supremo Tribunal Federal de não interromper a censura imposta judicialmente ao jornal Estado de S. Paulo, em favor do clã Sarney.
Aliás, Sarney e outras famílias (bem ou mal votadas) são símbolos muito vivos da nossa República de Mamar. Em um Estado escatológico como o nosso, uma merda supera a outra. Eis por que os recentes escândalos de Sarney (aliado chave do nazipetismo) já caíram no esquecimento. Agora só se fala em outro José: o Arruda! E a planta de cheiro forte virou o símbolo único da corrupção. A mídia colabora para a criação pública da imagem de que só existe o Arruda de errado no Grande Detrito Federal do Brasil. Ilusão Justa e Perfeita! Em ambas as colunas da descarga do vaso sanitário!
No meio de tanta merda, escondem-se os dois maiores dos roubos praticado pelo Estado escatológico: o da usura e o dos impostos. O Bolcheviquepropagandaminister do nazipetismo nos vende a imagem de progresso econômico. O Brasil reinventou o capimunismo. O Estado descobriu como esbanjar cada vez mais recursos. Bastou formar uma sociedade (joint venture) com os banqueiros que faturam cada vez mais.
Releia os artigos: O Triunfo da Vontade de Stalinácio e seus banqueiros e Tudo que eu queria era saber por quê...
O mecanismo é cínico e perverso no primeiro grande roubo. O Estado, através do Banco Central, mantém os juros altos. Os bancos cumprem dupla missão no acordo. Ajudam a rolar a dívida pública impagável, segurando a onda dos títulos podres do governo. Em troca, têm permissão para emprestar dinheiro para a sociedade, a juros elevadíssimos e sob taxas abusivas. O crédito viabiliza o consumo que ajuda a inflar a popularidade do Chefão. Até o dia em que a casa cair. Se é que vai cair. ... Mas a chance de desabar é grande. ... Os diamantes são eternos. As bolhas econômicas, nem sempre. ...
O segundo grande roubo nem é sentido pelos pobres que consomem e sustentam a popularidade do Chefão. É o roubo promovido pelos impostos. Os números da injustiça são oficiais — tabulados pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea). Em 2008, quem ganhava até dois salários mínimos (classe média baixa) sentiu no bolso uma carga tributária de 53,9%. No mesmo ano de 2008, quem ganhava mais de 30 salários mínimos (em geral políticos, magistrados ou grandes executivos) sentiu uma carga de impostos de apenas 29%. Mais escatologia que isto, impossível.
Eis as merdas produzidas ou mantidas pelo Nacional Socialismo Petralha na República de Mamar. Precisamos mandá-las para o vaso sanitário da História. Tais sujeiras institucionais e sistêmicas (autoritarismo, corrupção, usura e impostura) ficam bem escondidas da maioria do eleitorado. São quatro temas que precisam ser explorados devidamente pela oposição (se é que ela existe realmente) na campanha eleitoral que se avizinha.
Quem se habilita a comprar a briga contra tanta merda?
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