por Heródoto Barbeiro
A bancada da bala está ativa na Câmara dos Deputados.
Ela se aproveita da onda de insegurança em São Paulo e Florianópolis para exercer o lobby em favor da indústria armamentista brasileira. Eles querem derrubar o Estatuto do Desarmamento em vigor e liberar a compra e o porte de armas.
Vendem a falsa ilusão que se as pessoas estiverem armadas vão poder enfrentar os bandidos que agem nas ruas, ou que invadem casas. A bancada da bala quer que o porte de arma seja vitalício e aumenta de seis para nove o número de armas que uma pessoa pode possuir legalmente.
Se o estatuto cair, mais armas vão parar nas mãos dos bandidos, mais mortes no trânsito uma vez que motoristas vão dirigir armados e mais crianças vão morrer quando pegam revólveres dos pais para brincar.
Este é um cenário que no Congresso não tem mais representante de propostas, têm lobistas a serviços deste ou daquele interesse.
O Movimento Viva Brasil, que esteve recentemente no Jornal da Record News, estava lá defendendo a liberação.
Fonte: Blog do Barbeiro
COMENTO: Não me parece que a denominada "bancada da bala" esteja se aproveitando da onda de insegurança que aflige não só São Paulo e Florianópolis, mas praticamente todo o país. É só verificar o que anda ocorrendo na Bahia, Espírito Santo, Rio de Janeiro, DF [locais estranhamente poupados pela mídia — Será que as verbas governamentais de "comunicação social", cujos valores são vedados ao conhecimento dos "contribários" (contribuintes otários) teriam algo a ver com isso?]. Na realidade, os parlamentares que se opõem ao tal Estatuto do Desarmamento atendem ao clamor da grande maioria dos eleitores que, acreditando no processo legal-democrático decidiram em um plebiscito pela não proibição do comércio de armas no país. Vencemos — eu votei contra essa falácia de que as armas legais são responsáveis pela violência — mas não levamos. O governo, imoral e desonestamente não aceitou a derrota na votação e, efetivamente não proibiu o comércio, mas na prática quase inviabiliza a aquisição das mesmas com taxas e empecilhos burocráticos que beiram a imbecilidade. É óbvio que quem adquire uma arma deve ser apto ao seu uso e, principalmente, ser considerado cidadão idôneo. Por isso, a restrição na quantidade de munição a ser adquirida é um óbice à aptidão do cidadão correto que possui uma arma. Os altos impostos aliados à ganância dos comerciantes fazem com que a compra de munição se torne proibitiva. A "renovação" periódica do registro de armas, com a repetição do ritual burocrático e tarifário, é outra atitude governamental que agride os mínimos direitos civis, particularmente no aspecto financeiro. Por outro lado, é falso o argumento de que mais mortes ocorrerão no trânsito e nas casas por explosões de ira e descuido, respectivamente. A ira se manifesta de diversas formas e agressões podem ocorrer — e ocorrem — com "correntes de segurança", armas brancas, paus, ferramentas, etc. E descuidos acontecem mesmo com os mais pacíficos desarmamentistas — é só verificar as crianças infelizmente esquecidas em automóveis, que morrem em poços e piscinas, atingidas por choques elétricos, vasilhas com líquidos derramadas de fogões, atacadas por cães, e por aí vai.
É a minha opinião e aceito que posso estar errado, mas para me convencerem disso é necessária a apresentação de argumentos coerentes. Achismos por achismo, fico com o meu! Por fim, não me pareceu bom jornalismo o profissional citar a presença de representante do tal Movimento Viva Brasil em seu programa televisivo sem citar, mesmo resumidamente, os argumentos do entrevistado.
A propósito: não sou filiado a nenhum "movimento", partido político ou entidade armamentista. Sou somente um cidadão que quer ter a oportunidade de defender sua vida e a de seus familiares em caso de necessidade, já que o Estado que me extorque cotidianamente não me garante esse direito — à vida.
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