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Trabalhos de Inteligência preparando a "Operação Faraó", que terminou com 33 guerrilheiros mortos iniciou em dezembro.
Trabalhos de Inteligência preparando a "Operação Faraó", que terminou com 33 guerrilheiros mortos iniciou em dezembro.
Uma ação de infiltração na qual participaram várias pessoas e um trabalho de Inteligência de dois meses levaram as Forças Armadas e a Polícia colombianas ao golpe mais contundente contra as FARC em Arauca (departamento ao norte da Colômbia, fronteiriço com a Venezuela), em que morreram 33 narcoguerrilheiros e outros dois foram capturados, sendo um destes o subcomandante da Frente 10 da narco-quadrilha. (Leia mais detalhes sobre essa operação)
Por volta de uma hora da madrugada de quarta feira (21/3) foi desencadeada a "Operação Faraó", que é o primeiro resultado do "Plano Espada de Honra", a nova estratégia contra a guerrilha - planejada pelo Ministro Juan Carlos Pinzón - que consiste no emprego de grupos especializados das Forças Armadas em objetivos militares bem definidos. Assim, antes os objetivos eram os membros do secretariado das FARC, agora são os chefes de nível médio, com importância estrutural para o grupo criminoso.
A operação, segundo os líderes militares, não se deu em resposta ao ataque das FARC ocorrido no fim de semana passado em Arauca, quando morreram 11 militares, mas já estava previamente planejada.
A Frente 10 das FARC havia sido restruturada há um ano, quando o narcoguerrilheiro conhecido como "Efrén", da confiança de "Mono Jojoy", assumiu o comando substituindo "Grannobles", irmão de "Jojoy", acusado de arbitrariedades contra a população civil e aos próprios guerrilheiros.
Em dezembro passado, informes dos infiltrados começaram a identificar as linhas de abastecimento do grupo, comandado por Juan Vicente Carvajal, vulgo "Misael", ferido e preso no dia 21.
Na continuação, os trabalhos de Inteligência se voltaram para a localização exata do acampamento golpeado e as rotinas dos guerrilheiros. Esses trabalhos foram realizados, de forma coordenada, pelo Exército e pela Polícia.
Os desmandos de "Misael" também contribuíram. Nos últimos meses havia se dedicado a intimidar a população civil com exigências de dinheiro. O golpe final iniciou na noite de terça-feira.
O acampamento foi localizado em Águas Claras, município de ARAUQUITA (Arauca). À uma da madrugada, os Super Tucanos da Força Aérea (FAC), com apoio de helicópteros Arpía, bombardearam o lugar.
Cinco minutos depois ocorreu o desembarque das tropas especiais da Brigada Móvel nº 5. "Foi uma operação de precisão cirúrgica, que mostra o treinamento e a capacidade dos pilotos da Força Aérea e das tropas de superfície, que tomaram o lugar de maneira rápida", assinalou o General Tito Saúl Pinilla, Comandante da FAC.
Segundo as fontes militares, logo após o desembarque e de uma inspeção visual, os soldados contabilizaram, além dos 32 guerrilheiros mortos, quatro lança-granadas, três morteiros, uma metralhadora, dois computadores e 31 fuzis. "Também achamos uma motocicleta bomba pronta para ser detonada, seguramente em alguma população próxima", disse o General Pinilla.
Posteriormente, em Nota à Imprensa, foi informado que o material apreendido durante a operação corresponde a 35 fuzis, seis pistolas, cerca de oito mil cartuchos, 41 granadas de morteiro de 40 mm, 21 granadas de morteiro de 60 mm, 250 estopins elétricos, 18 minas tipo ‘tatuco’, um lança-foguetes antitanque, um morteiro tipo comando, uma submetralhadora, um lança-granadas, uma carabina, uma granada de mão e 500 metros de estopim. Além de 31 coletes, 32 equipamentos falsificados, dois computadoras e dois radio scanner.
A Força Tarefa "Quirom", encarregada da operação, foi ativada pelo Presidente Juan Manuel Santos em dezembro passado e teve como primeiro objetivo reorganizar as unidades militares.
Segundo o Comandante do Exército, General Sergio Mantilla, esta operação desestabiliza estrategicamente a estrutura mais poderosa do Bloco ABC (Arauca, Boyacá, Casanare) das FARC. As estruturas de Arauca haviam sido quase impenetráveis desde os anos 90, quando deslocaram o ELN e tiraram a hegemonia da Frente Domingo Laín dessa guerrilha.
Os capturados
- Juan Vicente Carvajal Isidro, vulgo "Misael"
Este homem, segundo em mando da Frente 10 das FARC - que no sábado passado (17/3) matou 11 soldados em um ataque - controlava as extorsões a empresas petroleiras em Arauca e a comerciantes em ambos lados da linha fronteiriça com a Venezuela. Tem 42 anos e levava 24 nas FARC. É requerido para extradição aos Estados Unidos. Na Colômbia enfrenta um processo por rebelião, terrorismo, concerto para delinquir, porte ilegal de armas e narcotráfico.
- Miguel Pérez Ramírez, vulgo "Indio Gonzalo"
Era o encarregado da cobrança de extorsões contra comerciantes e transportadores da zona de Arauquita e era o chefe de milicias das FARC nessa zona do país. Segundo o Exército, o 'Indio Gonzalo' está há 21 anos nas FARC. A Polícia informou que este guerrilheiro participou nos ataques a Miraflores, El Billar e Puerto Rico.
As outras frentes da zona
Com o golpe recebido pela Frente 10 das FARC en Arauca, a guerrilha foi reduzida no departamento, porém não tanto para considerá-la acabada. Segundo o General Ernesto Maldonado Guarnizo, Comandante da Oitava Divisão de Exército, da Frente 10 restariam uns 130 insurgentes.
Da Frente 45, que também opera en Arauca, restariam 25, e das Frentes 38 e 28, que delinquem em departamentos vizinhos e eventualmente ingressam na região, há 14 e 20, respectivamente.
A Frente 10 se move entre Arauquita, Fortul, Tame e Arauca. A Frente 45, sob o comando de 'Antonio Pescador', tem sua jurisdição no município de Tame. As Frentes 28 e 38, comandadas respectivamente por 'Alberto Guevara' e 'Guillermo Duarte Piragua', tem influencia em Tame.
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