por Lício Maciel
- "Saí correndo. Meu revólver caiu e voltei para pegá-lo. Sônia ficou e trocou tiros com eles. Não consegui dar um tiro. Sentia vento de bala passando do meu lado. Pensei que estava varado. Foram 45 minutos de tiros" - revelou José Wilson Brito, o Ilsinho, que não viu "Sônia" ser morta pelos militares.
Depois de quase ter morrido nessa ocasião, Wilson decidiu ir embora, mas diz que não conseguiu ser liberado pelos guerrilheiros. Numa última tentativa, revelou que planejava matar o comandante do "Destacamento A", André Grabois, o "Zé Carlos". Foi liberado e acompanhado até certo ponto da mata, quando teve de devolver seu revólver a Grabois.
"Fiquei com medo de me matarem."
Wilson vai entrar com pedido de indenização na Comissão de Anistia. Ele afirma que o tempo que passou com os militares também não foi fácil.
Outro "desaparecido" que vai ser indenizado foi "descoberto" pelo Exército, é o ex-guerrilheiro e ex-lavrador Josias Gonçalves de Sousa. Conhecido por Jonas, 68 anos, revelou dois segredos que guardava havia 35 anos: sua atuação na guerrilha e o fato que foi ele quem enterrou o mais famoso guerrilheiro do PCdoB no Araguaia, Osvaldo Orlando da Costa, o Osvaldão.
E muitos outros "desaparecidos" irão ressurgir sucessivamente.
O ministro, senador quatro vezes, ex-governador Coronel Jarbas Passarinho, em entrevista a um jornal jogou luzes num dos maiores mistérios envolvendo comunistas e militares.
Ele revelou detalhes que reforçam a suspeita de que ainda estão vivos alguns guerrilheiros do Araguaia, que hoje, mais de 34 anos passados do fim do conflito, frequentam todas as listas de desaparecidos políticos.
"Recebi, em 1973, um pedido do Bandeira (general Antônio Bandeira, ex-comandante do Comando Militar do Planalto, já falecido) para dar emprego a cinco guerrilheiros arrependidos - lembra Passarinho. Eram todos jovens e foram empregados no Setor de Comunicação do Ministério da Educação e Cultura quando eu era o titular da pasta. O assunto foi tratado à época como segredo militar, para proteger a decisão de Bandeira e, ao mesmo tempo, garantir a privacidade dos ex-guerrilheiros."
A possibilidade de ex-guerrilheiros estarem vivos alimenta boa parte dos pesquisadores que se dedicam às investigações sobre o período da luta armada. O mistério encontra respaldo na falta de informações sobre o paradeiro dos "desaparecidos", muitos deles ativistas recrutados pelo PCdoB que desapareceram na Guerrilha do Araguaia.
Passarinho tem três certezas sobre o pedido de Bandeira: eram cinco homens, estavam arrependidos e tinham sido presos no Araguaia. "Lembro que o Bandeira estava convencido de que os jovens haviam se arrependido mesmo e que queriam, sinceramente, mudar de vida" - relata o ex-ministro.
O episódio teria ocorrido em 1973 e Passarinho diz que nunca soube os nomes dos tais guerrilheiros. Lembra que, depois de terem sido apanhados na área da guerrilha, foram transferidos para o Pelotão de Investigações Criminais (PIC), em Brasília, onde passaram por sessões de interrogatório até serem ouvidos pelo general Bandeira.
Passarinho afirma que encaminhou os nomes a uma servidora responsável pelas revistas que o MEC editava e esta providenciou a lotação dos novos funcionários do governo militar. Mais tarde um deles foi encaminhado para um jornal de Brasília, onde teria trabalhado como jornalista.
Ainda diz que foi ele mesmo quem pediu a um dos diretores do jornal o emprego para o rapaz.
"Desde que deixei o MEC nunca mais soube o que aconteceu com eles. Devem estar por aí" - diz o ex-ministro.
Se aparecerem, serão condenados ao justiçamento, claro.
Passados mais de trinta anos da vergonhosa derrota no Araguaia, eles, os derrotados, ainda carregam um ódio doentio contra os que lhes deram a anistia e a oportunidade de se reajustarem à sociedade. Durante a luta não realizaram um ataque sequer e seus atos cantados hoje como heroicos foram sempre à traição. Seus sobreviventes descambaram para o que estamos vendo hoje: corrupção desenfreada em todos os setores em que se metem, subornos, assassinatos de correligionários.
Fonte: Jornal Inconfidência, Ed 166 - Jul 2011
COMENTO: me impressiona a capacidade desenvolvida pela canalha comunista para manipular a mente dos jovens. Em meados do século passado conseguiram fazer com que muitos jovens abandonassem suas vidas, famílias, carreiras, etc em troca de uma luta suicida, onde as "lideranças" eram as primeiras a abandonar a "frente de batalha" quando houvesse algum risco. Posteriormente, perdida a luta armada, continuaram sua hipnótica campanha a ponto de, atualmente, jovens que sequer eram nascidos na conturbada época contra-revolucionária, nutrirem ódio aos que derrotaram seus velhos líderes, em uma luta que estes iniciaram. Suspeito que a "lavagem cerebral" a que esses jovens são submetidos seja resquício de alguma das experiências "científicas" desenvolvidas nos laboratórios da Lubianka ou de Pequim. Não é possível essa negação da realidade histórica da época e o convencimento de que aqueles "revolucionários" lutavam por Liberdade. Ninguém em sã consciência pode ser tão ingênuo!!
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