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As forças militares colombianas mataram nesta quinta-feira, o chefe das operações militares das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (FARC), Jorge Suárez Briceño, conhecido como “Mono Jojoy”.
A Operação Sodoma que resultou na morte do quarto membro do Secretariado da organização desde 2008, foi qualificada pelo presidente Juan Manuel Santos como “as boas-vindas às FARC”.
Na avaliação de Santos, a morte de Jojoy é mais importante que a de Raúl Reyes, então número dois da guerrilha.
“Ele era o símbolo do terror que tanto dano provocou ao país. Mono Jojoy simbolizava o terror, a violência, e por isso creio que foi o golpe mais contundente aplicado às FARC em toda a sua história”, afirmou.
O cerco ao líder guerrilheiro foi montado em conjunto pela Polícia Nacional, o Exército e a Força Aérea, na Serra da Macarena, Meta. Foram empregados 30 aviões e 27 helicópteros no ataque.
O ministro da Defesa, Rodrigo Rivera, afirmou que “chegamos à mãe de todos os acampamentos, de mais de 300 metros de longitude, que tinha um bunker, tuneis e áreas de escape”.
Segundo ele, a operação contou com um imenso trabalho de inteligência que penetrou as estruturas próximas e importantes de Mono Jojoy.
“As FARC estão sendo derrubadas por dentro”, garantiu.
Mono Jojoy
Responsável pelas operações militares das FARC, inclusive os sequestros, Briceño, então chefe do Bloco Oriental da guerrilha, era procurado também por lavagem de dinheiro e narcotráfico.
O governo dos Estados Unidos oferecia US$ 5 milhões por sua captura.
Ele ingressou nas FARC em 1975 como guerrilheiro raso até ocupar um lugar no Secretariado e ser considerado um dos mais importantes e temidos da organização.
Sobre ele havia 62 ordens de captura, 12 medidas cautelares, cinco condenações, dois pedidos de extradição e 25 investigações ainda não concluídas, por delitos de narcotráfico, terrorismo, rebelião, homicídio, seqüestro, assalto, extorsão e conspiração.
Jojoy chegou a ter sete mil homens sob seu comando.
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Análise da Notícia
por Marcelo Rech
No início da semana, as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (FARC), emitiram um comunicado rejeitando qualquer negociação de paz que impusesse condicionamentos.
O presidente Juan Manuel Santos, no cargo há menos de três meses, deixou claro que o governo só dialogaria com a organização após as FARC entregarem as armas, renunciarem ao terrorismo e libertarem os reféns, alguns com mais de dez anos de cativeiro.
Com a morte de Mono Jojoy, Santos dá um golpe duro na estrutura militar da guerrilha e deixa Alfonso Cano como o único líder influente ainda vivo. Além disso, emite uma mensagem clara de que não aceitará pressões internas ou externas para sentar-se à mesa com a organização.
Os combates tendem a se intensificar. Atualmente, as FARC não têm mais que oito mil guerrilheiros.
Vários de seus porta-vozes no exterior buscam pressionar governos e entidades ligadas à defesa dos direitos humanos, para que impeçam a vitória militar da Colômbia neste conflito que perdura quase 50 anos.
Juan Manuel Santos era o ministro da Defesa de Alvaro Uribe quando Raúl Reyes foi morto em março de 2008 em território equatoriano.
A exemplo do ex-presidente, ele teve familiares sequestrados e mortos nas mãos das FARC.
Um processo de paz na gestão dele, só com a renúncia completa da guerrilha à violência. E os gestos precisam vir da selva.
A tendência é que mais e mais guerrilheiros se desmobilizem, abandonem a luta armada e procurem as garantias oferecidas pelo Estado.
No entanto, acreditar em aniquilação completa das FARC ou do ELN é querer demais.
Enquanto grupos insurgentes existirem na Colômbia, haverá pretexto para que milhões de dólares sejam despejados no país em espécie e na forma de equipamentos e tropas dos Estados Unidos.
Ter as FARC controladas e incapazes de ameaçar militarmente o país é o melhor dos mundos. Atende a todos os interesses envolvidos.
Marcelo Rech é jornalista,
especialista em Relações Internacionais,
Estratégias e Políticas de Defesa
e Terrorismo e Contra-insurgência.
E-mail: inforel@inforel.org
Fonte: Info Rel
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