por Janer Cristaldo
Tanto El País como Le Monde elegeram Lula, no ano passado, como o personagem do ano. Ao conferir-lhe o título, estes prestigiosos jornais omitiram sua incultura, sua conivência com a corrupção e seu acobertamento de corruptos, desde a proteção a José Sarney e seu clã a sua leniência com mensaleiros e os ditos aloprados. Tampouco fazem qualquer alusão à desbragada corrupção familiar, quando um filho de Lula recebeu o aporte de R$ 5 milhões para sua empresa só porque era filho de Lula. Quaisquer destes fatos manchariam irremediavelmente a reputação de qualquer dirigente europeu. Em Lula, sequer fazem mossa.
Tenho minha tese a respeito desta reverência incondicional ao Supremo Apedeuta. Os europeus sempre tiveram o coração à esquerda. Sempre acariciaram a idéia de um presidente operário. Là bas, loin de nous. Desde que não seja na Europa. Aconteceu com Lech Walesa, filho de um carpinteiro e mecânico de carros. Mas Polônia é Leste europeu, não é a boa Europa de cá. Operário na presidência na América Latina? Louvado seja. Se for operário, ipso facto é louvável, digno e justo. Mesmo que louve e apóie tiranos que os europeus abominam, como Castro, Chávez ou Ahmadnejad. Tudo vale a pena, quando a alma não é pequena.
El País enviou ao Brasil seu fundador e ex-diretor Juan Luis Cebrián, para uma entrevista com Lula. Que não veio, evidentemente, para colocar o entrevistado contra a parede. As perguntas que urgiam ser feitas não foram feitas. O jornalista voltou a seu país saudando Lula como um Sancho Pança quando governador da Isla de Barataria. Que tinha este nome “pela barateza com que se lhe dera o governo”, como escreve Cervantes. Neste episódio, o autor do Quixote satiriza a nobreza espanhola, já que o humilde Sancho se mostra audaz e judicioso e impõe uma lição de cordura aos nobres ociosos e desonestos. Ora, cá entre nós, o Sancho de Garanhuns, mal acedeu ao governo, adquiriu todos os vícios da “nobreza” tupiniquim: corporativismo, compadragem, leniência com o crime, proteção de corruptos. Na verdade, é um Sancho às avessas. Se Cebrián quis homenagear Lula elevando-o à condição de Sancho, na verdade reduziu o Brasil à condição de Barataria.
Isto é o de menos. O que surpreende é ver um jornalista com tal currículo aceitar como fatos as mentiras deslavadas de Lula. Como esta:
- Minha trajetória, meu perfil político, minha vida no sindicato, a criação do PT, caracterizam-me, sem dúvida, como um esquerdista. Mas o próprio PT é uma novidade na esquerda mundial. Nasceu contra todos os dogmas dos partidos marxistas-leninistas, que obedeciam fielmente à Rússia ou à China.
Ora, o DNA do PT é marxista-leninista. O partido nasceu em 1980, nove anos antes da queda do Muro, onze anos antes da dissolução da União Soviética, quando nenhum partido de esquerda ousaria denunciar como tiranias os regimes de Pequim e Moscou. Foi constituído basicamente por egressos do marxismo e trotskismo e militantes da esquerda católica. A carta programática do PT foi originalmente socialista. Mesmo após a queda do Muro e o desmoronamento da URSS, não ouvimos de nenhum dirigente petista um único pio contra as tiranias comunistas. Silêncio obsequioso e total. O máximo que um petista ousa falar é em “desvios do stalinismo”, sempre preservando o sagrado nome de Lênin, outro assassino de mão cheia. Crimes do comunismo é expressão que jamais maculará os castos lábios de um petista.
Sancho Pança não mentia. Que Cebrián desconheça o DNA do PT até que se entende. Mais difícil é entender como um jornalista experiente possa imaginar que, antes do desmoronamento do comunismo, apparatchiks marxistas fizessem críticas à China ou Rússia. Mas tudo fecha. Cebrián é jornalista que dedicou sua vida a combater Franco, o homem que salvou a Espanha e a Europa das garras de Stalin.
Lula, por sua vez, pertence àquela estirpe que cria uma mentira e passa a nela acreditar. O apedeuta pode ser apedeuta, mas sabe muito bem que o PT não “nasceu contra todos os dogmas dos partidos marxistas-leninistas, que obedeciam fielmente à Rússia ou à China”. Pelo contrário, desde o berço o partido afirmou estes dogmas. Num passe de mágica, Lula muda a biografia do PT.
Cebrián engoliu bonitinho a potoca. Todo jornalista brasileiro tem consciência desta inverdade, que aos céus clama desmentido. Mas nenhum ousou denunciá-la. Daqui pela frente, o PT passa a ser um partido que sempre lutou contra o comunismo.
Tenho minha tese a respeito desta reverência incondicional ao Supremo Apedeuta. Os europeus sempre tiveram o coração à esquerda. Sempre acariciaram a idéia de um presidente operário. Là bas, loin de nous. Desde que não seja na Europa. Aconteceu com Lech Walesa, filho de um carpinteiro e mecânico de carros. Mas Polônia é Leste europeu, não é a boa Europa de cá. Operário na presidência na América Latina? Louvado seja. Se for operário, ipso facto é louvável, digno e justo. Mesmo que louve e apóie tiranos que os europeus abominam, como Castro, Chávez ou Ahmadnejad. Tudo vale a pena, quando a alma não é pequena.
El País enviou ao Brasil seu fundador e ex-diretor Juan Luis Cebrián, para uma entrevista com Lula. Que não veio, evidentemente, para colocar o entrevistado contra a parede. As perguntas que urgiam ser feitas não foram feitas. O jornalista voltou a seu país saudando Lula como um Sancho Pança quando governador da Isla de Barataria. Que tinha este nome “pela barateza com que se lhe dera o governo”, como escreve Cervantes. Neste episódio, o autor do Quixote satiriza a nobreza espanhola, já que o humilde Sancho se mostra audaz e judicioso e impõe uma lição de cordura aos nobres ociosos e desonestos. Ora, cá entre nós, o Sancho de Garanhuns, mal acedeu ao governo, adquiriu todos os vícios da “nobreza” tupiniquim: corporativismo, compadragem, leniência com o crime, proteção de corruptos. Na verdade, é um Sancho às avessas. Se Cebrián quis homenagear Lula elevando-o à condição de Sancho, na verdade reduziu o Brasil à condição de Barataria.
Isto é o de menos. O que surpreende é ver um jornalista com tal currículo aceitar como fatos as mentiras deslavadas de Lula. Como esta:
- Minha trajetória, meu perfil político, minha vida no sindicato, a criação do PT, caracterizam-me, sem dúvida, como um esquerdista. Mas o próprio PT é uma novidade na esquerda mundial. Nasceu contra todos os dogmas dos partidos marxistas-leninistas, que obedeciam fielmente à Rússia ou à China.
Ora, o DNA do PT é marxista-leninista. O partido nasceu em 1980, nove anos antes da queda do Muro, onze anos antes da dissolução da União Soviética, quando nenhum partido de esquerda ousaria denunciar como tiranias os regimes de Pequim e Moscou. Foi constituído basicamente por egressos do marxismo e trotskismo e militantes da esquerda católica. A carta programática do PT foi originalmente socialista. Mesmo após a queda do Muro e o desmoronamento da URSS, não ouvimos de nenhum dirigente petista um único pio contra as tiranias comunistas. Silêncio obsequioso e total. O máximo que um petista ousa falar é em “desvios do stalinismo”, sempre preservando o sagrado nome de Lênin, outro assassino de mão cheia. Crimes do comunismo é expressão que jamais maculará os castos lábios de um petista.
Sancho Pança não mentia. Que Cebrián desconheça o DNA do PT até que se entende. Mais difícil é entender como um jornalista experiente possa imaginar que, antes do desmoronamento do comunismo, apparatchiks marxistas fizessem críticas à China ou Rússia. Mas tudo fecha. Cebrián é jornalista que dedicou sua vida a combater Franco, o homem que salvou a Espanha e a Europa das garras de Stalin.
Lula, por sua vez, pertence àquela estirpe que cria uma mentira e passa a nela acreditar. O apedeuta pode ser apedeuta, mas sabe muito bem que o PT não “nasceu contra todos os dogmas dos partidos marxistas-leninistas, que obedeciam fielmente à Rússia ou à China”. Pelo contrário, desde o berço o partido afirmou estes dogmas. Num passe de mágica, Lula muda a biografia do PT.
Cebrián engoliu bonitinho a potoca. Todo jornalista brasileiro tem consciência desta inverdade, que aos céus clama desmentido. Mas nenhum ousou denunciá-la. Daqui pela frente, o PT passa a ser um partido que sempre lutou contra o comunismo.
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