Depois de passarem pelos piores dois anos de sua história, as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (FARC) embarcaram em uma nova campanha de relações públicas.
Lutando para reconquistar o apoio perdido em decorrência de suas táticas terroristas, a guerrilha liberou seis de seus reféns este ano.
Há ainda a libertação do policial Pablo Moncayo, cativo há onze anos, prometida em março, mas que não se concretizou.
A libertação de reféns, no entanto, está longe de um gesto humanitário. Serve apenas para a organização ganhar tempo em relação às demais atividades ilícitas que pratica.
Dentre os últimos reféns libertados, destaca-se o ex-deputado Sigifredo Lopez, mantido em cativeiro desde 2002.
Ele foi capturado com outros parlamentares quando guerrilheiros fingiram ser policiais e invadiram o prédio do governo de Cali.
Do grupo seqüestrado, apenas Lopez foi poupado porque estava preso numa solitária, longe do local do massacre perpetrado contra os prisioneiros.
O que se percebe hoje é uma mudança de comportamento dentro da guerrilha. Mudança esta que nada tem a ver com arrependimento e sim com uma estratégia que pretende dar uma sobrevida à organização.
Não restam dúvidas de que se os membros das FARC pudessem realizar mais atrocidades, seguramente o fariam.
A guerrilha está enfraquecida e sofre com as deserções, problemas financeiros e a morte de alguns de seus principais líderes.
Já não há um só território na Colômbia controlado pelas FARC e os minguados recursos econômicos não permitem que o grupo mantenha suas vítimas seqüestradas por longos períodos.
Libertá-los unilateralmente lhes serve, portanto, de duas maneiras: livrar-se de um custo econômico e fazer propaganda humanitária.
No lugar dos seqüestros, as FARC passaram a extorquir e chantagear por meio do terror.
Durante todo o ano de 2008, a guerrilha travou uma guerra contra os comerciantes de Bogotá. Foram mais de 30 ataques à bomba, 26 dos quais contra grandes lojas de varejo.
Em 27 de janeiro, bombardearam uma filial da Blockbuster, matando duas pessoas. A rede já foi atacada três vezes pela guerrilha.
Pode parecer estranho que as FARC estejam interessadas em impedir que os moradores de Bogotá aluguem vídeos, mas o motivo é bem mais simples de se entender. Esses ataques são realizados apenas por dinheiro.
Os criminosos das FARC têm sido incrivelmente consistentes. Primeiro ligam para uma empresa avisando de um ataque, e depois dizem que ele pode ser evitado se for pago uma quantia considerável em dinheiro.
Quando alguém mais corajoso resolve desafiá-los, eles bombardeiam a loja.
Mesmo quando uma empresa cede às exigências das FARC, a loja ainda assim pode ser bombardeada como uma lição para os demais.
Qualquer que seja a situação, os comerciantes e cidadãos da Colômbia são os que perdem.
A maioria das vítimas comuns da atual onda de ataques das FARC são as grandes cadeias de lojas como o Carrefour, que eles consideram dispor de grandes somas em dinheiro à disposição.
Somente as FARC sabem quantas lojas já sofreram ameaças. Muitos dos crimes não são relatados porque os proprietários têm receio de informar à polícia.
Até recentemente, os únicos casos que receberam atenção foram os que resultaram em explosões. Agora, no entanto, com a polícia totalmente informada sobre a nova tática das FARC, várias organizações do governo estão coordenando ações para combater esse crime.
Por enquanto, a extorsão das FARC já deixou quatro mortos e mais de 30 feridos, além de provocar prejuízos consideráveis.
Devido a esta última onda de violência, a emblemática libertação de vários reféns cumpre uma estratégia de recuperação da opinião pública.
Após a perda catastrófica de líderes e territórios, as FARC foram forçadas a mudar o foco de suas ações, passando do seqüestro para a extorsão.
Na essência, o grupo continua o mesmo que há décadas aterroriza os colombianos.
Lutando para reconquistar o apoio perdido em decorrência de suas táticas terroristas, a guerrilha liberou seis de seus reféns este ano.
Há ainda a libertação do policial Pablo Moncayo, cativo há onze anos, prometida em março, mas que não se concretizou.
A libertação de reféns, no entanto, está longe de um gesto humanitário. Serve apenas para a organização ganhar tempo em relação às demais atividades ilícitas que pratica.
Dentre os últimos reféns libertados, destaca-se o ex-deputado Sigifredo Lopez, mantido em cativeiro desde 2002.
Ele foi capturado com outros parlamentares quando guerrilheiros fingiram ser policiais e invadiram o prédio do governo de Cali.
Do grupo seqüestrado, apenas Lopez foi poupado porque estava preso numa solitária, longe do local do massacre perpetrado contra os prisioneiros.
O que se percebe hoje é uma mudança de comportamento dentro da guerrilha. Mudança esta que nada tem a ver com arrependimento e sim com uma estratégia que pretende dar uma sobrevida à organização.
Não restam dúvidas de que se os membros das FARC pudessem realizar mais atrocidades, seguramente o fariam.
A guerrilha está enfraquecida e sofre com as deserções, problemas financeiros e a morte de alguns de seus principais líderes.
Já não há um só território na Colômbia controlado pelas FARC e os minguados recursos econômicos não permitem que o grupo mantenha suas vítimas seqüestradas por longos períodos.
Libertá-los unilateralmente lhes serve, portanto, de duas maneiras: livrar-se de um custo econômico e fazer propaganda humanitária.
No lugar dos seqüestros, as FARC passaram a extorquir e chantagear por meio do terror.
Durante todo o ano de 2008, a guerrilha travou uma guerra contra os comerciantes de Bogotá. Foram mais de 30 ataques à bomba, 26 dos quais contra grandes lojas de varejo.
Em 27 de janeiro, bombardearam uma filial da Blockbuster, matando duas pessoas. A rede já foi atacada três vezes pela guerrilha.
Pode parecer estranho que as FARC estejam interessadas em impedir que os moradores de Bogotá aluguem vídeos, mas o motivo é bem mais simples de se entender. Esses ataques são realizados apenas por dinheiro.
Os criminosos das FARC têm sido incrivelmente consistentes. Primeiro ligam para uma empresa avisando de um ataque, e depois dizem que ele pode ser evitado se for pago uma quantia considerável em dinheiro.
Quando alguém mais corajoso resolve desafiá-los, eles bombardeiam a loja.
Mesmo quando uma empresa cede às exigências das FARC, a loja ainda assim pode ser bombardeada como uma lição para os demais.
Qualquer que seja a situação, os comerciantes e cidadãos da Colômbia são os que perdem.
A maioria das vítimas comuns da atual onda de ataques das FARC são as grandes cadeias de lojas como o Carrefour, que eles consideram dispor de grandes somas em dinheiro à disposição.
Somente as FARC sabem quantas lojas já sofreram ameaças. Muitos dos crimes não são relatados porque os proprietários têm receio de informar à polícia.
Até recentemente, os únicos casos que receberam atenção foram os que resultaram em explosões. Agora, no entanto, com a polícia totalmente informada sobre a nova tática das FARC, várias organizações do governo estão coordenando ações para combater esse crime.
Por enquanto, a extorsão das FARC já deixou quatro mortos e mais de 30 feridos, além de provocar prejuízos consideráveis.
Devido a esta última onda de violência, a emblemática libertação de vários reféns cumpre uma estratégia de recuperação da opinião pública.
Após a perda catastrófica de líderes e territórios, as FARC foram forçadas a mudar o foco de suas ações, passando do seqüestro para a extorsão.
Na essência, o grupo continua o mesmo que há décadas aterroriza os colombianos.
Marcelo Rech é jornalista, editor do InfoRel e
especialista em Relações Internacionais e
Estratégias e Políticas de Defesa.
E-mail: inforel@inforel.org.
especialista em Relações Internacionais e
Estratégias e Políticas de Defesa.
E-mail: inforel@inforel.org.
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