Em maio, as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (FARC), completaram 45 anos. Talvez, seus primeiros momentos tenham sido de luta revolucionária, mas as últimas décadas não deixam dúvidas quanto ao seu perfil narcoterrorista.
Em abril, a senadora Piedad Córdoba esteve em Brasília. Veio falar que as FARC são resultado da injustiça social na Colômbia. Pode ser.
Foi parcial. Comprometeu seus esforços ao se dedicar ao ataque contra o presidente Álvaro Uribe, que de santo não tem nada. Numa palestra a um grupo de 35 alunos e professores da Universidade de Brasília, ela não condenou um único gesto da guerrilha.
Omitiu-se em relação aos seqüestros, à tortura, ao narcotráfico e, claro, aos vínculos políticos da organização.
Na Colômbia, não é apenas a extrema-direita que deveria ir à prisão por conta do envolvimento com paramilitares. Há parcelas significativas da esquerda que se calam diante de crimes de lesa humanidade.
Piedad Córdoba tentou de todas as formas falar com o presidente Lula e com o ministro Celso Amorim. Angustiada por ser impedida de participar do resgate do cabo Pablo Emílio Moncayo, há 11 anos seqüestrado pela guerrilha, ela queria colar sua imagem em alguém com alguma credibilidade. Queria levar o Brasil para mais uma operação. Mas, é com o governo da Colômbia que o Brasil dialoga.
O grupo se auto-denomina “a resposta armada dos despossuídos e dos justos às múltiplas violências do Estado”.
No entanto, não consigo entender onde o seqüestro, a extorsão, o terrorismo e o narcotráfico, se encaixam na dita luta pela paz na Colômbia.
Nem saberia explicar como uma organização pode defender os despossuídos quando são eles as maiores vítimas do conflito interno colombiano. Milhares são deslocados forçadamente. Indígenas, por exemplo, são perseguidos pela guerrilha. São eles um símbolo do capitalismo? Seriam simpatizantes dos Estados Unidos e que têm de pagar com a própria vida por isso? E o que dizer das crianças recrutadas para a guerrilha? Dos estupros e violações de menores por chefes comandantes revolucionários?
Talvez eu passasse a entender melhor a organização e sua luta se tivesse respostas para essas dúvidas, esses questionamentos.
Não consigo aceitar uma revolução que pretenda ser transformadora, quando apenas os inocentes são submetidos à barbárie.
Os políticos são políticos. Se acovardam por trás de acordos escusos. Hoje, são inimigos. Amanhã, companheiros. E o cidadão comum, como fica? A quem recorre?
Nestes 45 anos das FARC, temos muito a lamentar. Principalmente, a existência de uma organização traiçoeira.
Em abril, a senadora Piedad Córdoba esteve em Brasília. Veio falar que as FARC são resultado da injustiça social na Colômbia. Pode ser.
Foi parcial. Comprometeu seus esforços ao se dedicar ao ataque contra o presidente Álvaro Uribe, que de santo não tem nada. Numa palestra a um grupo de 35 alunos e professores da Universidade de Brasília, ela não condenou um único gesto da guerrilha.
Omitiu-se em relação aos seqüestros, à tortura, ao narcotráfico e, claro, aos vínculos políticos da organização.
Na Colômbia, não é apenas a extrema-direita que deveria ir à prisão por conta do envolvimento com paramilitares. Há parcelas significativas da esquerda que se calam diante de crimes de lesa humanidade.
Piedad Córdoba tentou de todas as formas falar com o presidente Lula e com o ministro Celso Amorim. Angustiada por ser impedida de participar do resgate do cabo Pablo Emílio Moncayo, há 11 anos seqüestrado pela guerrilha, ela queria colar sua imagem em alguém com alguma credibilidade. Queria levar o Brasil para mais uma operação. Mas, é com o governo da Colômbia que o Brasil dialoga.
O grupo se auto-denomina “a resposta armada dos despossuídos e dos justos às múltiplas violências do Estado”.
No entanto, não consigo entender onde o seqüestro, a extorsão, o terrorismo e o narcotráfico, se encaixam na dita luta pela paz na Colômbia.
Nem saberia explicar como uma organização pode defender os despossuídos quando são eles as maiores vítimas do conflito interno colombiano. Milhares são deslocados forçadamente. Indígenas, por exemplo, são perseguidos pela guerrilha. São eles um símbolo do capitalismo? Seriam simpatizantes dos Estados Unidos e que têm de pagar com a própria vida por isso? E o que dizer das crianças recrutadas para a guerrilha? Dos estupros e violações de menores por chefes comandantes revolucionários?
Talvez eu passasse a entender melhor a organização e sua luta se tivesse respostas para essas dúvidas, esses questionamentos.
Não consigo aceitar uma revolução que pretenda ser transformadora, quando apenas os inocentes são submetidos à barbárie.
Os políticos são políticos. Se acovardam por trás de acordos escusos. Hoje, são inimigos. Amanhã, companheiros. E o cidadão comum, como fica? A quem recorre?
Nestes 45 anos das FARC, temos muito a lamentar. Principalmente, a existência de uma organização traiçoeira.
Marcelo Rech é jornalista, especialista em
Relações Internacionais e Estratégias e Políticas de Defesa
E-mail: inforel@inforel.org.
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